GASTRONOMIA DOS EUA E DO MÉXICO
Conheça alguns pratos representativos, como apple pie, hambúrguer, guacamole e tortillas.

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convite ao estudo
A gastronomia das Américas tem sido foco no cenário internacional e tem reconhecimento mundial garantido, inclusive entre seus famosos pares europeus e asiáticos. Muitos chefs que não são nativos desta região hoje afirmam que esta é a cozinha
“do momento”, a região de maior vanguarda, com mais produtos a serem desvendados por gourmets no mundo e de maior crescimento atualmente.
De quantos pratos que representam esta região você seria capaz de se lembrar? Quantos você sabe fazer? Provavelmente você precisa conhecer outros mais e desvendar alguns produtos e sabores novos, além de algumas técnicas. Quando dividimos
esta área em América do Norte, América Andina e América do Sul, este desafio fica mais sistematizado.
Para ajudar na consolidação dos ensinamentos, considere que você está trabalhando como gastrônomo em uma rede de restaurantes e que irá, junto com uma equipe, a um encontro internacional de grandes chefs das Américas como ouvinte.
Os gestores da rede de restaurantes em que você trabalha elaboraram um grande desafio para a equipe: mapear e diagnosticar os pratos que fazem parte da identidade de cada país participante do encontro. Para começar este trabalho, vocês dividiram
as Américas em grandes regiões, e assim cada um ficará responsável por uma parte do trabalho. Você escolheu América do Norte, Dalva escolheu a parte relativa à América Andina e Roberto ficou com a América do Sul.
Vocês pensaram em um roteiro comum para perguntar aos chefs destas regiões: quais são os pratos que mais representam seu país? Há muitas diferenças entre a gastronomia da sua nação e a dos países vizinhos? Em relação a frutas, vegetais,
queijos, bebidas e outros produtos, quais são os mais importantes para vocês?
Portanto, nesta unidade, você poderá reproduzir os pratos mais emblemáticos das Américas e conhecer produtos e o modo de preparo. No final desta unidade, você estará apto a cozinhar para seus amigos várias dessas delícias. Programe
uma noite de hambúrgueres, empanadas ou parrillada e mostre todas as novidades para eles. Divirtam-se!
praticar para aprender
Caro aluno, é necessário que você entenda características culturais da América do Norte que acabaram gerando diferenças gastronômicas em regiões tão próximas, como é o caso da cozinha mexicana quando comparada à cozinha estadunidense.
As receitas tratadas nesta seção proporcionarão maiores conhecimentos sobre a origem e os ingredientes que compõem essas cozinhas, oferecendo, então, embasamento para que você crie suas variações.
Lembre-se de que você e sua equipe de trabalho participarão de um evento internacional de grandes chefs das Américas. No desafio lançado por seu gestor, você ficou responsável por desvendar melhor os pratos da América do Norte, e focará
seus esforços nos EUA e México. Você decidiu comparar estas cozinhas para deixar mais claro as semelhanças e diferenças entre elas. Você ainda fez os seguintes questionamentos: quais são as técnicas mais utilizadas? Quais são as receitas
dos pratos emblemáticos? Como esses pratos são consumidos pelos povos?
Bom trabalho!
conceito-chave
Caro aluno, vamos introduzir a seguir a origem e técnicas de algumas receitas significativas da cultura estadunidense e mexicana, em que você aprenderá a manipulação desses pratos.
Hambúrguer
Um pão macio e torrado acompanhado, algumas vezes, de alface fresca e tomates maduros, e no meio de tudo isso um suculento hambúrguer. Este é um prato consumido diariamente e considerado uma das comidas favorita dos estadunidenses. A sua
história está repleta de mitologia e muitas pessoas reivindicam a invenção da genial ideia de colocar um hambúrguer de carne moída entre duas fatias de pão branco. Quem não gostaria de ser responsável por inventar esse prato tão amado?
Não se sabe exatamente quem é o verdadeiro pai dos hambúrgueres, no entanto sabemos muito sobre como este sanduíche clássico ganhou uma posição na América, em que bilhões são consumidos a cada ano.
Um equívoco comum e repetido por muitos é de que o primeiro hambúrguer foi criado em Hamburgo, na Alemanha. É provável que a inspiração para o hambúrguer veio, de fato, de Hamburgo, mas o conceito de sanduíche foi inventado muito mais
tarde. Durante o século XIX, Hamburgo tornou-se famosa por sua carne bovina, de vacas criadas no interior da região. A carne de hambúrguer era comumente picada, temperada e moldada. Como a refrigeração ainda não estava disponível,
carne fresca como essa precisava ser cozida imediatamente. A carne bovina de Hamburgo possuía um preço elevado fora de sua terra natal e era frequentemente substituída por variedades menos caras de carne bovina.
