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Caro aluno,
Nesta última seção, vamos tratar do sistema reprodutor feminino e masculino, iniciando pelas estruturas que o formam e como elas funcionam. A partir destas informações, conseguiremos entender a importância deste sistema.
O sistema reprodutor é tão importante quando qualquer outro sistema, apesar de conseguirmos viver sem ele, não seria possível procriar e perpetuar nossa espécie sem este sistema. Mas, este sistema não tem somente esta função, pois ele apresenta uma secreção de uma série de hormônios que além de manter os humanos férteis, promove a manutenção de outros sistemas importantes à sobrevivência.
Por isso, nesta seção, vamos conhecer a anatomia e fisiologia dos sistemas reprodutores feminino e masculino, como ocorre o ciclo menstrual e a gravidez, vamos ainda entender sobre o processo de produção de ovócitos e espermatozoides.
Uma mulher de 30 anos, casada há 5 anos, decide junto com seu marido que chegou o momento de parar de tomar o anticoncepcional e engravidar. Ela, então, consultou-se com sua ginecologista/obstetra para que pudesse realizar todos os exames necessários para iniciar o novo projeto de sua vida e os exames não apontaram nenhuma alteração significativa que impedisse esta jovem mulher de engravidar. Mas, após 1 ano de tentativas, ela volta à médica para entender por que até o momento não engravidara. Então, foram feitos diversos exames, como dosagem hormonal e ultrassom da região abdominal, porém, nenhum exame demonstrou alteração que impedisse o processo, uma vez que a dosagem hormonal estava dentro dos valores de referência e as estruturas do útero e ovários estavam preservados. Foi, então, que a médica resolveu pedir exames para investigação da saúde do marido da jovem. Em um exame chamado de espermograma, constou cerca de 3 mil espermatozoides, sendo que 60% destes apresentavam motilidade adequada para penetrar no canal vaginal, a dosagem hormonal mostrou que o hormônio testosterona estava diminuído e ainda o ultrassom dos testículos demonstrou um aumento da vascularização, sendo diagnosticado varicocele. O que estaria impedindo que este casal consiga ter um bebê?
Todo o conteúdo exposto aqui foi feito para que você possa compreender cada sistema do corpo humano e seja um início de tudo que você ainda aprenderá ao longo da vida. Aproveite cada minuto de estudo deste livro didático.
Bons estudos!
conceito-chave
O sistema reprodutor é importante para que a espécie possa se perpetuar. Para tal, o gameta masculino ao se juntar com o gameta feminino gera o processo de fertilização, unindo os cromossomos dos pais. A diferencial sexual do embrião começa a aparecer na sétima semana do desenvolvimento, aparecendo neste momento as mudanças morfológicas das gônadas já relacionadas com o sexo cromossômico. Os testículos nos homens e ovários nas mulheres são denominados gônadas, pois são locais que produzem e liberam os hormônios sexuais.
Anatomofisiologia dos órgãos reprodutores masculinos e femininos
O sistema reprodutor é formado por dois tipos de gametas, masculina e feminina, e cada um tem seu próprio sistema genital. Os sistemas genitais dependem um do outro para que ocorra a fertilização.
Sistema reprodutor masculino
Os testículos são um dos órgãos do sistema reprodutor masculino (Figura 4.9). Eles são chamados gônadas masculinas e constituem o local de produção dos espermatozoides e ainda produzem e secretam hormônios. Este sistema tem um conjunto de ductos que transporta e armazena os espermatozoides e ainda auxilia na sua maturação e os secretam até o meio externo. Eles são constituídos pelo epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra. Existe ainda um grupo de glândulas sexuais acessórias composto pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, as secreções que compõem o sêmen são produzidas pelas glândulas sexuais acessórias para nutrir e proteger os espermatozoides. E, por fim, o sistema tem estruturas de apoio, compostas pelo escroto e o pênis; este último é o órgão que transfere os espermatozoides para o aparelho feminino e o escroto é o local onde ficam os testículos.

