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Praticar para aprender
Caro aluno, nesta seção vamos dar continuidade ao estudo do sistema endócrino para conhecermos a anatomia e fisiologia da glândula tireoide, das glândulas adrenais, do pâncreas e das glândulas sexuais.
Muito se fala sobre hormônios e sua importância para nosso corpo, mas você consegue identificar uma doença que esteja relacionada com alteração do sistema endócrino? Provavelmente, você já ouviu alguém falar “sou muito magra porque meu metabolismo é acelerado”, certo? Pois bem, existe uma alteração na glândula tireoide, que pode ocorrer por diversos fatores e causar o chamado hipertireoidismo, uma condição em que a glândula tireoide produz em excesso os hormônios tireóideos, que são fundamentais para o metabolismo celular. Nesta seção, nós vamos conhecer em detalhes como é o funcionamento desta glândula e entender qual sua ação no corpo humano.
Além disso, os temas abordados nesta seção são muito importantes para a compreensão dos ajustes que acontecem em nosso corpo durante a prática de atividade física, pois a atividade física pode influenciar nos pulsos de liberação de vários dos hormônios que serão descritos aqui.
O cortisol, por exemplo, tem seu pico de liberação aumentado em exercício físico intenso e diminuído em exercício leve; já em treinamentos resistidos intensos observa-se que o cortisol tem um papel importante na hipertrofia e na hiperplasia celular. Qual glândula secreta o cortisol? Por que o cortisol responde ao estresse causado pelo exercício físico?
A professora Celi, que tem 43 anos e leciona para o sexto ano do ensino fundamental, estava no meio da aula quando começou a sentir tontura, muita dor de cabeça, dormência nas pernas, boca seca e apresentava transpiração intensa. Ao término da aula, seus colegas de trabalho começaram a ficar muito preocupados e ligaram para o seu marido. Celi foi levada ao hospital já desacordada. Ao ser examinada, constatou-se por meio de exames laboratoriais um nível muito alto de glicose no sangue da professora. Ela permaneceu no hospital por aproximadamente 2 semanas em coma, os médicos conversaram com os familiares e contataram que Celi, em 2 meses, havia perdido cerca de 15 kg abruptamente, se queixava de formigamento nas pernas e pés, tinha muita sede, vivia com sensação constante de boca seca e muita vontade de urinar a todo instante. A equipe médica, após vários exames, chegou ao diagnóstico da professora Celi, diabetes melito do tipo 1. O que é diabetes melito? Por que a glicose no sangue da professora apresenta-se tão elevada?
Sendo assim, você consegue perceber que cada assunto tratado neste livro é importante para sua caminhada, contudo, por mais difícil que cada conteúdo pareça, é sempre relevante saber um pouco mais. Neste instante, o convite é para a leitura desta seção e que ela te proporcione o desejo de buscar saber mais, procurando artigos científicos para investigar mais sobre as influências do exercício físico sobre o sistema endócrino.
Tenha um ótimo estudo do sistema endócrino!
conceito-chave
Anatomofisiologia da glândula tireoide
A glândula tireoide está localizada logo abaixo da laringe e em frente à traqueia, apresenta-se dividida em lobo direito e lobo esquerdo que estão conectados por uma região denominada istmo (Figura 4.4). Esta glândula é composta por inúmeros sacos globulares denominados folículos tireóideos e ainda encontram-se nesta glândula diversas células, as quais, conforme o tipo estão envolvidas em uma determinada função. As células foliculares são em grande quantidade e compõem a parede dos folículos tireóideos, estas células estão relacionadas com a produção dos hormônios tireóideos, a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina ou tiroxina (T4). As células parafoliculares ficam dispostas entre os folículos e são em menor número, no entanto, são importantes na produção do hormônio calcitonina. E ainda existem células endoteliais que revestem os capilares que fornecem o aporte sanguíneo dos folículos.
A principal função da glândula tireoide é a produção e o armazenamento dos hormônios tireóideos que desempenham um papel importante na regulação do metabolismo celular e manutenção da homeostase do nosso corpo. Por esse motivo, os folículos tireóideos são considerados a unidade secretora, pois constituem a maior parte da glândula. Os folículos tireóideos são uma camada de células epiteliais que circundam uma cavidade a qual fica preenchida por secreção denominada coloide; já esta contém uma proteína chamada de tireoglobulina que é precursora dos hormônios tireóideos. Assim, o iodo proveniente da dieta é captado da corrente sanguínea para dentro das células da glândula tireoide, ocorrendo o processo de combinação do iodo com os resíduos de tirosina provenientes da proteína tireoglobulina, formando por ação da enzima tireoide peroxidase os hormônios tireóideos T3 e T4 que ficam armazenados no coloide dos folículos.

