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Aula 1

Proteção radiológica e posicionamento 

Nesta aula, você receberá as informações sobre os principais meios de proteção radiológica em radiologia veterinária - princípios básicos (justificação, otimização, prevenção de acidentes, limitação das doses individuais).

25 minutos

introdução

Nesta aula, você receberá as informações sobre os principais meios de proteção radiológica em radiologia veterinária - princípios básicos (justificação, otimização, prevenção de acidentes, limitação das doses individuais). Veremos detalhes sobre radiação - classificação, atenuadores, danos produzidos às células e medição de doses - dose absorvida (mGy), dose efetiva (mSv). Veremos também as variações que podem ocorrer, dando dicas de utilização dos métodos.

Princípios básicos de proteção radiológica

Na rotina da medicina veterinária, temos os pacientes (animais) e os agentes de saúde (humanos) que operam os aparelhos. É muito importante que os princípios de radioproteção sejam seguidos, buscando opções de redução da dose no paciente (animal) e, consequentemente, no corpo técnico também, de forma que a qualidade da imagem não se altere. 
A proteção radiológica é um instrumento utilizado para proteger os seres humanos dos possíveis danos causados pela radiação, buscando impedir os efeitos determinísticos e diminuir a probabilidade de ocorrência dos efeitos estocásticos em seu uso. O sistema de proteção radiológica está baseado em três princípios gerais: a justificação, que determina que nenhum uso de radiação deve ser realizado, a menos que o benefício do seu uso exceda os possíveis riscos a ele atribuídos, tanto para o indivíduo exposto quanto para a sociedade em geral, e que, sempre que possível, deve-se empregar métodos alternativos de diagnóstico que não usem radiação ionizante. Ainda podemos observar a justificação sob dois níveis distintos: a justificação genérica, determinando que os tipos de práticas existentes devem ser revistos sempre que se adquiram novos dados significativos acerca de sua eficácia ou de suas consequências, a fim de estabelecer novos parâmetros mais seguros à prática radiológica; e a justificação da exposição individual, na qual qualquer exposição funcional deve ser justificada de acordo com cada indivíduo, levando em conta os objetivos específicos da exposição e as características do indivíduo envolvido, estabelecendo proibições à exposição que não possa ser justificada, como uso com objetivos de demonstrações e treinamentos ou para fins de pesquisa biomédica, com exceção dos alinhados às resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 
A otimização determina que as doses utilizadas durante os procedimentos radiológicos devem ser tão baixas quanto razoavelmente possível, mantendo a qualidade da imagem, e aplicada a dois níveis na rotina: relacionada aos projetos e construções de equipamentos e instalações e aos procedimentos em si. Por fim, a limitação das doses individuais determina que as doses recebidas pelos operadores e indivíduos em geral não devem exceder os limites estabelecidos pelas normas de radioproteção vigente, no intuito de manter os riscos da exposição dentro dos limites considerados aceitáveis, e deve-se considerar a totalidade das exposições do indivíduo de todas as práticas a que ele possa estar exposto. De modo geral, a dose efetiva média não deve exceder 20 mSv em um ano, em qualquer período de 5 anos consecutivos, e a dose equivalente não deve exceder 500 mSv para extremidades e 150 mSv para o cristalino, no período de um ano.  
A fim de reduzir a probabilidade de ocorrência de acidentes, todo projeto de operação de equipamentos radiológicos e de instalações deve desenvolver alternativas e aplicar ações para reduzir a possibilidade de falhas técnicas humanas que culminem em exposição acidental desnecessária, como manter as portas do local fechadas durante a execução do exame, utilizar as proteções individuais e evitar a presença de pessoas de forma desnecessária dentro da sala, além de monitorar a exposição à radiação com o uso do monitor individual no período de atividade laboral (CNEN, 2014).

Figura 1 | Luz de atenção
Fonte: acervo do autor.

A Figura 1 ilustra a luz de atenção, informando que a sala está sendo utilizada e a porta deve permanecer fechada.