O escroto consiste em pele e tela subcutânea subjacente que envolve os testículos, tem um aspecto de bolsa separado externamente por uma crista mediana chamada de rafe do escroto e internamente o septo do escroto divide-se em duas partes que alocam cada testículo, formando dois sacos. Existem dois músculos que circundam o septo do escroto e os testículos, um é composto de músculo liso chamado de músculo dartos e o outro é composto de músculo estriado esquelético chamado de músculo cremaster, ambos contraem para regular a temperatura dos testículos, pois para ocorrer a produção de espermatozoides a temperatura precisa ser mais baixa que a temperatura corporal, por isso o escroto que fica fora da cavidade pélvica apresenta uma temperatura de aproximadamente 2°C menor que a temperatura corporal. Assim, em resposta à temperatura muito fria, os músculos se contraem puxando o escroto para mais próximo do corpo e em resposta a temperaturas muito altas ocorre o relaxamento destes músculos.
Os testículos medem 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro, com massa de 10 a 15 g. Na parte externa dos testículos existe uma túnica serosa chamada de túnica vaginal do testículo, mas internamente a essa túnica ao redor dos testículos há uma cápsula fibrosa branca chamada de túnica albugínea, a qual forma vários septos que dividem os testículos em lóbulos, cerca de 200 a 300 lóbulos que contêm de 1 a 3 túbulos chamados de túbulos seminíferos contorcidos, onde são produzidos os espermatozoides.
O epidídimo tem aproximadamente 4 cm de comprimento e fica na porção posterior de cada testículo. A porção interna do epidídimo é composta por ductos enrolados chamados de ductos eferentes que levam os espermatozoides para um único ducto chamado de ducto do epidídimo, além disso, o epidídimo é separado por cabeça, corpo e cauda. A cabeça do epidídimo é o local onde os ductos eferentes do testículo se unem aos ductos do epidídimo, a cauda do epidídimo tem sua continuidade direta com o ducto deferente. No entanto, a função do epidídimo é restrita à maturação dos espermatozoides, onde por um período de 14 dias o espermatozoide adquire motilidade e se torna apto a fertilizar o ovócito. Durante a excitação sexual o epidídimo impulsiona os espermatozoides pelos ductos deferentes realizando contração peristáltica do músculo liso que circunda sua parede interna. Mas, caso os espermatozoides não sejam ejaculados, ficam armazenados no epidídimo por vários meses, até que sejam reabsorvidos.
O ducto deferente tem comprimento de aproximadamente 45 cm, contendo uma túnica mucosa que recobre sua parede interna e uma túnica muscular que contém três camadas de músculo liso, logo, o ducto ascende da região posterior do epidídimo através do funículo espermático e segue até entrar na cavidade pélvica, onde contorna o ureter e passa posteriormente à bexiga urinária, formando uma porção mais dilatada chamada de ampola. A função do ducto deferente é transportar os espermatozoides durante a excitação sexual com contrações peristálticas ocasionadas pela musculatura lisa que o recobre.
Logo, a ampola do ducto deferente se une ao ducto da vesícula seminal penetrando na próstata e formando o ducto ejaculatório que tem aproximadamente 2 cm de comprimento. O ducto ejaculatório se prolonga até a parte prostática da uretra, onde os espermatozoides são ejetados junto das secreções das vesículas seminais e próstata.
O ducto terminal do sistema reprodutor masculino é a uretra, no entanto, este ducto é compartilhado também com o sistema renal, pois a uretra é usada como passagem tanto para o sêmen quanto para a urina. Assim, a uretra masculina tem cerca de 20 cm, pois inicia logo abaixo da bexiga, passando por dentro da próstata, pelos músculos profundos do períneo e através do pênis, por este motivo possui três partes. A parte prostática da uretra mede 2 a 3 cm de comprimento e passa dentro da próstata, contudo, a uretra continua como parte membranácea do órgão, passando por entre os músculos profundos do períneo e medindo 1cm de comprimento e, então, continua como parte esponjosa da uretra passando através do corpo esponjoso do pênis, o qual tem cerca de 15 a 20 cm de comprimento, terminando no óstio externo da uretra.
O pênis é constituído de raiz, corpo e glande. O corpo do pênis é constituído por três tipos de tecido que contêm uma túnica albugínea ao seu redor, sendo separado por dois corpos cavernosos que servem para manter o pênis ereto e um corpo esponjoso, que se mantém aberto para passagem de sêmen e urina. E recobrindo a glande existe uma pele frouxa chamada de prepúcio do pênis.
