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FISIOTERAPIA

CARDIOPULMONAR

Atuação fisioterapêutica em cirurgias cardiotorácicas

O momento de realizar uma cirurgia pulmonar ou cardíaca é cercado de vários medos e incertezas por causa da complexidade do procedimento. Muitas vezes de grande porte, essas cirurgias são invasivas e geram dor e desconforto ao paciente, limitando sua capacidade para realizar atividades cotidianas. É justamente por todos esses aspectos que a fisioterapia tem atuado com esses pacientes, tanto no momento pré-cirúrgico como no pós-cirúrgico, com o objetivo de diminuir as complicações pulmonares e funcionais, além de agilizar o processo de recuperação, informando ao paciente as etapas que ele precisará seguir para poder retornar às atividades habituais.

Cirurgias cardiotorácicas: cenário brasileiro

Já sabemos que a incidência de cirurgias cardiotorácicas está cada vez maior, considerando o aumento de doenças crônicas não transmissíveis por causa de hábitos como:

alimentação desbalanceada

sedentarismo

tabagismo

longevidade da população

O Brasil apresenta o seguinte cenário:

Óbitos com causa confirmada

Um gráfico de pizza destaca que doenças cardiovasculares são responsáveis por 32,6% dos óbitos com causa confirmada no Brasil.

Óbitos em 2011

22.424 mortes por

CÂNCER DE PULMÃO

Principais motivos:

Fatores
hereditários

Hábito de
fumar

APÓS CIRURGIA TORÁCICA, ESTIMA-SE:

A imagem mostra que, após cirurgia torácica, estima-se que haja redução de 50% a 60% da capacidade vital, que é a quantidade de ar que passa pela boca ente uma inspiração máxima e uma expiração completa. Além disso, estima-se uma redução de 30% da capacidade funcional residual, que é o volume de ar que permanece nos pulmões ao final de expiração normal.

PRINCIPAIS CAUSAS

Disfunção do diafragma 

Colapso alveolar

Dor pós-operatória

Justamente com o objetivo de minimizar as complicações pós-cirúrgicas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, a fisioterapia está atingindo uma maior abrangência nos cuidados antes e após os procedimentos cirúrgicos.

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Apresentaremos, a seguir, os principais objetivos da atuação fisioterapêutica no contexto de cirurgias cardiotorácicas no pré e pós-operatório. Além disso, destacaremos aspectos ligados à avaliação e aos cuidados. Explore a galeria e saiba mais.

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PRÉ-OPERATÓRIO – AVALIAÇÃO

É essencial a realização de uma avaliação detalhada, a fim de identificar risco aumentado para o desenvolvimento de complicações pós-operatórias. Para isso, uma anamnese criteriosa deve ser realizada, buscando entender a queixa principal do paciente e a história da moléstia atual. Além disso, alguns fatores de risco devem ser considerados na avaliação do paciente: idade avançada (maior que 60 anos), obesidade, desnutrição, tabagismo, função pulmonar alterada, natureza da doença pulmonar e cardíaca preexistente, não capacidade de manter as vias aéreas pérvias, presença de comorbidades, tipo de anestesia (local x geral), necessidade de intubação orotraqueal, internação pré-operatória prolongada, além de capacidade de exercício ou funcional diminuídas. Pode ser necessária a realização de testes específicos da função respiratória (Pico de fluxo expiratório, pressão inspiratória máxima (PImax) e pressão expiratória máxima (PEmax), ventilometria e espirometria etc.). A avaliação da sintomatologia e dos níveis de ansiedade e depressão são importantes para se ter uma visão mais completa do paciente que passará pelo procedimento cirúrgico.

PRÉ-OPERATÓRIO – ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Os pacientes que passam por atendimento fisioterapêutico pré-operatório têm menores prejuízos funcionais no pós-cirúrgico e tendem a ter menores níveis de ansiedade. A proposta de atuação do fisioterapeuta deve ser individualizada, com base no resultado da avaliação realizada previamente. Pode ser realizada com os seguintes procedimentos: 

  • Orientações quanto aos procedimentos cirúrgicos: incisão, tempo de internação em UTI, ventilação mecânica, extubação, presença de drenos, dor, mobilização precoce etc.
  • Treinamento muscular respiratório: reduz a incidência de complicações pulmonares pós-operatórias e o tempo de internação.
  • Técnicas de higiene brônquica: caso o paciente apresente sinais de secreção pulmonar, como tosse produtiva e ausculta pulmonar alterada.
  • Técnicas de reexpansão pulmonar: evitam o colapso das estruturas alveolares e prejuízos da relação ventilação/perfusão.
  • Manutenção da capacidade funcional: podem ser realizadas mobilização articular passiva, ativo-assistida, ativa e/ou resistida, alongamento muscular, exercícios metabólicos etc.