Quando os grupos de imigrantes alemães começaram a chegar na América durante o século XIX, muitos ganharam a vida com a abertura de restaurantes em grandes cidades, como Chicago e Nova York. Não demorou muito para que muitos de seus cardápios
apresentassem uma versão americanizada do bife de Hamburgo – carne que era picada e combinada com alho, cebola, sal e pimenta, depois grelhada ou frita.
Atualmente os hambúrgueres podem ser encontrados em quase todas as partes do mundo. Com o passar do tempo, o conceito evoluiu e os hambúrgueres de carne são feitos com os mais variados blends de carne. Os próprios hambúrgueres de carne
foram substituídos por opções mais saudáveis, incluindo hambúrgueres vegetarianos, veganos e de peixe. Estabelecimentos de fast-food também adequaram a proposta de acordo com a cultural local. O McDonald's na Índia desenvolveu um McAloo
Tikki Burger, feito de batatas fritas e ervilhas com tomates, cebolas e condimentos, para satisfazer as restrições alimentares e as preferências gustativas de seus clientes hindus.
Hambúrguer |
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Ingredientes |
5 unidades de pão de hambúrguer (brioche, australiano ou de leite). 500 gramas de fraldinha ou patinho moído uma vez (a moagem deve ser feita no dia da produção). 100 gramas de bacon moído. 4 fatias finas e grandes de bacon. 8 fatias de queijo prato. 1 tomate italiano. 4 folhas de rúcula. 4 folhas de alface. 2 tomates. ½ limão Taiti. 20 ml de azeite de oliva. Sal e pimenta-do-reino a gosto. 50 ml de óleo de soja. 100 gramas de maionese. 100 gramas de ketchup. |
Modo de preparo do hambúrguer |
Em um bowl misture a carne moída e o bacon moído e molde o hambúrguer do tamanho do pão. Leve o hambúrguer a uma frigideira ou grelha já previamente aquecida e frite por três ou quatro minutos do primeiro lado. Tempere
com um pouco de sal e pimenta-do-reino. Vire a carne, coloque as fatias de queijo e abafe com uma tampa. Depois de um minuto e meio o queijo prato já estará derretido e a carne, no ponto. Simultaneamente grelhe
os bacons em fatias. |
Modo de preparo da salada |
Em outro bowl, tempere a salada de folhas e os tomates com azeite, sal e pimenta a gosto. |
Montagem do sanduíche |
Aqueça o pão no forno, mas não é preciso que ele fique torrado, basta que fique morno. Monte o sanduíche com a carne, o queijo, o bacon e a salada. Acompanhe com ketchup e maionese. |
Apple pie
A torta de maçã é inegavelmente um símbolo da cultura estadunidense, mas, curiosamente, este doce não tem origem nas Américas, nem mesmo as maçãs são originárias deste continente. Na verdade, o primeiro registro em forma de receita para
torta de maçã data de 1381, na Inglaterra, e tinha como ingredientes figos, passas, peras e açafrão, além de maçãs. Havia outras diferenças também: as primeiras receitas de torta de maçã não incluíam açúcar, sua massa muitas vezes
era destinada a ser um recipiente não comestível, não fazia parte da torta. Em meados do século XVI, com a ampliação do comércio e das rotas marítimas, as maçãs comestíveis fizeram o seu caminho para a América do Norte.
As mulheres holandesas da Pensilvânia foram pioneiras no método de preservar maçãs e tornaram possível preparar a torta de maçã em qualquer época do ano. Os colonos, desde então, dada a frequência e constância do prato nas mesas, passaram
a declarar a torta de maçã “exclusivamente americana”, muitas vezes deixando de reconhecer suas raízes. Por exemplo, no primeiro livro de receitas americano, American Cookery, publicado em 1796, foram incluídas múltiplas receitas de
tortas de maçã sem a indicação de suas origens culturais. Desde então o ditado "tão americano quanto a torta de maçã" é uma expressão que demonstra patriotismo e orgulho por esta produção que tem diversos tipos recheios de maçã envoltos
por uma massa amanteigada.