As glândulas sexuais acessórias secretam o líquido que forma o sêmen, sendo formadas pelas vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais. As vesículas seminais ficam na parte posterior da bexiga urinária e são responsáveis por produzir e secretar um líquido que irá compor cerca de 60% do volume do sêmen. O líquido viscoso alcalino secretado pelas vesículas seminais é composto por frutose, prostaglandinas e proteínas de coagulação. O fato deste líquido ser alcalino é devido ao pH ácido contido na uretra masculina e na vagina, que se não forem neutralizados causariam a morte dos espermatozoides. A frutose é para a produção de ATP pelos espermatozoides, as prostaglandinas auxiliam na mobilidade dos espermatozoides e na estimulação das contrações do músculo liso do sistema reprodutor feminino, por fim, as proteínas de coagulação permitem que o sêmen coagule após a ejaculação.
A próstata está localizada logo abaixo da bexiga e fica envolta da uretra. Esta produz e secreta um líquido leitoso que compõe cerca de 25 % do volume do sêmen, o líquido é um pouco ácido e ainda contém ácido cítrico para a produção de ATP pelos espermatozoides, diversas enzimas proteolíticas com função de degradar as proteínas de coagulação das vesículas seminais, como o antígeno prostático específico (PSA), pepsinogênios, lisozima, amilase e hialuronidase. Ainda, este líquido tem a plasmina seminal do líquido prostático, que é um antibiótico que pode destruir as bactérias que estiverem no sêmen e no sistema reprodutor feminino.
As glândulas bulbouretrais são duas pequenas glândulas que ficam um pouco abaixo da próstata e ao lado da parte membranácea da uretra. No momento da excitação sexual, essas glândulas secretam um líquido alcalino na uretra que protege os espermatozoides e ao mesmo tempo secretam um muco lubrificante na ponta do pênis, afim de minimizar o atrito causado durante a relação sexual e posteriormente causar um deslizamento, teoricamente o líquido secretado por esta glândula não possui espermatozoides.
Assimile
A estimulação sexual pode ser iniciada por estímulos visuais, táteis, auditivos, olfatórios e até mesmo pela imaginação. Dessa forma, o sistema parassimpático (parte sacral da medula espinal) é ativado iniciando a mantendo a ereção do pênis. A ereção acontece devido ao aumento de fluxo sanguíneo local e devido à dilatação dos seios sanguíneos; para manter a ereção por mais tempo, esse alargamento dos seios sanguíneos comprime as veias que drenam o pênis, mantendo o fluxo de saída do sangue bem diminuído, desacelerando a drenagem venosa, que consequentemente auxilia na manutenção da ereção.
Sistema reprodutor feminino
Os órgãos do sistema reprodutor feminino (Figura 4.10) envolvem os ovários, as tubas uterinas, o útero, a vagina, os órgãos externos denominados pudendo feminino ou vulva e as glândulas mamárias que também fazem parte do sistema tegumentar.

Os ovários são chamados de gônadas femininas, pois são responsáveis em sintetizar e secretar hormônios importantes para as características femininas e a reprodução humana. Sendo assim, os ovários produzem os ovócitos secundários que se desenvolvem em óvulos maduros após a fertilização e produzem hormônios, como a progesterona, os estrogênios, a inibina e a relaxina. Os ovários ficam dispostos um em cada lado do útero e existem diversos ligamentos que os mantêm fixados na sua posição ideal, como o ligamento largo do útero, o ligamento útero-ovárico, que sustenta os ovários no útero, e o ligamento suspensor do ovário os mantém firmes na parede pélvica. Em cada ovário observa-se uma abertura denominada hilo, onde se encontra o local de entrada e saída dos vasos sanguíneos e nervos.
As tubas uterinas têm cerca de 10 cm de comprimento e ficam dispostas lateralmente se estendendo do útero até os ovários. A função das tubas uterinas é conduzir os ovócitos secundários e óvulos fecundados dos ovários até o útero, pois a parede das tubas uterinas tem três camadas, uma túnica mucosa que contém células colunares ciliadas simples que têm a capacidade de mover o óvulo até o útero, células intercalares que secretam um líquido nutritivo para o óvulo, uma túnica muscular que gera contrações peristálticas para também contribuir com o transporte do óvulo, e uma túnica serosa que envolve a parte externa. Existe uma parte das tubas uterinas que se abre próximo aos ovários, denominado de ampola da tuba uterina, em que estão filamentos chamados de fímbrias da tuba uterina.