A regulação dos hormônios tireóideos é feita por retroalimentação negativa através do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide. Logo, o hipotálamo libera o hormônio liberador de tireotropina (TRH) que estimula as células da adeno-hipófise a secretar o hormônio estimulante da tireoide (TSH). Então, o TSH é transportado pela corrente sanguínea até a glândula tireoide onde se liga ao receptor de TSH desencadeando uma cascata bioquímica que resulta na estimulação da transcrição gênica de todos os fatores envolvidos na produção dos hormônios tireóideos, como o simporte de sódio-iodeto (Na+/I-), uma proteína que faz o transporte de iodeto nas células epiteliais, da proteína tireoglobulina e da enzima tireoide peroxidase. Dessa forma, o T3 proveniente da conversão de T4 chega ao hipotálamo inibindo a secreção de TRH e ainda os níveis altos de T3 na corrente sanguínea também inibem a liberação de TRH e/ou TSH. Apesar de T4 e T3 serem liberadas juntas para a circulação sistêmica, acontece que T4 é liberada em maior quantidade que T3, mas T4 atua de forma inativa, isto é, como pró-hormônio da T3. Portanto, quando T4 chega na célula-alvo, este se converte em T3 e se liga ao receptor para entrar na célula e desencadear sua ação.
A maioria das células do nosso corpo tem receptores para os hormônios tireóideos, por esse motivo estes hormônios apresentam uma ação global, sendo fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso e esquelético, controle do metabolismo celular, indução da diferenciação do tecido adiposo branco, atuação no sistema cardiovascular aumentando o débito cardíaco e o volume sanguíneo, na manutenção da temperatura corporal, entre outras.
No entanto, a glândula tireoide tem ao redor dos folículos tireóideos as células parafoliculares que produzem e liberam o hormônio calcitonina. A calcitonina tem a função de impedir a ação dos osteoclastos (células ósseas), diminuindo o nível de cálcio na corrente sanguínea.
Contudo, localizado na parte posterior da glândula tireoide encontram-se quatro pequenas massas de tecido gandular que formam as glândulas paratireoides. Dentro destas glândulas estão células secretoras chamadas de células principais, as quais são responsáveis por produzir e liberar o hormônio paratireoideo ou paratormônio (PTH). Este hormônio controla os níveis de cálcio, magnésio e fosfato no sangue. Todavia, quando os níveis de cálcio estão baixos, ocorre liberação do PTH que atua nos ossos, estimulando os osteoclastos a liberarem cálcio e fosfato na corrente sanguínea. O PTH ainda induz os rins a secretar fosfato e reabsorver cálcio e magnésio, além disso, induz os rins a liberarem o hormônio calcitriol que é a forma ativa da vitamina D, este age no intestino aumentado a taxa de absorção de cálcio, magnésio e fosfato. Portanto, os níveis de cálcio no sangue que regulam a liberação de calcitonina e paratormônio.
Assimile
Quando os hormônios tireóideos apresentam sua secreção desregulada, ocorrem alterações no metabolismo e até mesmo o crescimento desordenado da glândula tireoide, chamado de bócio. Por isso, uma secreção exagerada destes hormônios resulta em hipertireoidismo que pode causar nervosismo, frequência cardíaca aumentada com batimentos cardíacos bem intensos, aumento da pressão arterial e perda de peso. Já uma secreção muito diminuída destes hormônios gera o hipotireoidismo que tem como sintoma letargia e aumento de peso.
Anatomofisiologia das glândulas adrenais
As glândulas adrenais ou suprarrenais ficam localizadas acima dos rins (Figura 4.5), e são constituídas por duas regiões distintas, as quais produzem hormônios, o córtex que ocupa 90% da glândula suprarrenal e a medula que constitui os 10% restantes da glândula suprarrenal. O córtex da suprarrenal quando estimulado por hormônios da adeno-hipófise produz os hormônios esteroides, divididos em glicocorticoides (cortisol), mineralocorticoides (aldosterona) e andrógenos (desidroepiandrosterona – DHEA). A medula da suprarrenal estimulada pela ação do sistema simpático ativa a produção das catecolaminas (epinefrina e noraepinefrina).
