introdução
Boas-vindas, estudante!
Para a complementação de seu estudo, nesta unidade abrangemos as tecnologias dos equipamentos de ressonância magnética. O material será dividido em três momentos de aula: no primeiro momento descreveremos a evolução tecnológica dos equipamentos de ressonância magnética, no segundo momento enfatizamos os tipos de equipamentos em ressonância magnética, descrevendo os conceitos de campo fechado e aberto, e no terceiro e último momento focaremos os tipos de filtros e GAP.
Bons estudos!
Evolução tecnológica dos equipamentos
Evolução tecnológica dos equipamentos de RM
A evolução dos equipamentos de ressonância magnética proporcionou à medicina um grande avanço, principalmente para diagnosticar vários tipos de patologias que até há pouco tempo necessitavam de procedimentos invasivos para laudo e diagnóstico do paciente.
Com as constantes novidades no meio tecnológico a serviço do diagnóstico e do tratamento das doenças, principalmente nas atividades diretamente relacionadas aos pacientes, os equipamentos médicos se tornaram cada vez mais eficientes. Esse processo acabou motivando – e, de certa forma, pressionando – as instituições de saúde a adquirir novas e melhoradas tecnologias o tempo todo.
Evolução da ressonância magnética
Ao longo das últimas décadas, a imagem médica evoluiu muito no critério sensibilidade, e a ressonância magnética ocupa o posto de um dos métodos mais precisos de diagnóstico por imagem, permitindo a análise de qualquer órgão ou tecido que tenha água em sua composição, o que auxilia na identificação de tumores, doenças degenerativas, ortopédicas, neurológicas e cardiovasculares com mais precisão.
Destacamos os seguintes marcos históricos:
- Descoberta da ressonância magnética em 1946 por Bloch e seus colaboradores na Universidade de Stanford. Na sequência, Purcell, em Harvard, iniciou as aplicações na medicina, um dos maiores avanços do século XX na área.
- Em 1972 foi produzida a primeira imagem de ressonância magnética, uma amostra de água produzida por Lauterbur.
- No ano de 1974 foi feita a primeira imagem de ressonância magnética de um animal vivo.
O futuro da ressonância magnética
A evolução da ressonância magnética tem sido muito grande e feita em várias direções. Em primeiro lugar, ressaltamos que as sequências de imagens são obtidas mais rapidamente no intuito de diminuir os artefatos similares de movimento. Atualmente existem sequências obtidas em uma única apneia do paciente, ou seja, em cerca de vinte segundos, ou ainda com sequências independentes da respiração.
A combinação dessas sequências com a administração do meio de contraste farmacológico – os quelatos de gadolínio – permitiu maior capacidade de detecção e melhor caracterização das lesões. Esses contrastes são de administração muito segura, praticamente sem contraindicações, sobretudo se comparados com os contrastes iodados.
Os exames contrastados de ressonância magnética inovaram a angiografia por RM, com associação de aquisições volumétricas e doses relativamente elevadas de gadolínio.

A Figura 1 ilustra uma Angio-RM com aquisição volumétrica ponderada em T1 com contraste (gadolínio). Na imagem, observamos uma prótese da aorta abdominal.
Para a caracterização desse e de outros avanços destaca-se a inovação nas antenas, que permitem enormes ganhos na relação entre sinal e ruído.
Paralelamente, ocorre o avanço das fronteiras nos estudos funcionais (difusão e perfusão, entre outros) e de intervenção.
Igualmente ocorre avanço no campo da utilização de contrastes novos, já com aplicações clínicas com a introdução de contrastes específicos para o sistema mononuclear fagocitário e hepatócito seletivo.
Em resumo, a ressonância magnética é uma técnica que não utiliza radiação ionizante, sendo ela multiplanar, com boa resolução de contraste, que pode ser espacial ou temporal.
Tipos de equipamentos em RM
Tipos de equipamentos em ressonância magnética
Na ressonância magnética encontramos dois tipos de equipamentos que são utilizados para a realização dos exames: os de campo aberto e os de campo fechado.
Equipamento de ressonância magnética campo aberto
A ressonância magnética de campo aberto é um exame de imagem que emprega um campo magnético e um aparelho específico para obter registros de partes internas do corpo. Esse modelo de equipamento apresenta três lados abertos, passando maior segurança e conforto para o paciente. Como o paciente não entra na máquina para realizar o exame, esse equipamento é indicado para:
Pacientes claustrofóbicos: no caso de pacientes que têm fobia de locais fechados, o equipamento de campo aberto proporciona maior conforto, diminuindo a sensação de estar enclausurado.
Pacientes com obesidade avançada: permite a realização de pacientes obesos, pois o de campo fechado não possibilita a realização do exame.
Pacientes gestantes: o exame de ressonância magnética de campo aberto é uma opção de teste de imagem que não usa radiação ionizante para obter os registros e diagnósticos precisos na avaliação de determinadas patologias ou alterações fisiológicas em gestantes. Além disso, no final da gestação, quando a barriga está crescida, o aparelho de campo aberto proporciona maior conforto para as pacientes.
Realização de extremidades do corpo: em extremidades, como pés e mãos, há mais facilidade para examinar com o suporte de um aparelho que possibilita mais mobilidade para o técnico e o paciente.
Como visto, a ressonância magnética de campo aberto é mais recomendada para avaliar essas estruturas.