Apple Pie |
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Ingredientes |
Massa |
300 gramas de farinha de trigo. 20 gramas de açúcar refinado. 5 gramas de sal. 200 gramas de manteiga sem sal gelada. 60 ml de água bem gelada. |
Recheio |
4 maçãs Fuji descascadas e cortadas em cubos grandes. 4 maçãs verdes descascadas e cortadas em cubos grandes. 100 gramas de açúcar cristal. 5 gramas de canela em pó. Noz-moscada ralada (q.b.). Cardamomo em pó (q.b.). 15 ml de suco de limão. 1 gema de ovo. 15 ml de água ou leite. 30 gramas de manteiga cortada em cubos pequenos. Açúcar cristal para polvilhar. |
Modo de preparo da massa |
Misture rapidamente os ingredientes com a ponta dos dedos, sem deixar aquecer muito a mistura. Divida a massa em duas partes. Embale-a em filme plástico e refrigere. |
Modo de preparo do recheio |
Enquanto as maçãs são cortadas, cubra-as em uma mistura de suco de limão e um pouco de água para que não oxidem. Drene o líquido (água mais limão que cobria as maçãs) e em uma tigela misture a maçã já cortada com
todos os outros ingredientes. Reserve na geladeira enquanto abre a massa. |
Montagem |
Abra a massa e coloque um disco de massa no fundo de uma assadeira redonda de 30 cm de diâmetro e preencha de 3 a 4 cm das laterais da mesma forma. Adicione o recheio, salpique os cubinhos de manteiga e coloque
o outro disco de massa. Feche bem as laterais da assadeira com a massa e o tampão de cima. Faça cortes no topo da torta para que o vapor possa sair. Pincele com a gema e polvilhe o açúcar por cima. Leve ao forno preaquecido a 200 °C por 15 minutos e depois abaixe para 180 °C e asse mais uns 40 minutos ou até dourar. |
Buffalo Wings
O primeiro restaurante que serviu este prato se chamava The Anchor Bar, era um estabelecimento familiar na cidade de Buffalo, em Nova York, no ano de 1964. A tradução literal para o nome desse prato é asas de búfalo, tendo sido criado
por Teressa Bellissimo. A inventora diz que foi uma invenção por necessidade, já que ela recebeu, acidentalmente, de um fornecedor uma remessa de asas (em vez de outras partes do frango) e não sabia o que fazer com elas. Por muitos
anos as asas de frango eram um alimento regional encontrado apenas em Nova York e arredores, mas algo que é delicioso não pode ser mantido em segredo para sempre e, em meados da década de 1980, as asas de Buffalo se espalharam
pelo país.
As asinhas são empanadas, em algumas receitas, e em outras são apenas fritas por imersão, e logo após são salteadas em rico molho vermelho e apimentado, que tradicionalmente suja os dedos de quem vai comer este petisco.
Buffalo wings |
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Ingredientes |
½ quilo de coxinha da asa. 10 gramas de páprica picante. 15 gramas de manteiga. 20 gramas de ketchup. Pimenta-do-reino (q.b.). 20 ml de molho inglês. 10 ml de molho de pimenta. 15 ml de vinagre de vinho branco. 10 gramas de sal. 100 gramas de farinha de trigo. 1 litro de óleo de soja para fritar. |
Modo de preparo |
Em uma panela, em fogo baixo, derreta a manteiga. Adicione a páprica, a pimenta-do-reino, o molho de pimenta, o molho inglês e o vinagre branco. Mexa bem. Finalize adicionando o ketchup. Em um recipiente, tempere
as coxinhas de frango com o sal. Empane as coxinhas na farinha de trigo e, em seguida, frite em uma frigideira com 1 litro de óleo a 180 °C. Acrescente as coxinhas fritas à panela do molho picante e incorpore
o molho às coxinhas. |
Chowder
Há uma grande família de sopas que usam a farinha ou o roux como espessante. Alguns classificam este grupo como sopa creme. O chowder é um exemplo dessas sopas nos Estados Unidos. O termo vem da palavra francesa chaudière, o pote em que a sopa
era cozida. As raízes da chowder estão no Nordeste, sendo o mais popular o New England Clam Chowder. Os ingredientes principais deste prato podem incluir, além dos bivalves e pescados, uma grande quantidade de tubérculos, milho e outras carnes.
As caldeiradas originalmente feitas pelos primeiros colonos diferiam de outras sopas de peixe porque usavam carne de porco salgada, vegetais e espessantes. Tudo indica que a inspiração dos colonos veio de territórios como Bordeaux e Bretanha.