O córtex da suprarrenal é composto por três zonas distintas que produzem e secretam hormônios esteroides diferentes. A zona glomerulosa é a mais externa e secreta os mineralocorticoides que são responsáveis pelos ajustes dos minerais do nosso corpo. A zona fasciculada é a parte média que secreta os glicocorticoides responsáveis principalmente pela manutenção da glicose. E, então, a zona reticular é a mais interna e secreta os androgênios com função de ter efeitos masculinos.
Os mineralocorticoides produzem o hormônio aldosterona, que tem como principal função regular os íons sódio e potássio, mas também atua ajustando a pressão e o volume sanguíneo e ainda possibilita a excreção de hidrogênio pela urina, o que favorece a manutenção do pH sanguíneo. Como vimos na unidade anterior, a secreção de aldosterona é promovida principalmente em uma situação de emergência, ou seja, quando ocorre uma hemorragia, desidratação ou deficiência de sódio que levam a uma diminuição drástica da pressão arterial e do volume sanguíneo que desencadeia a via renina-angiotensina-aldosterona. Dessa forma, a aldosterona age nos rins causando reabsorção de sódio e secreção de potássio, regulando o volume plasmático e a pressão do sangue.
O glicocorticoide que se apresenta em maior número é o cortisol, um hormônio que tem seu nível sanguíneo aumentado durante o dia e decai durante o sono. É responsável pela degradação de proteínas nas fibras musculares, aumentando a quantidade de aminoácidos na corrente sanguínea, estimula a síntese de glicose utilizando os aminoácidos disponíveis, com isso disponibiliza mais glicose para ser usada pelo sistema nervoso e pelas demais células do corpo. Além disso, estimula a degradação de triglicerídeos presentes no tecido adiposo e tem a função de inibir os leucócitos e assim agir como um potente anti-inflamatório.
Os hormônios andrógenos têm seu efeito em homens e mulheres, no entanto, a quantidade secretada é baixa. Nos homens, logo após a puberdade, os testículos se tornam os responsáveis em liberar os hormônios andrógenos, que dão toda a característica masculina e a glândula suprarrenal perde a função de liberar este hormônio. Já nas mulheres, os hormônios andrógenos favorecem a libido e ainda são convertidos em estrógeno (hormônio feminino), no entanto, após a menopausa, os ovários cessam a produção de estrógeno e, assim, os andrógenos liberados pela suprarrenal passam a ser o único meio de adquirir o estrógeno.
A liberação dos hormônios do córtex da suprarrenal geralmente é regulada pela via hipotálamo-hipófise-córtex suprarrenal, mas os mineralocorticoides têm sua regulação dependente da liberação de angiotensina II. A regulação dos glicocorticoides ocorre pela retroalimentação negativa, portanto, níveis baixos de cortisol estimulam o hipotálamo a secretar o hormônio liberador da corticotropina (CRH) que é transportado até a adeno-hipófise, estimulando a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que é liberado na circulação sistêmica e atua no córtex da suprarrenal estimulando a liberação de cortisol e a liberação dos hormônios andrógenos.
A medula da suprarrenal é a porção mais interna da glândula e a liberação das catecolaminas é uma resposta à estimulação do sistema nervoso autônomo simpático. Então, quando ocorre um estímulo estressante e até mesmo durante a prática de exercício físico, o disparo dos neurônios simpáticos é desencadeado e, consequentemente, estimulam as células da medula da suprarrenal a secretar epinefrina e norepinefrina. Este hormônios estão relacionados com a resposta ao estresse, conhecida como luta-ou-fuga, isto provoca um aumento do débito cardíaco, frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória e dos níveis de glicose no sangue. E, ainda, estimula a adeno-hipófise a liberar ACTH e TSH para auxiliar no controle do estresse e no aumento do metabolismo celular.
Reflita
A carga de estresse diária que recebemos faz bem ou mal para nosso corpo?
Anatofisiologia e funções do pâncreas
O pâncreas é uma glândula localizada atrás do estômago próximo à curvatura do duodeno (intestino delgado), é dividido em três partes – a cabeça, o corpo e a cauda. É uma glândula com função exócrina que libera o sulco pancreático fundamental para o sistema digestório descrito na Unidade 1.3 e função endócrina produzindo e liberando três hormônios que fazem a manutenção da glicose sanguínea.