O útero fica localizado entre a bexiga urinária e o reto, com cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura. A parte do útero que fica localizada na sua parte superior próximo das tubas uterinas é chamada de fundo do útero, em sua porção mais central fica o corpo do útero e a parte inferior mais estreita é chamada de colo do útero, que se comunica com a vagina. Contudo, o útero é formado por três camadas, o perimétrio que é a camada mais externa, o miométrio que possui três camadas de fibras musculares lisas que são mais espessas na região do fundo e mais finas no colo do útero, e o endométrio que é a camada mais interna do útero, que é extremamente vascularizada, tem duas camadas, uma que reveste a cavidade uterina e descama durante a menstruação e a outra camada mais profunda, que dá origem a uma nova camada após cada menstruação. E, por fim, o útero é o local onde os espermatozoides deixados na vagina passam para poder alcançar as tubas uterinas à procura de um ovócito para ser fecundado. Quando acontece a fertilização, o útero passa a ser o local onde haverá a implantação do óvulo, o desenvolvimento do feto durante toda a gestação e é ainda muito importante durante o trabalho de parto.
A vagina fica localizada entre a bexiga urinária e o reto, com aproximadamente 10 cm de comprimento, que se prolonga da parte externa do corpo até o colo do útero. Consiste no local responsável por receber o pênis durante a relação sexual, sendo também o local de saída para o fluxo menstrual e a via de passagem do feto durante o parto. Na túnica mucosa da vagina encontram-se pequenas pregas chamadas de rugas vaginais, e ainda, em mulheres que não iniciaram a vida sexual existe uma fina película de túnica mucosa vascularizada, denominada de hímen, fechando a vagina parcialmente.
Os órgãos genitais externos da mulher são chamados de pudendo feminino ou vulva e são compostos pelo monte do púbis que consiste em uma camada de gordura recoberta por pele, lábios maiores e menores, os quais ficam dispostos lateralmente ao vestíbulo da vagina, o clitóris, composto por dois corpos cavernosos e vários nervos e vasos sanguíneos, responsável pela ereção durante a excitação sexual, e entre os lábios encontram-se as glândulas vestibulares maiores e menores que produzem muco fornecendo a lubrificação do canal vaginal durante o ato sexual.
A mama (Figura 4.11) é uma projeção com o tamanho muito particular para cada mulher, fica localizada anterior aos músculos peitoral maior e serrátil anterior. Em cada uma das mamas encontra-se uma área circular de pele com uma pigmentação mais forte chamada aréola da mama e no centro fica localizado o mamilo (papilas mamárias) por onde saem os ductos lactíferos, de onde sai o leite. No interior de cada mama está a glândula mamária, que consiste em 15 a 20 lobos, em cada lobo existem várias divisões chamadas de lóbulos que têm células que secretam leite, após a sua produção, uma parte deste fica armazenado nos seios lactíferos e posteriormente é drenado para um ducto lactífero.

Ciclo menstrual e gravidez
A função reprodutora da mulher é composta pelo ciclo ovariano e pelo ciclo menstrual, em que ocorrem vários eventos nos ovários e no útero com duração de 28 a 30 dias. Este processo envolve a ovogênese e a preparação do útero para a fertilização do ovócito aconteça e este possa ser recebido pelo útero, onde vai se desenvolver até o nascimento.
O ciclo menstrual somente acontece por ação dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), por isso este ciclo é dividido em três fases: menstrual, proliferativa e secretória. A fase menstrual marca o início do ciclo, ocorrendo durante os primeiros 3 a 5 dias do ciclo, em que o pico de progesterona diminui devido ao ovócito secundário não ter sido fecundado, assim ocorre a descamação do endométrio (menstruação), o fluxo menstrual passa da cavidade do útero para a vagina e é expelido pelo corpo. Na fase proliferativa acontece a renovação do endométrio, do dia 5º ao 14º dia do ciclo, neste período o FSH é secretado pela glândula adeno-hipófise, estimulando a formação dos folículos que formam os ovócitos primários e secretam estrógeno que determina as características femininas. Logo, ocorre a fase secretória, em que o LH também secretado pela glândula adeno-hipófise começa a estimular o amadurecimento dos ovócitos e ainda secreta estrógeno. E, então, o LH promove o processo de ovulação, com a liberação dos ovócitos secundários e estes seguem em direção à tuba uterina e ao útero. Contudo, os ovários formam um corpo lúteo que secreta progesterona, que atua nas mudanças do endométrio, aumentando a sua espessura, a fim de que ocorra a fecundação do ovócito e, caso isso não aconteça, o ciclo se repete.
