Comentários

0%

FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

Noções básicas de estatística

Caio Luisi

Fonte: Shutterstock.

Áudio disponível no material digital.

sem medo de errar

Em nossa situação-problema, analisávamos a vivência de um grupo de pesquisadores que estava desenvolvendo um estudo sobre a presença de doenças crônicas em trabalhadores da indústria têxtil de uma cidade do Sudeste do Brasil. Após dois meses de apreciação pelo Comitê de Ética em pesquisa, o estudo retornou com adequações a serem feitas na metodologia, precisamente na parte de amostragem.
Ao analisarmos essa situação, precisamos ter em mente que não há apenas uma resposta correta, porém algumas questões importantes serão apresentadas aqui.
Deve-se levar em consideração que o objetivo era avaliar a presença de doenças crônicas em trabalhadores da indústria têxtil local. Logo, a população são todos os trabalhadores dessa indústria.
Como seria inviável entrevistar todos os funcionários, os pesquisadores optaram por selecionar uma amostra. Entretanto, essa amostra foi feita por conveniência e em apenas uma fábrica de oito existentes.
É importante considerar que, para a amostra representar todas as características da população, deve-se sortear os participantes entre as oito fábricas (caso seja possível). Quando há aleatorização, todos os elementos do grupo têm igual possibilidade de integrar a amostra, logo a chance de erro amostral é menor. 
Outro ponto importante é que não foi feito cálculo amostral, fator que enfraquece o estudo metodologicamente. 
O desejável seria coletar dados no maior número de fábricas possível, desde que houvesse autorização, e sortear, de maneira proporcional, os participantes entre elas, afinal as realidades e condições de trabalho podem variar bastante de um lugar para outro.

Avançando na prática

Um caso raro

Um grupo de pesquisadores pretende estudar a qualidade de vida de pessoas com Lúpus Eritematoso (doença autoimune) num município com cerca de 10 mil habitantes. Decidem fazer um estudo descritivo exploratório nas Unidades de Saúde e, por medo de não obterem uma amostra de qualidade, decidem que sortearão a amostra com base no número total de usuários cadastrados. Um dos chefes do departamento, no entanto, atenta para um erro metodológico importante nesse aspecto e desafia os jovens pesquisadores a descrevê-lo. E, então, prezado estudante, quais os erros metodológicos dessa amostragem?

Uma das possíveis respostas diz respeito ao fato de que Lúpus não é uma doença tão comum, de modo que os pesquisadores erraram ao admitir que sua população eram todos os indivíduos cadastrados na Unidade de Saúde quando, na verdade, deveriam ser os usuários, com diagnóstico médico prévio de Lúpus, cadastrados nas unidades.
Como vimos nos conteúdos da seção, é importante saber a característica ou variável que se quer investigar. Neste caso, a qualidade de vida a ser avaliada é a das pessoas que têm a doença, por isso seria errôneo dar a possibilidade de participar às pessoas que não expressam essa característica (Lúpus).

Bons estudos!

AVALIE ESTE MATERIAL

OBRIGADO PELO SEU FEEDBACK!