As células que compõem a parte externa do pâncreas têm função exócrina e as células aglomeradas na parte interna são denominadas ilhotas pancreáticas ou de Langerhans, as quais têm três tipos de células: alfa, beta e delta (Figura 4.6). A célula alfa constitui uma pequena parcela de células endócrinas, sendo responsável por produzir e secretar o hormônio glucagon, as células betas são a maioria das células endócrinas e têm como papel principal produzir e secretar a insulina e ainda existe uma pequena quantidade de células delta que produzem e secretam somatostatina.
O pâncreas é um órgão extremamente vascularizado e apesar da maior parte da sua massa ser composta por células exócrinas, os vasos sanguíneos circundam a sua porção endócrina a fim de lançar na circulação sanguínea seus hormônios. A irrigação sanguínea do pâncreas é proveniente da artéria esplênica e das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior. Já a drenagem venosa ocorre para a veia porta-hepática levando os hormônios do pâncreas para o fígado, ocasionando o metabolismo hepático e, por fim, distribuição dos hormônios pela circulação sistêmica do corpo.

As ilhotas pancreáticas têm inervação comandada pelo sistema nervoso autônomo, com finalidade de atuar sobre a liberação dos hormônios do pâncreas. Assim, quando o sistema nervoso parassimpático é ativado pelo nervo vago (X par de nervo craniano), ocorre estímulo da secreção de insulina e somatostatina. Geralmente, este estímulo acontece durante o processo de digestão e absorção dos nutrientes pelo sistema digestório, e quando o sistema nervoso simpático é ativado ocorre a inibição da insulina basal e da somatostatina, mas há estímulo da secreção de glucagon, efeito que acontece durante o exercício físico.
Ao longo do dia, a insulina é liberada de forma pulsátil e rítmica, sendo primordial para suprir a produção de glicose no fígado e para a manipulação da glicose pelo tecido adiposo. Após uma refeição, os níveis plasmáticos de insulina tendem a aumentar em resposta ao consumo de aminoácidos e de glicose. Portanto, a célula beta do pâncreas serve como um sensor que responde aos níveis plasmáticos elevados de glicose e aminoácidos; estas células também agem em resposta a outros hormônios e neurotransmissores. Assim, a insulina é fundamental para o desenvolvimento dos tecidos e quando eles estão crescendo ou sendo reparados.
O glucagon tem ação antagônica à insulina e é sintetizado na forma de pró-glucagon que é expresso no pâncreas pela célula alfa, nas células do intestino pelo GLP-1 e no cérebro. Quando o nível de glicose diminui no sangue, a célula alfa libera o glucagon que tem sua ação principal no fígado e no tecido adiposo, a fim de aumentar os níveis plasmáticos de glicose.
A glicose é extremamente importante para o nosso corpo, sendo utilizada para produzir ATP, ou seja, participa da produção de energia de todas as nossas células. O nível de glicose no sangue é o primordial para o controle de secreção de insulina e glucagon por retroalimentação negativa. Por isso, quando acontece uma diminuição acentuada do nível de glicose plasmática, a célula alfa libera glucagon, que atua nas células do fígado causando a degradação do glicogênio em glicose e promovendo a síntese de glicose a partir de aminoácidos e de ácido lático; com isso, se ainda houver necessidade, o glucagon causa retirada de glicose de algumas células do nosso corpo deixando-a mais disponível na corrente sanguínea, logo ocorre um aumento do nível de glicose no sangue. Contudo, o aumento exagerado do nível de glicose no sangue ativa a célula beta que libera insulina e inibe a ação do glucagon, a insulina vai agir nas células do nosso corpo, facilitando a entrada de glicose para dentro das células, principalmente nos músculos estriados esqueléticos, e ajudando a acelerar a síntese de glicogênio para armazenar glicose no fígado. O resultado final desse processo é a queda de glicose plasmática, e a medida que o nível de glicose decai além do normal, acontece a inibição das células beta e inicia um novo ciclo com ação do glucagon.
A somatostatina tem uma pequena colaboração no controle da liberação de insulina e glucagon. A secreção de somatostatina pela célula delta é estimulada pela dieta rica em proteína, gordura e carboidrato e sua secreção é inibida pela ação da insulina. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos deste hormônio sobre o nosso corpo.