Quando os navios retornavam do mar, todas as aldeias tinham um grande chaudière esperando por uma porção da pesca de cada homem, a ser servida mais tarde como parte da comemoração de boas-vindas da comunidade.
Clam Chowder |
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Ingredientes |
300 gramas de vôngole vivo. 400 ml de fundo de peixe. 20 gramas de manteiga integral. 20 gramas de farinha de trigo. 150 ml de creme de leite fresco. 60 gramas de cebola pérola. 70 gramas de bacon em peça. 150 gramas de batata-doce. 50 gramas de abóbora kabocha. 15 gramas de manteiga integral sem sal. 2 dentes de alho fresco. Sal refinado (q.b.). Pimenta-do-reino preta em grão (q.b.). |
Modo de preparo |
Limpar os vôngoles e lavar. Colocar os vôngoles em uma panela (média e funda) com a manteiga e o dente de alho levemente amassado. Tampar e cozinhar por alguns minutos, mexendo ocasionalmente até que os vôngoles se abram.
Reservar. Fazer um roux amarelo. Resfriar e reservar. Na mesma panela dourar o bacon cortado em cubos pequenos e reservar. Suar a cebola cortada em cubos pequenos na mesma panela do bacon. Adicionar o fundo de peixe
e o roux amarelo. Adicionar as batatas e a abóbora cortadas em cubos pequenos. Adicionar o creme de leite com as batatas ainda firmes. Reduzir até a textura de sopa creme. Ajustar os temperos e finalizar com o bacon
e os vôngoles. |
Assimile
Classificar o chowder verdadeiro ou tradicional é uma questão de debate. Existem inúmeras variedades e os verdadeiros apreciadores de chowder se deliciam com a busca da sopa perfeita, do branco cremoso ao claro e salgado, passando pelas variações feitas com tomate. Assim como outras receitas, nesta também existem muitas variações.
Guacamole
Quando você está comendo guacamole, você está em contato com uma história que remonta aos anos 1500. O império asteca criou este prato em uma versão muito parecida com a que conhecemos hoje. Os astecas chamavam esta produção picante de ahuaca-mulli,
que se traduz em mistura de abacate ou molho de abacate.
Os espanhóis encontraram o povo asteca e sua ahuaca-mulli enquanto exploravam o Novo Mundo. Como os abacates não são nativos da Europa, houve um problema ao tentar recriar o prato para amigos e familiares quando eles voltaram para a Espanha.
A palavra guacamole é derivada do náuatle, uma língua do México central. Anos atrás, "waka'mole" e "huaka'mole" foram algumas maneiras diferentes de pronunciar o guacamole. Nossa sociedade e a cultura acelerada chegaram a encurtar essa palavra
com a abreviação "guac" escrita em menus e exibida em placas em restaurantes locais.
Algumas das primeiras receitas de guacamole foram publicadas na década de 1940. Nos anos 1960 muitas ilhas do Pacífico agregaram este alimento em sua alimentação. Finalmente, na década de 1970, tornou-se reconhecido nos Estados Unidos
como um prato servido ao lado de vários alimentos espanhóis e mediterrâneos.
O guacamole pode ser um ótimo complemento/guarnição para uma refeição em qualquer dia do ano. Ele tornou-se tão popular que tem o seu próprio feriado nacional no dia 16 de setembro, bem como uma página oficial no Facebook.
Guacamole |
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Ingredientes |
1 abacate médio ou 3 avocados maduros (300 gramas). 70 gramas de tomate concassé. 100 gramas de cebola em brunoise. 1 limão (suco). ½ maço de coentro fresco sem talo. ½ pimenta dedo de moça com semente em brunoise. Sal (q.b.). 1 saco de 200 gramas de nachos (Ex: Doritos). |
Modo de preparo |
Abra os abacates ao meio, tire o caroço. Corte a metade da polpa em cubos pequenos e a outra metade amasse com o garfo. Junte a esta mistura os tomates concassé, a cebola e a pimenta. Tempere com limão, sal e o coentro
picado fino. |
Mole poblano
Pesquise mais
Descubra a importância do mole poblano para o mexicano com a seguinte leitura:
JANUÁRIO, Larissa. Uma pitada de reportagem: mole, o prato mais querido do México. 2017.
