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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

MECANISMOS DE FUNCIONALIDADE DO SISTEMA RENAL

Débora Nunes Martins Bueno

Fonte: Shutterstock.

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Sem medo de errar

De acordo com a situação-problema apresentada nesta Seção 3.2, na qual foi exposta a situação de uma mulher jovem que estava iniciando uma nova modalidade esportiva, o crossfit, sob orientação de um profissional de Educação Física conhecedor da técnica há 5 anos.
Nesta seção, nós conhecemos os mecanismos de transporte de todos os segmentos do néfron, falamos sobre a regulação da excreção renal de eletrólitos e qual o mecanismo de regulação do volume sanguíneo e da pressão arterial.
Então, agora podemos discutir alguns tópicos importantes e que aparecem nesta situação-problema proposta, que foram os sintomas apresentados como:

Durante a prática de exercício físico de modalidade muito intensa e prolongada, o corpo reage de maneira abrupta para tentar se acomodar ao estímulo exaustivo. Assim, alguns sintomas são considerados normais, mas, caso qualquer sintoma persistir por mais de 5 min, deve-se suspender o exercício imediatamente. Quando iniciamos o exercício, o corpo precisa encaminhar uma grande quantidade de oxigênio para os músculos que estão sendo trabalhados. Nesse caso, existe uma contração global dos músculos do nosso corpo e, por este motivo, os outros órgãos deixam de receber o aporte sanguíneo normal e desviam o fluxo sanguíneo para os músculos. Assim, a pessoa tende a sentir náuseas, pois o processo de digestão que acontece no estômago e intestino é pausado.
A falta de ar está relacionada à falta de condicionamento físico aeróbico. Em um treino de alta intensidade e prolongado, pode haver esse sintoma. Porém, com o tempo, o corpo se adapta e a pessoa vai alcançando o condicionamento físico recrutado para a prática exercida. A tontura está associada a um sinal de alerta que pode levar a pessoa a evoluir para um desmaio, a causa desse tipo de desmaio é o atraso na chegada de suprimento sanguíneo ao cérebro. Durante a perda transitória da consciência, o corpo reage com um estímulo vasovagal, no qual ocorre o disparo do nervo vago (X par de nervo craniano), levando a uma diminuição da pressão arterial e queda da frequência cardíaca.
Uma atividade física intensa pode causar a perda de até 2 litros de água por hora devido ao processo de transpiração e pela difusão de vapor de água pelos pulmões. Isto pode ocasionar desidratação e quebra do equilíbrio de líquidos e eletrólitos.
A desidratação é muito comum quanto realizamos atividade física em temperaturas elevadas, mas também pode ocorrer em temperaturas baixas quando se faz alguma prática exaustiva, sendo caracterizada pela perda de líquidos corporais que pode ser de até 1% do peso corporal total. Esse fator acaba sendo prejudicial para a performance física, pois diminui o débito cardíaco e prejudica o desempenho muscular. 
Por isso, atividades físicas muito intensas tem que ser acompanhadas por um profissional, e o treino precisa ser montado de forma segura e individual, separando os grupos por níveis de performance física e, aos poucos, ir avançando com cautela.

Avançando na prática

As consequências do acúmulo de ácido úrico no corpo humano

Faz 14 anos que o Sr. José Tim, 74 anos, sofre com uma dor intensa e latejante no joelho direito. Quando sentiu a dor pela primeira vez, ele achou que talvez estivesse sofrendo de algum desgaste na articulação do joelho ou poderia ser por falta de atividade física, já que tinha abandonado a prática há 20 anos. Em uma semana, a dor se tornou cada vez mais insuportável, e o joelho começou a ficar bem vermelho, com a temperatura local aumentada, e apresentou um grande edema. Na época, Sr. José Tim ficou muito assustado, mas não procurou atendimento médico: fez uso de uns analgésicos por conta própria e achou que deveria fazer alguma atividade física para ver se melhorava sua condição.
No entanto, seu quadro se agravou a ponto de ele não conseguir se levantar do sofá, e, após alguns dias, não conseguia andar devido à intensa dor. Sua neta, Helena, insistiu para ele ir até um médico. O médico pediu exames laboratoriais, exames de imagem e fez o exame físico. Durante a anamnese, o médico perguntou ao Sr. José Tim se ele consumia bebida alcoólica e quantas vezes consumia por semana. O velho ficou sem graça e disse que, após sua aposentadoria, nem se lembrava mais de quantas latas de cerveja ele consumia por dia. 
O diagnóstico médico foi gota, uma condição que causa acúmulo de ácido úrico no sangue, ocasionando a formação de cristais de monourato de sódio que ficam depositados principalmente nas articulações. Mas, o que pode causar o acúmulo de ácido úrico?

O Sr. José Tim sofre, há 14 anos, de dor crônica no joelho direito devido a uma doença denominada gota, que causa um acúmulo de ácido úrico nas articulações. O ácido úrico é uma substância tóxica formada a partir do metabolismo das purinas, substâncias abundantes que ficam distribuídas em todas as células do nosso corpo, pois fazem parte da estrutura do DNA e RNA. A todo momento, muitas de nossas células passam pelo processo de renovação celular. As células antigas morrem por apoptose, e o material genético também passa pelo processo de reciclagem celular, momento em que ocorre a degradação das purinas, gerando, como produto, o ácido úrico.
O fato de ocorrer um acúmulo de ácido úrico em determinadas articulações do nosso corpo pode estar associado à degradação celular e tecidual, ou pode ser por algum defeito enzimático herdado geneticamente.
Durante o processo de filtração glomerular, o ácido úrico não é filtrado, mas o urato plasmático, que é a forma aniônica do ácido úrico, é filtrado livremente e passa por um processo confuso de reabsorção e secreção. O resultado é a excreção do ácido úrico pela formação da urina.
Assim, quando o ácido úrico, por algum motivo, está em excesso no nosso corpo por ingestão alta de purinas ou pelo consumo exagerado de bebidas alcoólicas, ocorre o depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações, causando sintomas desconfortáveis à pessoa.
O tratamento mais adequado seria o uso de remédios anti-inflamatórios, a ingestão abundante de água, e não consumir bebidas alcoólicas por um tempo, pois seu consumo desencadeia as crises de gota.

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