PÓS-OPERATÓRIO – CUIDADOS

Assim que paciente tiver estável hemodinamicamente, mudanças de decúbitos e transferências são indicadas e estimuladas, a fim de evitar consequências decorrentes do imobilismo. Para tal, deve ser incentivado que o paciente realize os movimentos ativamente, com o auxílio do profissional de saúde para evitar a realização de esforço excessivo associado à manobra de valsalva, que pode gerar resposta vagal reflexa. As mudanças de decúbito devem ser realizadas em fases, para evitar hipotensão postural e permitir que o paciente fique seguro nas posições verticais. É muito comum, após cirurgia cardiotorácica, que o paciente permaneça nos primeiros dias do pós-operatório com drenos (de mediastino e de tórax). A drenagem torácica é uma técnica que tem por objetivo remover o conteúdo líquido, gasoso, purulento ou sanguinolento do interior da cavidade pleural ou do mediastino, evitando seu acúmulo e reduzindo o desconforto do paciente. Devem ser aplicadas técnicas que minimizem a dor e aumentem o conforto do paciente para tossir. 

PÓS-OPERATÓRIO – AVALIAÇÃO

Quando o paciente chega de uma cirurgia cardiotorácica, seja na UTI ou na enfermaria, toda a equipe de profissionais da saúde deve estar atenta e fazer uma monitorização rigorosa a fim de detectar precocemente qualquer alteração ou instabilidade que o paciente venha a apresentar, uma vez que esse momento é crucial para uma boa evolução e recuperação após a cirurgia. Aliados aos fatores que foram avaliados e pontuados como risco no momento pré-cirúrgico, outros aspectos devem ser considerados na avaliação pós-cirúrgica, no período peri-operatório, como tipo e duração da anestesia, se houve associação com bloqueadores musculares, utilização de circulação extracorpórea (CEC), parada cardíaca, tempo de cirurgia, necessidade de tempo de ventilação mecânica. Os fatores pós-operatórios também devem ser considerados fatores de risco para complicações pulmonares e funcionais: imobilização, posição supina, depressão do nível de consciência, dor intensa e incapacitante, presença de sonda nasogástrica, intubação e ventilação mecânica prolongadas e falta de cooperação do paciente. 

PÓS-OPERATÓRIO – ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA 

É na atuação fisioterapêutica que os principais sintomas como medo, dor e ansiedade podem parecer, tendo em vista o momento de sensibilidade física e psíquica do paciente. Os objetivos da atuação cardiorrespiratória no pós-operatório de cirurgias cardiotorácicas são: manter as vias aéreas pérvias e a ventilação pulmonar, favorecendo a eliminação de secreções; reexpandir áreas atelectasiadas, reduzir o shunt e melhorar a complacência pulmonar; melhorar a resistência e a força dos músculos respiratórios, buscando atingir ou superar os valores do pré-operatório; monitorizar e otimizar a ventilação mecânica e a administração de oxigênio; evitar complicações da ventilação mecânica e diminuir o tempo de intubação; evitar deformidades e contraturas; melhorar e/ou manter a função motora; posicionar o paciente adequadamente no leito. 

Alguns recursos podem ser utilizados para realizar a fisioterapia respiratória no pós-operatório: manobras de higiene brônquica e de reexpansão pulmonar, ventilação não invasiva (VNI), respiração com pressão positiva intermitente (RPPI), incentivadores respiratórios. As sessões de fisioterapia são recomendadas no mínimo três vezes ao dia e as sessões devem ter curta duração. O número de repetições e a velocidade de execução dos movimentos devem respeitar a intensidade de 20 batimentos por minuto acima da frequência cardíaca de repouso. 

Nesta webaula foram expostas apenas algumas possibilidades de atuações fisioterapêuticas, pois tudo depende do procedimento cirúrgico (procedimentos mais complexos apresentam maiores riscos de complicações) e do estado funcional de cada paciente. Isso significa que não há uma relação direta entre o tipo de procedimento e os tipos de complicações, pois a condição clínica do paciente determina os cuidados a serem tomados, e a avaliação contínua do fisioterapeuta é essencial para entender o estado do paciente e como será a evolução de seu tratamento.

Bons estudos!

Tipo do Produto:

WA_KLS_19-1_U3_S2

Nome do Produto:

Webaula KLS2.0

Nome da Disciplina

FISIOTERAPIA CARDIOPULMONAR NA SAÚDE DO ADULTO

Semestre de Produção

2019.1

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1

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