Em resumo, a ressonância de campo aberto é o exame de imagem que emprega um campo magnético e um aparelho específico para obter registros de partes internas do corpo. Em vez do tradicional equipamento de RM fechado, essa variação do teste utiliza um aparelho com três lados abertos, proporcionando mais conforto e segurança ao paciente.
Equipamento de ressonância magnética campo fechado
Esses equipamentos são os mais comuns do mercado. Apresentam desenho semelhante a um tomógrafo, com uma abertura de 60 a 70 cm para a entrada do paciente para realizar o exame, e
utilizam cerca de 1 a 3 Tesla de potência.
Os equipamentos de RM de campo fechado são aqueles em que o paciente entra na máquina para a efetivação do exame. Caracterizam-se por ter um melhor desempenho do que o de campo aberto.
Os dispositivos de campo fechado podem ter alguns entraves, principalmente com pacientes claustrofóbicos ou com quadro de obesidade elevada, assim, estes pacientes podem ter dificuldade em se ajustar ao procedimento. Nesses casos indicam-se os equipamentos de campo aberto, que permitem reduzir o desconforto no paciente, mas tendem a ter um desempenho inferior em relação ao campo fechado.

Filtro e GAP
Filtro
No equipamento de ressonância magnética, o filtro é um recurso classificado como computacional, que pode proporcionar aumento na resolução das imagens que serão adquiridas de acordo com a necessidade clínica da imagem. A espessura de corte (slice) vai variar de acordo com o modelo do equipamento e o fabricante, variando entre de 1 e 10 mm. Cada equipamento pode proporcionar valores específicos a seu modelo e fabricante; não há como padronizar determinados protocolos, mas, sim, aproximá-los, conforme a necessidade do serviço.
Funcionalidades do filtro
O filtro tem a função de minimizar as distorções na imagem. Além de proporcionar valores específicos de acordo com cada modelo de equipamento, gera um aumento na resolução da imagem. Como já foi falado, a espessura dos cortes vai variar conforme o modelo e o fabricante do equipamento, e para isso é necessário seguir corretamente os protocolos preestabelecidos de cada equipamento.
Filtro de Fourier
Esse tipo de filtro é fundamental, pois permite a passagem das frequências altas e reduz as amplitudes das frequências baixas. Esse processo faz com que os detalhes finos da imagem sejam enfatizados. Assim, atenuam-se ou eliminam-se as baixas frequências, realçando então as altas frequências. Normalmente são usados para realçar os detalhes na imagem.
Com o filtro de Fourier o efeito obtido é, em geral, tornar mais nítidas as transições entre regiões diferentes, denominadas bordas, realçando o contraste da imagem. O efeito indesejado do filtro de Fourier é enfatizar o ruído e/ou imperfeições presentes nas imagens.

Filtro Wavelet
O filtro de Wavelet tem como função representar, decompor ou descrever outras funções, como uma série de dados que são descritos no domínio de tempo. Logo, é possível analisar as outras funções em diferentes escalas de tempo e frequência. A decomposição de uma função com o uso do filtro Wavelet é denominada transformada de Wavelet, que por sua vez tem suas variantes: contínuas e discretas.
As funções de Wavelet são ferramentas importantes em relação aos processamentos dos sinais, devido à sua capacidade de decompor as funções tanto no domínio da frequência como no domínio de tempo.
Esse filtro é muito aplicado para a compressão de dados, eliminação de ruídos na imagem, separação dos componentes no sinal, identificação de singularidade e detecção das autossemelhanças, entre outras funções.
O filtro de Wavelet pode expandir suas definições, obtendo maior número de dimensões, o que é fundamental para o tratamento e melhor qualidade das imagens.
GAP
GAP é uma palavra inglesa cujo significado é lacuna, vão ou brecha. Na ressonância magnética, o GAP é o intervalo entre os cortes, que pode variar de acordo com o fabricante do equipamento, variando de 0 a 50 mm. De acordo com o modelo do equipamento, o GAP pode conter três tipos de aquisição: aquisição como espaçamento, faceamento e volumétrica.

Vídeo Resumo
Caro estudante, seja muito bem-vindo ao vídeo de revisão da quinta aula da Unidade 2da disciplina Ressonância Magnética.
Neste vídeo, abordaremos assuntos fundamentais para a complementação e desenvolvimento de seu conhecimento.
Daremos início ao vídeo descrevendo as evoluções tecnológicas dos equipamentos de ressonância magnética; na sequência, daremos ênfase aos tipos de equipamentos atualmente utilizados para a realização de exames na RM, e por fim destacamos a função dos filtros e GAP.
Saiba mais
Para complementação e aprimoramento de seus estudos, indicamos o artigo “Protocolo de testes de aceitação em equipamentos de imagem por ressonância magnética”, cujo objetivo é criar um protocolo de testes de aceitação para equipamentos de imagem por ressonância magnética e demonstrar como e quais tipos de dispositivos de teste podem ser usados para a coleta de dados.
Também indicamos o artigo: Ressonância Magnética (RM) Abordagem, Dados Técnicos e Posicionamento do Usuário.