O nome mole vem da palavra nahuatl, que significa molho e é o nome genérico para vários molhos ricos, em cores como amarelo, vermelho, preto e até verde. Outros moles são nomeados por seus ingredientes e sabores, como pipián, huaxmole
e almendrado. No entanto, como regra geral, todos eles contêm alguma combinação de oleaginosas, amendoim, frutas e pimentas. Com o passar dos anos, as receitas tornaram-se gradualmente mais elaboradas. Além de ser servida com carne,
juntamente com o arroz, a sobra dos moles é frequentemente usada para fazer o recheio de tamales (outro prato típico). Fazer estes pratos é bem trabalhoso e consome muito tempo, portanto, eles são para ocasiões especiais.
Para fazer o mole, os ingredientes individuais devem ser torrados e moídos antes de serem combinados com o caldo para formar um molho espesso. Eles são cozidos em fogo baixo e adiciona-se líquido constantemente até atingir a consistência
desejada. Várias pimentas podem ser usadas sozinhas ou em conjunto para formar a base das receitas. São exemplos: ancho, pasillo, chipotle e mulatto. As preparações do mole são complexas e contam com mais de 30 ingredientes. No
entanto, hoje em dia, a base pode ser comprada em pó ou em pasta pré-fabricada, o que acelera um pouco o processo de preparação.
Existem muitas versões da origem deste prato na história, algumas afirmam que o Imperador Montezuma o serviu ao conquistador espanhol Hernán Cortés em sua chegada ao México, pois pensava que este era um deus. De qualquer maneira,
as origens provavelmente permanecerão um mistério, dado que as primeiras receitas escritas para o mole só surgiram após a Guerra da Independência, em 1810.
Mole poblano |
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Ingredientes |
500 gramas de coxa e sobrecoxa de frango desossada. 1 litro de caldo de frango. 1 cebola média cortada em cubos médios. 3 dentes de alho descascados e cortados ao meio. 50 ml de azeite. ½ pimentão sem semente cortado em cubos médios. 1 pimenta jalapeño cortada em brunoise. 3 pimentas dedo-de-moça cortadas em brunoise. 20 gramas de amêndoas fatiadas. 20 gramas de gergelim. 20 gramas de amendoim torrado. 20 gramas de sementes de abóbora. 20 gramas de nozes. 5 gramas de semente de coentro. 5 unidades de cravo-da-Índia. 500 gramas de tomate concassé. 50 gramas de uvas passas. 1 anis estrelado. 1 pau de canela. 3 unidades de zimbro. 250 gramas de chocolate amargo picado. 20 gramas de açúcar mascavo. Sal (q.b.). |
Modo de preparo |
Triture ou pile as especiarias e reserve. Torre em forno (180 °C) o gergelim, as amêndoas, o amendoim, as nozes e a semente de abóbora e reserve. Faça os cortes dos demais vegetais, tempere o frango e reserve. Aqueça o azeite em uma panela média e sele o frango (reserve). Na mesma panela refogue alho, cebola e os demais vegetais e pimentas. Depois, adicione as especiarias e deixe apurar por mais 3 minutos, em seguida adicione as sementes e castanhas torradas e volte o frango para a panela junto com a metade do fundo de frango. Deixe em fogo médio até o frango ficar totalmente cozido. Vá adicionando o fundo aos poucos neste processo. No final da cocção adicione o açúcar, o chocolate e as uvas passas, até o molho ficar bem espesso. Separe o frango e o reserve aquecido. Por fim, liquidifique o molho até que ele fique bem liso. Sirva com o frango. |
Tortillas/Tacos
A história da tortilla pode ser rastreada por milhares de anos. Antropólogos descobriram vestígios que sugerem que as pessoas das montanhas da Sierra Madre desenvolveram milho, acrescentando-o à sua já bem desenvolvida culinária.
Segundo a lenda maia, as tortillas foram criadas por camponeses que tentaram apaziguar a fome de seu rei. No início dos anos 1500, os conquistadores espanhóis descobriram que os mexicanos astecas faziam pães de milho planos, que
eram significativos para suas dietas, sendo sua fonte principal de energia. Os espanhóis nomearam estes pães como tortillas (bolo pequeno).
Os astecas secavam e depois moíam o milho cru e, então, tinham como produto final a farinha de milho. Esta farinha era transformada em massa, que era trabalhada até ficar com cerca de 15 a 20 centímetros de diâmetro, depois
disso elas eram colocadas em chapa para cozinhar rapidamente dos dois lados. Nos quatro séculos seguintes, os astecas e espanhóis continuaram seguindo esse método de fazer tortilhas.