Exemplificando
A glicose utilizada pelo nosso corpo é proveniente de carboidratos e açúcares presentes na nossa dieta; se deixamos de ingerir alimento por um período prolongado, entramos em estado de jejum. A glicose é importante para nossas células para produção de energia, por esse motivo, quando entramos em jejum, o nível de glicose no sangue começa a diminuir, então, o corpo começa a quebrar moléculas para obter a glicose, como o glicogênio presente no fígado que é degradado para aumentar os níveis de glicose na corrente sanguínea, mas este estoque dura aproximadamente 24h. Após este tempo, o fígado realiza a gliconeogênese, que é a síntese de glicose a partir dos aminoácidos ainda presentes no corpo. Em jejuns que ultrapassam 48h, o processo de cetose se inicia, em que o corpo realiza a lipólise, isto é, a quebra moléculas de gordura, a fim de obter energia a partir do triglicerídeos. Estudos demonstram que o excesso de corpos cetônicos por exceder mais de 5 dias de jejum pode causar acidose metabólica por diminuir o pH do sangue, podendo levar a pessoa ao coma e, em casos extremos, à morte.
Anatomofisiologia das glândulas sexuais
As gônadas são glândulas sexuais secretoras de hormônios e fazem parte de dois sistemas reprodutores feminino e masculino.
A regulação endócrina do sistema reprodutor feminino acontece pela via hipotálamo-hipófise-ovário (Figura 4.7). Assim, o órgão reprodutor principal deste sistema consiste nos ovários, onde durante o ciclo ovariano ocorre produção e liberação de estrógeno e progesterona. Os ovários são constituídos de um córtex externo que tem folículos de tamanhos variados e uma medula interna com tecido conjuntivo vascular. No período de desenvolvimento do folículo, as células epiteliais que ficam envolta do ovócito primário se diferenciam em células da granulosa, e a outra parte de células do estroma se transforma em células da teca. Os folículos já maduros são maiores e contêm em seu interior um líquido albuminoso e apresentam uma camada fibrovascular ligada externamente ao estroma do ovário; internamente as células da granulosa ficam ancoradas na zona pelúcida (envolve o ovócito). A zona pelúcida forma a coroa radiada do ovócito, assim, no momento da ovulação, o folículo se funde à membrana do ovário e a zona pelúcida se solta da granulosa e é expelida junto com o ovócito. Estes folículos já iniciam sua formação antes do nascimento do bebê, e durante a puberdade inicia seu desenvolvimento e maturação durante a vida reprodutiva da mulher, até a fase reprodutiva cessar.
A regulação da produção e liberação dos hormônios do ovário é dependente da via hipotálamo-hipófise. Portanto, o hipotálamo libera o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) que é transportado até a adeno-hipófise estimulando a secreção do hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH), estes são transportados até os ovários e atuam no ciclo ovariano onde ocorre a secreção de outros hormônios como o estrógeno, progesterona, inibina e relaxina. O FSH tem a função de estimular o crescimento folicular e com isso estes folículos em desenvolvimento produzem e secretam o estrógeno, logo, para que os folículos se desenvolvam, começa a ação do LH, que auxilia no amadurecimento destes folículos, na secreção de estrógeno e promove a ovulação, ficando ainda ativo após a ovulação para a formação do corpo lúteo que secreta progesterona, inibina e relaxina. O estrógeno secretado pelos folículos é responsável por estimular o desenvolvimento e manutenção das estruturas da genital feminina e das mamas. A progesterona que é liberada pelo corpo lúteo tem papel fundamental na preparação do útero (endométrio) para a implantação do óvulo fecundado. Além disso, o corpo lúteo produz uma pequena quantidade de relaxina durante o ciclo ovariano para evitar contrações uterinas enquanto acontece o processo de implantação do óvulo fecundado. E, por fim, a inibina tem a função de inibir o FSH e o LH, sendo liberada pelos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo após a ovulação.

Os testículos constituem o órgão principal do sistema reprodutor masculino e sua regulação envolve a via hipotálamo-hipófise-testículos (Figura 4.8). Os testículos são formados por vários lóbulos que têm os túbulos seminíferos que são fixados pelo tecido conjuntivo frouxo, no interior dos túbulos seminíferos, encontram-se células espermatogênicas que formam os espermatozoides, que ficam dispostos no lúmen do túbulo seminífero. Entre os túbulos seminíferos encontram-se as células de Leydig, que têm a função de secretar a testosterona, um andrógeno fundamental para as características masculinas e promover a libido nos homens. Nas paredes dos túbulos seminíferos observam-se as células de Sertoli, as quais dividem os túbulos seminíferos em compartimentos para o desenvolvimento dos espermatozoides, nutrindo e protegendo estes espermatozoides; se houver células em degeneração, elas são fagocitadas pelas células de Sertoli, as quais ainda secretam inibina. No início da puberdade do homem, o hipotálamo libera GnRH que estimula a adeno-hipófise a secretar o LH que atua nas células de Leydig estimulando a produção e secreção de testosterona, então, a testosterona junto com o FSH secretado pela adeno-hipófise, atua nas células de Sertoli promovendo a espermatogênese (síntese de espermatozoide); estas células ainda liberam inibina que atua inibindo a secreção de FSH, este processo ocorre para manter o nível de produção de espermatozoide dentro da faixa normal.

