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SEM MEDO DE ERRAR
A situação-problema apresentada no começo da seção relata a curiosidade de uma estudante de Educação Física sobre a fisiologia renal. Ela conheceu a história de uma triatleta que desmaiou durante a prova de corrida por apresentar uma baixa de sódio plasmático.
Nesta seção, nós conhecemos os mecanismos que controlam a osmolaridade e regulam o pH, falamos sobre os principais hormônios que atuam nos néfrons e influenciam na concentração da urina, além de algumas patologias renais.
Por isso, agora que exploramos o sistema renal, podemos discutir alguns tópicos desta situação-problema, que foram:
- Hiponatremia de diluição.
- Osmolaridade.
- Suor excessivo contendo cristais brancos.
- Baixa concentração de sódio plasmáticos.
A hiponatremia ocorre quando os níveis plasmáticos de sódio estão abaixo dos valores de referência (< 135 mEq/L). Este quadro clínico acontece quando há o consumo de uma grande quantidade de líquidos com um teor muito baixo sódio, causando uma alteração da osmolaridade. Durante a prática de exercícios físicos, a contração muscular pode ser local ou generalizada. A prática do triatlo envolve muitas modalidades que usam todos os músculos do corpo, o que gera um aumento da temperatura interna devido ao metabolismo celular alto. Para perder calor, o corpo utiliza a transpiração, e a taxa de sudorese pode variar conforme a temperatura do ambiente. A perda sódio no suor varia entre 20 mEq/L e 90 mEq/L. Quando o suor contém uma grande quantidade de sódio, podem surgir cristais brancos na pele.
Para manter o equilíbrio de água e sódio, nosso corpo libera hormônios que atuam nos rins. Sob o esforço do exercício físico, a estimulação simpática provoca o aumento da liberação de aldosterona e hormônio antidiurético, que atuam nos túbulos realizando a retenção de água e sódio.
Assim, quando há liberação do hormônio antidiurético de forma desequilibrada, o corpo retém muita água, condição que causa o decréscimo na concentração sanguínea do soluto. A ingestão excessiva de água durante o exercício físico também não é indicada, pois dilui o sódio plasmático.
Portanto, o indicado é ingerir líquidos que contenham os eletrólitos do suor, como é o caso das bebidas denominadas isotônicas, constituída por água, sais minerais e carboidratos, composição semelhante ao plasma.
Avançando na prática
Regulação fisiológica da sede
Gustavo sempre escutou de sua mãe que o corpo precisa de uma grande quantidade de água para funcionar de maneira adequada. Mas, na verdade, Gustavo achava que a mãe dele dizia essas coisas para induzi-lo a ingerir mais água durante o dia, pois ele mal bebia um copo de 250 ml de água por dia. Ele argumentava com sua mãe que, se o corpo dele precisasse de água, iria sentir sede e, assim, ele ofertaria água para o corpo só quando necessário. O que Gustavo não entende é que o nosso corpo, a todo momento, perde líquido, o que pode gerar um desequilíbrio hídrico que pode, ao longo dos anos, causar prejuízos ao corpo. Entretanto, por que sentimos sede? Qual a quantidade de água que devemos ingerir por dia?
A sede é a sensação relacionada com a necessidade de água pelo organismo. No nosso sistema nervoso central (hipotálamo), existem neurônios denominados osmorreceptores, que detectam as alterações da osmolaridade. Portanto, quando há um aumento da osmolaridade, os osmorreceptores são estimulados e causam uma grande sensação de sede. A água ingerida é rapidamente absorvida, reduzindo a osmolaridade para o normal. No entanto, ao mesmo tempo em que sentimos sede, os osmorreceptores estimulam neurônios do hipotálamo a secretar na corrente sanguínea o hormônio antidiurético (neuro-hipófise). O hormônio antidiurético atua no néfron distal, colocando canais de água na membrana celular para que ocorra reabsorção de água e, assim, diminuir a perda de água na urina.
Dessa forma, se não estivermos ingerindo a quantidade diária adequada de água, o nosso corpo deverá trabalhar mais nos reajustes hídricos constantemente. O nosso plasma sanguíneo é composto por aproximadamente 95% de água, o que significa que o nosso organismo exige uma quantidade ideal de água para o funcionamento celular normal. O valor de ingestão diária de água varia de pessoa para pessoa. Existe um cálculo que pode ser feito: 35 ml de água multiplicado pelo peso corporal da pessoa (em kg). O resultado é o valor ideal de ingestão de água diário.