Exemplificando
O muco cervical – uma mistura de água, glicoproteínas, lipídios, enzimas e sais inorgânicos – é secretado por células presentes no colo do útero. O muco cervical é menos viscoso e mais alcalino quando ocorre a ovulação sendo mais favorável aos espermatozoides, mas passando duas semanas após a ovulação, o muco cervical se torna mais espesso formando uma espécie de tampão que impede a penetração dos espermatozoides no útero. O muco cervical em situação favorável aos espermatozoides auxilia em sua capacitação, fazendo com que a cauda de um espermatozoide se mova ainda mais vigorosamente e prepara a membrana plasmática do espermatozoide para se fundir com a membrana plasmática do ovócito.
Durante o ato sexual ocorre a ejaculação e assim os espermatozoides são introduzidos na vagina próximo ao colo do útero. No entanto, o tempo de sobrevida dos espermatozoides é de até 72 horas após a ejaculação; o ovócito secundário após a ovulação sobrevive por até 24h, portanto, o tempo disponível para que o espermatozoide fecunde o ovócito é extremamente curto. Existe ainda outro fator que pode dificultar a fecundação, que é o muco cervical, o qual durante a ovulação se torna espesso atrapalhando a penetração do espermatozoide para dentro do útero. Mas, se o espermatozoide encontra com o ovócito secundário ocorre a fecundação, este encontro acontece geralmente na ampola da tuba uterina. Assim, o ovócito agora fecundado se torna zigoto que será transportado ao longo da tuba uterina por onde passa por vários estágios de divisão celular do desenvolvimento embrionário: mórula, blastocisto inicial e blastocisto maduro. Então, o blastocisto maduro alcança o útero e ao entrar em contato com o endométrio, as células do blastocisto passam a digerir um pequeno orifício na superfície da mucosa, em um processo chamado de nidação.
Por conseguinte, inicia-se o processo de formação da placenta que após 14 dias começa a produção e secreção do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG). Este tem a função de estimular o corpo lúteo a secretar progesterona, a qual estimula o crescimento do endométrio; isto acontece no primeiro trimestre e a partir do segundo trimestre a placenta já consegue secretar a progesterona. Ainda existe o hormônio relaxina que inicialmente é liberado pelo corpo lúteo e posteriormente pela placenta; este hormônio atua no útero diminuindo a sua contratilidade, prevenindo o trabalho de parto prematuro e ainda relaxa as articulações da pelve, preparando esta estrutura para o parto. Outros hormônios importantes na manutenção da gestação formam um eixo GnRH-hCG-estrógenos/inibinas placentário, que está relacionado com o controle da produção local de hCG.
Dessa forma, os hormônios ajudam na manutenção e nutrição da gestação, contudo, ocorrem alterações no corpo da mulher ao longo da gravidez. Estas alterações são muito importantes para preparar o corpo da mulher para suportar o crescimento do feto e para o parto. O corpo da mulher sofre alterações em todos os sistemas, incluindo os sistemas cardiovascular, respiratório, renal, digestório, muscular, endócrino e nervoso. Assim sendo, ainda acontece um aumento de peso, devido ao crescimento fetal, o crescimento da placenta, o líquido amniótico, o crescimento das mamas, o aumento do útero e aumento de gordura na região pélvica e mamas.
Enfim, a mulher entra em trabalho de parto por volta da 38ª a 40ª semana de gestação, assim, a neuro-hipófise libera ocitocina que induz a contração uterina e a pressão intrauterina aumenta a cada momento, a fim de expulsar o feto.