Exemplificando
Tacos, burritos e quesadilla são alguns dos pratos tradicionais da cozinha mexicana. Podem parecer gêmeos, mas são um pouco diferentes, vamos diferenciar alguns deles:
- A tortilla é um tipo de pão achatado de milho ou trigo que é usado como base para diferentes recheios.
- Os burritos são compostos de tortilla de farinha de trigo em forma cilíndrica. O recheio pode incluir arroz mexicano, feijão, carne, queijo, alface e abacate. É uma refeição completa.
- Os tacos, por outro lado, são lanches mais leves, com queijos, carnes e frutos do mar envoltos em alguma massa no formato de meia-lua.
- As quesadillas podem ser feitas com tortillas de trigo ou milho e recheadas com queijo, carne e feijão, como material de enchimento. O formato da quesadilla é em uma meia-lua dobrada pela metade, que depois é grelhada.
Para atender à crescente demanda por tortillas nos Estados Unidos, o processo tradicional foi mecanizado e começou a usar o trigo no lugar do milho. A década de 1940 viu avanços significativos na fabricação de tortillas, passou-se
a usar motores a gás de pequena escala e motores elétricos com moedores de grãos úmidos para fazer massa.
Atualmente, por causa do alto grau de consumo de tortillas nos Estados Unidos, elas passaram de comida étnica para o status de alimento básico nas dietas americanas. As tortillas têm uma variação enorme de possibilidades, podem
ser moldadas, como nachos (chips), além das versões recheadas, como burritos, quesadillas e tacos, são muito convenientes e podem ser uma refeição completa.
Tacos |
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Ingredientes da tortilla |
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300 gramas de farinha de trigo. 5 gramas de sal. 15 gramas de manteiga. 150 ml de água quente. |
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Ingredientes do recheio |
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300 gramas de peito de frango em iscas. ½ pimentão verde cortado em julienne (fino). ½ pimentão amarelo cortado em julienne (fino). 1 cebola cortada em julienne. 30 ml de óleo de soja. 1 pimenta dedo-de-moça cortada em brunoise. Sal (q.b.). Salsa mexicana. Ingredientes da salsa mexicana 2 tomates médios sem pele e sem sementes cortados em cubos médios. 2 pimentas-malaguetas frescas picadas. 1 cebola média cortada em brunoise. 15 gramas de salsinha cortada em chiffonade. 15 gramas de coentro cortado em chiffonade. ½ limão em suco. Sal a gosto. Salsa mexicana. |
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Ingredientes da salsa mexicana |
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2 tomates médios sem pele e sem sementes cortados em cubos médios. 2 pimentas-malaguetas frescas picadas. 1 cebola média cortada em brunoise. 15 gramas de salsinha cortada em chiffonade. 15 gramas de coentro cortado em chiffonade. ½ limão em suco. Sal a gosto. |
Modo de preparo |
Modo de preparo da salsa mexicana |
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Leve todas os ingredientes para uma panela média e deixe que reduzam até formar um purê. |
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Modo de preparo do recheio |
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Tempere o frango com sal e reserve. Em uma frigideira grande, coloque o óleo e deixe esquentar, logo em seguida salteie o frango até ele ficar dourado. Junte os pimentões, a pimenta dedo-de-moça, o chili
e a cebola. Misture bem. Depois, adicione a salsa mexicana e misture. Assim que os vegetais estiverem crocantes e todo o molho estiver incorporado à carne e aos vegetais a produção estará pronta. |
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Modo de preparo da massa |
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Misture a farinha, o sal e a manteiga em um bowl até criar o aspecto de farofa. Adicione a água aos poucos até tomar formato de uma bola. Sove a massa em uma bancada por cerca de 10 minutos. Faça o
boleamento da massa em porções de 50 gramas, cubra-a com plástico filme e deixe descansar por 20 minutos. Após esse tempo, abra as massas com um rolo até elas ficarem fininhas e redondas. Pincele óleo em uma frigideira, deixe esquentar um pouco e frite as tortillas por cerca de dois minutos cada lado. |
Reflita
Cultivado pela primeira vez há mais de 9.000 anos, o trigo antigo foi encontrado no Iraque, Irã e em todo o Oriente Médio. O "rei dos grãos" espalhou-se pela Europa e depois para o Novo Mundo, onde fracassou miseravelmente, pois os colonos contavam com um alimento nativo americano para panificação: o milho. No final do século XIX, os imigrantes russos trouxeram uma variedade de trigo que era mais adequada ao nosso clima. Não é estranho o fato de que a base das massas do nosso continente hoje é o trigo, e não o milho, como faziam nossas ancestrais?