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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL

Débora Nunes Martins Bueno

Fonte: Shutterstock.

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sem medo de errar

De acordo com a situação hipotética apresentada nesta Seção 3.1, falamos sobre um homem jovem, sedentário, hipertenso e com histórico de doenças renais que decide iniciar um programa de atividade física com você.
Nesta seção nós conhecemos as estruturas renais e suas funções, estudamos também a hemodinâmica e como a pressão exercida na cápsula glomerular pode beneficiar a filtração glomerular, além de entender quais solutos são filtrados, reabsorvidos e secretados ao longo do néfron e túbulo coletor. Sendo assim, agora podemos discutir sobre a situação-problema proposta, destacando alguns pontos importantes sobre o indivíduo que procurou ajuda de um profissional em Educação Física:

Durante a prática de atividade física, sabemos que ocorre um aumento da demanda metabólica. Por este motivo, o corpo se manifesta com resposta fisiológica aguda ao exercício, e a maioria dos estudos demonstra estas alterações somente nos sistemas cardiovascular e respiratório. Porém, apesar de esses sistemas apresentarem respostas diretas desde o início da atividade física, outros estudos começaram a ser feitos sobre a resposta do sistema renal durante o exercício físico.
Uma pessoa em repouso recebe cerca de 20-25 % do débito cardíaco total. Assim, durante o exercício físico intenso, ocorre um aumento do fluxo sanguíneo no coração e músculos esqueléticos. Porém, observa-se uma diminuição do fluxo nos músculos inativos, na pele, rins e órgãos que recebem a vascularização pela artéria esplênica, provocando uma isquemia renal.
Mas, apesar dos rins apresentarem um aporte sanguíneo diminuído durante atividade física intensa, um programa de exercícios moderados e individualizado para alunos com histórico de doenças renais pode produzir vários benefícios. Sendo assim, alguns estudos relatam a melhora do processo de filtragem renal durante o exercício físico leve e moderado, pois há um equilíbrio das pressões que estão presentes no corpúsculo renal. Desta forma, ocorreria mais excreção de substâncias tóxicas presentes no sangue. 
Um nefrologista de uma universidade na China relatou em um estudo de caso em que, ao examinar pacientes diabéticos com doença renal crônica, observou que os grupos de pacientes que realizavam atividade física apresentavam uma taxa de mortalidade diminuída comparado ao grupo sedentário.
Por fim, também é relatado que a predisposição ao cálculo renal é diminuída em pessoas que praticam atividade física. Isto se deve a um processo de filtração com maior frequência e pela eliminação de eletrólitos que causariam a chamada pedra nos rins.

Avançando na prática

O sistema renal e o envelhecimento

Dona Irani, de 70 anos de idade, resolve procurar ajuda médica, pois começou a reparar que alguma coisa estava errada com o seu sistema urinário. Ela percebeu que sentia uma vontade de urinar com muita frequência, sempre com urgência, sendo que algumas vezes houve escape da urina. Além disso, sentia dor ao urinar, e até chegou a apresentar febre baixa de 37,7 ºC.
Ao chegar ao médico, passar pela avaliação física e realizar exames laboratoriais, o médico prescreve antibióticos para a infecção urinária e determina sessões de fisioterapia para prevenir o avanço da incontinência urinária. Mas, o que poderia ter causado essas duas situações?

O que aconteceu com a Dona Irani é consequência do envelhecimento, que causa algumas alterações no sistema renal e deixa o corpo suscetível a infecções e doenças renais. Durante o processo de envelhecimento renal, ocorre uma diminuição no tamanho dos rins, que podem perder até 60 g de sua massa total, fato que acarreta um decréscimo do fluxo sanguíneo e queda da filtração do sangue.
Por esse motivo, alguns solutos permanecem circulando pelos vasos sanguíneos por mais tempo. Assim, pessoas mais velhas tendem a apresentar doenças renais, como inflamações renais e cálculos renais. Idosos também apresentam uma predisposição à desidratação porque os sensores que regulam a sede estão diminuídos, causando uma diminuição na sensação de sede e, consequentemente, fazendo essas pessoas ingerirem menos água, o que pode levar ao quadro de desidratação.
Além disso, as infecções do trato urinário são mais acentuadas em idosos. Podemos destacar:

  • Produção de urina acima de 3 l/dia (poliúria).
  • Urinar excessivamente durante a noite (noctúria).
  • Aumento na frequência de micções.
  • Dor ao urinar (disúria).
  • Incontinência urinária (perda involuntária de urina).
  • Sangue na urina (hematúria).

Portanto, os sintomas apresentados pela Dona Irani estão ligados ao envelhecimento do sistema renal e suas consequências.

Bons estudos!

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