Gametogênese – ovogênese e espermatogênese
Ovogênese
A ovogênese apresenta-se dividida em três fases: proliferação, crescimento e maturação. A fase proliferativa consiste na formação de gametas nos ovários e este processo tem início antes do nascimento, pois as células germinativas primitivas se movem do saco vitelino para os ovários, então, estas células começam a se diferenciar no interior dos ovários em ovogônias que são células-tronco diploides (2 n) que passam pela fase de crescimento se dividindo por mitose produzindo milhões de células germinativas. No entanto, apesar de ocorrer o desenvolvimento destas células em ovócitos primários ainda durante o desenvolvimento fetal, esta fase somente será concluída depois da puberdade, quando passa a acontecer a fase de maturação. Pois, cada ovócito primário é envolvido pelo folículo primordial durante a pausa dada pelo desenvolvimento do bebê e, assim, ao nascer 200 mil a 2 milhões de ovócitos primários permanecem em cada ovário e somente 40 mil estarão presentes durante a puberdade e, destes, 400 vão chegar a amadurecer e ovular durante a vida fértil da mulher, o restante dos ovócitos primários sofre degeneração.
Durante o ciclo menstrual ocorre o estímulo da formação dos folículos pela ação dos hormônios FSH e LH secretados pela adeno-hipófise, em que somente um irá alcançar a maturidade que o levará ao processo de ovulação. Então, alguns folículos primordiais começam a crescer formando os folículos primários e cada folículo primário tem um ovócito primário. E, ainda, um folículo primário se desenvolve em folículo secundário, aumentando de tamanho e se torna um folículo maduro. Enquanto isso, antes da ovulação, o ovócito primário diploide completa a divisão celular (meiose I), resultando em duas células haploides (n) contendo cada uma 23 cromossomos. O ovócito secundário assim que formado começa a segunda parte da divisão celular (meiose II) e é então que sob ação hormonal o folículo maduro rompe-se e libera rapidamente seu ovócito secundário, em um processo conhecido como ovulação.
Reflita
A mulher nasce com um estoque de óvulos?
Espermatogênese
A espermatogênese consiste na formação de espermatozoides nos testículos, sendo um processo que tem seu início na puberdade e seu ciclo continua até o fim da vida do homem.
O processo de espermatogênese acontece nos túbulos seminíferos dos testículos e acontece sob influência dos hormônios FSH e LH, por isso os túbulos seminíferos contêm dois tipos de células: as células espermatogênicas que formam os espermas, e as células de Sertoli, que têm funções diversificadas na manutenção da espermatogênese. O início da espermatogênese ocorre a partir das espermatogônias, que são um tipo de célula-tronco e se desenvolvem a partir das células germinativas primordiais que surgem a partir do saco vitelino e entram nos testículos durante a quinta semana de desenvolvimento. De fato, nos testículos embrionários, as células germinativas primordiais se diferenciam em espermatogônias, que permanecem inativas durante a infância e começam a produzir espermatozoides somente na puberdade. Todavia, no lúmen do túbulo seminífero contorcido encontram-se os espermatócitos primários, espermatócitos secundários, espermátides e espermatozoides. Depois que um espermatozoide é formado, ele é liberado para o lúmen do túbulo seminífero.
As células de Sertoli têm um papel fundamental em proteger as células espermatogênicas em desenvolvimento. Ao fazer a nutrição dos espermatócitos, espermátides e espermatozoides, as células de Sertoli realizam a fagocitose do excesso de citoplasma das espermátides respeitando o desenvolvimento do processo e controlam os movimentos das células espermatogênicas e a liberação do espermatozoide no lúmen dos túbulos seminíferos. Nos espaços entre túbulos seminíferos existe uma concentração de células intersticiais ou células de Leydig, que sob ação de hormônios da adeno-hipófise produzem e secretam testosterona, um hormônio que promove o desenvolvimento de características masculinas e a libido no homem.
Menopausa e alterações hormonais
A menopausa representa o momento em que ocorre a pausa da vida fértil da mulher, terminando os ciclos menstruais. De fato, entre 40 e 50 anos, os ciclos menstruais começam a se tornar mais irregulares, período conhecido como climatério, que tem a característica típica de apresentar vários ciclos anovulatórios e com fluxo sanguíneo diminuído. Portanto, a redução dos folículos é quase completa e a secreção de esteroides e inibina termina. O estrogênio presente na circulação passa a ser liberado pelo córtex da glândula suprarrenal.
De modo que com a queda e a interrupção da produção hormonal, o método de retroalimentação negativa sobre a adeno-hipófise deixa de acontecer, por este motivo os gonadotrofos logo no início da menopausa começam a apresentar surtos de secreção de FSH e LH, contudo, ocorre estabilização desta secreção após 2 anos da última menstruação.
