Os espaços externos de uma residência, em grande parte, abrigam uma estrutura adequada a momentos relacionados ao lazer dos moradores, configuram um lugar de convívio entre eles e as pessoas com quem se relacionam e muitas vezes recebem
grande aporte de investimentos pelo proprietário. É interessante que haja integração entre os equipamentos e os espaços pensados para essa parte da residência.
Vamos ver agora questões relacionadas a assuntos como a setorização do projeto arquitetônico, que inclua tanto os ambientes internos quanto os externos a um edifício e a importância e as vantagens do investimento em um bom projeto paisagístico.
São temas que qualificam e valorizam uma residência.
AMBIENTES INTERNOS E EXTERNOS
A arquitetura de uma edificação deve estar de acordo com o seu entorno, o contexto do terreno e dos espaços externos a ela. Pensando nisso, podemos relacionar os espaços internos de uma obra a seus espaços externos, sendo que essa relação
será definida pela natureza das paredes externas do edifício (CHING, 2013).
Imagine que uma determinada face de uma residência, voltada para uma vista ampla arborizada, deve se aproveitar dessas questões para ser definida.
Nesse caso, o ideal é que ela tenha componentes em vidro, por exemplo, ou materiais e aberturas que permitam o aproveitamento dessa qualidade, integrando os ambientes internos ao ambiente externo. As paredes externas podem ser opacas,
dividindo claramente os espaços do interior do edifício do espaço externo, que fica isolado, mas também podem ser transparentes, fundindo o interior com o exterior.
PAISAGISMO
O paisagismo é um dos instrumentos para configurar e qualificar uma área externa, ou até mesmo interna.
Os projetos de arquitetura paisagística se desenvolvem de maneira semelhante aos projetos de edificações, há o contato inicial com o cliente para a definição do programa de necessidades em que são abordados tópicos como os desejos
e expectativas sobre o projeto, assim como a apresentação de estudos preliminares até sua aprovação.
Clique na imagem e observe a integração de um ambiente doméstico a pátios internos com arborização.
Ambiente interno da residência
Jardim interno da residência
Fonte: COSTA, 2015.
O paisagismo é um elemento que pode agregar grande valor a uma residência. Não apenas áreas externas à edificação se beneficiam dele, como também as internas, a exemplo dos jardins de inverno.
SETORIZAÇÃO
A setorização de um projeto arquitetônico influencia a movimentação dentro de um espaço projetado. O espaço deve ser pensado de acordo com a circulação, que o arquiteto pode prever. De posse das informações coletadas durantes as reuniões
com a cliente, e com o programa de necessidades já desenvolvido, a melhor forma de pensar a setorização de uma residência é imaginar o cotidiano e a rotina dos moradores dentro da edificação.
Imagine que uma determinada face de uma residência, voltada para uma vista ampla arborizada, deve se aproveitar dessas questões para ser definida.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Tanto para a linguagem utilizada em projetos de edificações, quanto em projetos de paisagismo, existem normas para os desenhos que facilitam sua leitura pelos profissionais.
NBR 6492 - Representação de projetos de arquitetura (ABNT, 1994).
Para a representação dos desenhos técnicos, o ideal é que as pranchas sigam a NBR 6492. É mais fácil que o projeto seja compreendido quando se utiliza de elementos de representação, de uma linguagem comum ao seu meio. Portanto, para representar
diversos elementos no projeto de arquitetura, são utilizados símbolos, texturas e gráficos que normalmente se utilizam no meio profissional, colaborando para que todos compreendam da mesma maneira as informações presentes na proposta.
Veja algumas definições adotadas na NBR 6492:
Planta de situação
Traz informações sobre o terreno para o qual a proposta está sendo pensada. É essencial que essa planta represente as curvas de nível existentes e projetadas, que indique a área em que a construção será realizada, construções
ali existentes e demolições a serem feitas e indicações dos principais acessos.
Planta de locação
Traz, além de informações sobre o projeto de arquitetura, também seus complementares, como o movimento de terra, projetos de elétrica e hidráulica. Essa planta deve trazer, entre outros elementos, as cotas gerais e
os níveis principais do projeto arquitetônico, a indicação dos limites externos da edificação a ser construída, assim como seus recuos e afastamentos e os eixos do projeto. Ambas as plantas devem, necessariamente,
apresentar a indicação do norte.
Planta de edificação
Mostra tudo que está a 1,50 do piso em referência. Nela aparecerão o sistema estrutural, cotas, elementos arquitetônicos, denominação de todas as áreas úteis, marcação de cortes e fachadas, além de outras notas gerais.
Cortes e Anotações
Os cortes também são importantes para a representação de um projeto arquitetônico, já que mostram os detalhes construtivos da proposta. Eles mostram, assim como a planta de edificação, o sistema estrutural, cotas verticais, e compartimentos
seccionados.
É importante utilizar elementos de anotação que sejam os mais utilizados no meio profissional da arquitetura, pois assim seus projetos serão melhor compreendidos.
Exemplo de Planta de edificação com anotações
Exemplo de corte com anotações
Também fazem parte desse conjunto os desenhos de elevações, detalhes ou ampliações, o programa de necessidades, memorial justificativo, discriminação técnica, especificações, lista de materiais e orçamento.
Vimos que em um projeto arquitetônico devemos pensar na integração dos espaços da residência, além de considerar também as áreas externas como parte da proposta a ser realizada. Um bom projeto paisagístico, pode trazer maior valor de mercado
a uma edificação ao qualificar as áreas externas.
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