Dessa forma, encerramos esta seção, em que abordamos a anatomia e fisiologia de algumas glândulas e órgãos endócrinos e conhecemos a importância da manutenção dos hormônios em nosso corpo, para manter a homeostase corporal.
Faça valer a pena
Questão 1
A diferenciação sexual in útero, a maturação, a espermatogênese e, por fim, a reprodução são funções do sistema reprodutor masculino que estão sob controle neuroendócrino. As duas principais funções dos órgãos sexuais masculinos do adulto, os testículos, consiste na produção de espermatozoides e na síntese do hormônio que desenvolve as características masculinas.
Qual a função das células de Leydig?
Correto!
A alternativa correta é a primeira: o hipotálamo libera GnRH que estimula a adeno-hipófise a secretar o LH que atua nas células de Leydig, as quais têm a função de secretar a testosterona, um andrógeno fundamental para as características masculinas e promover a libido nos homens.
Tente novamente...
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Questão 2
As duas glândulas adrenais ou suprarrenais localizam-se acima dos rins, uma de cada lado. Cada adrenal humana pesa cerca de 4g e é formada por dois tecidos endócrinos distintos: uma porção externa, o córtex adrenal, e uma região mais interna, a medula adrenal.
Considerando o contexto, avalie as afirmativas a seguir:
- A zona glomerulosa é a mais interna e secreta os androgênios com função de ter efeitos masculinos.
- Os mineralocorticoides produzem o hormônio aldosterona, que tem como principal função regular os íons sódio e potássio.
- A regulação da liberação dos hormônios do córtex da suprarrenal geralmente é feita pela via hipotálamo-hipófise-córtex suprarrenal.
- O paratormônio estimula o hipotálamo a secretar o hormônio liberador da corticotropina.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a correta.
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Correto!
Esta é a alternativa correta.
A afirmativa I está incorreta, pois o correto seria afirmar que a zona glomerulosa é a mais externa e secreta os mineralocorticoides que são responsáveis pelos ajustes dos minerais do nosso corpo.
A afirmativa II está correta, os mineralocorticoides produzem o hormônio aldosterona, que tem como principal função regular os íons sódio e potássio.
A afirmativa III está correta, a regulação da liberação dos hormônios do córtex da suprarrenal geralmente é feita pela via hipotálamo-hipófise-córtex suprarrenal.
A afirmativa IV está incorreta, pois o cortisol estimula o hipotálamo a secretar o hormônio liberador da corticotropina.
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Questão 3
Citação
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Neste sentido, julgue as afirmativas a seguir em (V) Verdadeiras ou (F) Falsas.
( ) As células beta são a maioria das células endócrinas e têm como papel principal produzir e secretar a insulina.
( ) As ilhotas pancreáticas têm sua inervação comandada pelo sistema nervoso somático, com finalidade de atuar sobre a liberação dos hormônios do pâncreas.
( ) As células delta produzem e secretam glucagon, um hormônio com ação antagonista à insulina.
( ) A irrigação sanguínea do pâncreas é proveniente da artéria esplênica e das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
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Correto!
Esta é a alternativa correta.
A primeira afirmativa é verdadeira.
A segunda afirmativa é falsa, pois é o sistema nervoso autônomo que inerva as ilhotas pancreáticas.
A terceira afirmativa é falsa, pois na verdade a célula alfa que produz e secreta glucagon, um hormônio com ação antagônica à insulina.
A quarta afirmativa também é verdadeira.
Tente novamente...
Esta alternativa está incorreta, leia novamente a questão e reflita sobre o conteúdo para tentar outra vez.
Referências
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MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. Anatomia Orientada para Clínica. 8 ed.. São Paulo: Grupo GEN, 2018.
RHOADES, R. A.; TANNER, G. A. Fisiologia médica. 2 ed. Rio de Janeiro, Editora Ganabara Koogan, 2005.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
SPENCE, A. P. Anatomia humana básica. 2 ed. Barueri: Manole, 1991.
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