Dessa forma, com a redução de estrogênio presente na corrente sanguínea, o corpo sofre algumas alterações como a redução do epitélio vaginal e ainda secura vaginal, as mamas têm sua massa diminuída devido à perda de gordura, pele e cabelos tornam-se opacos e secos, inicia uma frequente sensação de calor, isto acontece por conta dos pulsos irregulares de LH e pela instabilidade emocional. O fato de o estrógeno ser essencial para o metabolismo ósseo, quando a mulher entra na menopausa, ocorre a queda brusca de estrógeno e isso gera doenças degenerativas articulares e ósseas, por isso mulheres na menopausa ficam predispostas à desenvolver osteoporose, ficando mais susceptíveis a fraturas, e ainda a queda de estrógeno também aumenta o risco de doença arterial coronariana.
E, assim, chegamos ao fim de mais uma unidade, sempre com o intuito de agregar ainda mais no seu conhecimento. Por este motivo, nesta seção abordamos assuntos pertinentes sobre o sistema reprodutor masculino e feminino, pois conhecendo o nosso corpo, podemos entender que se houver qualquer alteração nas partes de um sistema, o corpo responde.
Faça valer a pena
Questão 1
A menopausa é o momento em que ocorre a pausa da vida fértil da mulher, chegando ao fim os ____________. Por isso, a redução dos ____________ é quase completa e a secreção de esteroides e inibina termina. O estrógeno presente na circulação passa a ser liberado pela ____________.
Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
A resposta correta é a letra D. A menopausa é o momento em que ocorre a pausa da vida fértil da mulher, terminando os ciclos menstruais. Por isso, a redução dos folículos é quase completa e a secreção de esteroides e inibina chega ao fim. O estrógeno presente na circulação passa a ser liberado pela glândula suprarrenal.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 2
O aparelho reprodutor masculino ou sistema genital masculino é o sistema responsável pela produção dos gametas masculinos, tal como a maturação e introdução destes no aparelho reprodutor feminino (WIKIPEDIA, n.d., n.p.).
Considerando o contexto, avalie as afirmativas a seguir:
- Na parte interna dos testículos existe uma cápsula fibrosa branca chamada de túnica albugínea, responsável por dividir os testículos em lóbulos.
- A função do epidídimo é armazenar os espermatozoides até atingirem a maturação.
- A região cremaster é o local onde são produzidos os espermatozoides.
- As glândulas sexuais acessórias secretam o líquido que forma o sêmen, sendo formadas pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a correta.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Esta é a alternativa correta.
A afirmativa I está correta, na parte interna dos testículos existe uma cápsula fibrosa branca chamada de túnica albugínea, responsável por dividir os testículos em lóbulos.
A afirmativa II está correta, a função do epidídimo é armazenar os espermatozoides até atingirem a maturação.
A afirmativa III está incorreta, pois é nos túbulos seminíferos contorcidos onde são produzidos os espermatozoides, sendo o músculo cremaster localizado no escroto.
A afirmativa IV está correta, as glândulas sexuais acessórias secretam o líquido que forma o sêmen, sendo formadas pelas vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais.
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Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Questão 3
A gametogênese é o processo no qual se formam os gametas masculinos e femininos, células que se fundem no processo de fecundação e garantem nossa reprodução (SANTOS, n.d., n.p.).
Neste sentido, julgue as afirmativas a seguir em (V) verdadeiras ou (F) falsas.
( ) Os folículos primordiais começam a crescer e formam os folículos secundários e cada folículo secundário possui cinco ovócitos.
( ) O processo de espermatogênese acontece no epidídimo e acontece sob influência do hormônio ocitocina.
( ) As células de Sertoli têm a função de proteger as células espermatogênicas em desenvolvimento.
( ) A ovogênese se dividide em três fases: proliferação, crescimento e maturação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Correto!
Esta é a sequência correta.
A primeira afirmativa é falsa, pois os folículos primordiais começam a crescer e formam os folículos primários e cada folículo primário possui um ovócito primário.
A segunda afirmativa é falsa, porque o processo de espermatogênese acontece nos túbulos seminíferos dos testículos e ocorre sob influência dos hormônios FSH e LH.
As demais afirmativas são verdadeiras.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Referências
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 2 ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017.
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