Radiação - classificação, atenuadores, danos produzidos às células

A radiação é caracterizada por um processo físico de emissão (saída) e de propagação (deslocamento) de energia por meio de partículas ou de ondas eletromagnéticas em movimento. A radiação eletromagnética é uma combinação de campos elétricos e magnéticos que viajam juntos, oscilando em planos ortogonais em forma de ondas senoidais caracterizadas por dois parâmetros relacionados: frequência e comprimento de onda. A velocidade da radiação eletromagnética é constante, como a velocidade da luz, e é produto da frequência e comprimento de onda. Como a velocidade da radiação eletromagnética é constante, a frequência e o comprimento de onda são inversamente proporcionais; portanto, à medida que a frequência aumenta, o comprimento de onda deve diminuir, e vice-versa. A unidade de energia para a radiação eletromagnética é o elétron volt (eV). Um elétron volt é a energia adquirida por um elétron, uma vez que é acelerada por meio de uma diferença de potencial de 1 V. Em uma escala absoluta, essa é uma quantidade muito pequena de energia. 
Além da frequência e comprimento de sua onda, a partir da quantidade de energia emitida, a radiação também pode ser classificada de acordo com a sua capacidade de interação com a matéria, determinada em radiação ionizante e não ionizante. 
O raio X, por exemplo, pode produzir ionização de átomos ou moléculas com energia de apenas 15 eV. A ionização ocorre quando um elétron é ejetado a partir do átomo, nesse caso, por um raio X. Esses elétrons ejetados podem interagir com o DNA das células, causando danos, como mutações, abortos ou anormalidades fetais, cataratas e neoformações. Os danos da radiação para o DNA celular é o mais importante, pois podem ser avaliados como biologicamente amplificados, uma vez que o DNA controla os processos celulares que se estendem para gerações subsequentes de células filhas. Os principais exemplos de radiações ionizantes, são: a radiação alfa (com baixo poder de penetração), a radiação beta, a radiação gama e radiação X, sendo estas duas últimas com elevado potencial de penetração. Apesar de apenas 15 eV de energia ser necessária para a ionização das moléculas biológicas, a energia dos raios X utilizada para imagem médica é muito maior, e cada feixe pode levar a várias ionizações conforme a sua energia é dissipada no tecido. 
Já a radiação não ionizante é aquela que não possui a capacidade de remoção de elétrons da eletrosfera (órbitas) de seu átomo, mantendo-o estável. Essa radiação não provoca ionização ou excitação de outros átomos e moléculas, logo, são incapazes de provocar modificações nas estruturas moleculares em que interagem. Dentre os principais exemplos dessas radiações, citamos: a radiação infravermelha, micro-ondas, luz visível, ultravioleta e as de propagação das ondas de rádio. 
No entanto, as radiações podem sofrer diminuição da sua intensidade em função das suas interações com os diferentes materiais que as absorvem. O processo de atenuação da energia das radiações ocorre de maneira exponencial em função da espessura do material absorvedor. Isso significa que, quanto mais denso for o material, menor será a energia da radiação que deixa o material depois de atravessá-lo. Em contrapartida, quanto maior a energia do feixe da radiação que é incidida, maior será também a sua capacidade de penetração (TAUHATA et al., 2003).

Figura 2 | Aventais de chumbo para proteção contra a radiação
Fonte: acervo do autor.

Medição de doses - dose absorvida (mGy), dose efetiva (mSv) 

A primeira grandeza física que podemos correlacionar à radiação é a exposição, cuja definição só é considerada para radiações ionizantes, como os raios X ou gama. Isso infere na capacidade de um feixe de radiação em provocar ionização. A unidade de medida da exposição é estabelecida como o Roentgen (R). A fim de mensurar e quantificar a radiação recebida por um indivíduo a ela exposto, grandezas foram estabelecidas por instituições internacionais de referência na radiologia, como a International Comission on Radiological Protection (ICRP), que observa as grandezas limitantes, ou seja, o limite de doses para garantir a integridade do indivíduo, e a International Comission on Radiation Units and Measurements (ICRU), que trata das grandezas básicas e operacionais, aquelas para mensuração geral e para indivíduos expostos em caráter ocupacional. Dentre as principais, podemos listar a dose absorvida e a dose efetiva.
A dose absorvida é caracterizada como a quantidade de energia depositada em um meio pela radiação ionizante por intermédio das suas interações e ionizações com os diferentes materiais. Em suma, é a quantidade de energia depositada em determinada quantidade de massa do tecido ou órgão exposto, logo, é a medida usada para avaliar potenciais mudanças bioquímicas causadas pela radiação em tecidos específicos. A unidade de medida para a dose absorvida é o miligray (mGy).
Já a dose efetiva é a medida que correlaciona a soma ponderada das doses equivalentes de todos os tecidos, considerando que os riscos de efeitos estocásticos variam com o tipo de tecido irradiado. Portanto, é usada para avaliar o potencial dos efeitos do uso da radiação ionizante a longo prazo sobre o corpo. 
A dose efetiva, cuja unidade de medida Sievert (mSv), é calculada de acordo com três fatores: o primeiro é a dose absorvida por todos os tecidos (e órgãos) do corpo durante um período de exposição à radiação; o segundo fator a se levar em consideração é o nível do dano ocasionado pela radiação; e o terceiro fator é relacionado à sensibilidade do órgão e do tecido à exposição de uma radiação, uma vez que diferentes tecidos possuem diferentes sensibilidades ao contato com essa energia. Logo, as doses absorvidas pelos órgãos e tecidos em um corpo resultam em diferentes possibilidades de danos. A dose efetiva é usada para calcular a probabilidade de danos ao corpo em virtude da combinação das probabilidades de danos aos tecidos irradiados conhecidos previamente. Na prática, a dose efetiva é útil para avaliar o risco real que um indivíduo corre em decorrência da realização de um procedimento médico que faça uso de radiação ionizante. Porém, a dose efetiva não deve ser aplicada para o cálculo do risco em qualquer paciente coletivamente, pois ela foi elaborada para o paciente adulto padrão, levando em consideração o peso (entre 60 e 75 kg) e a altura (entre 1,60 e 1,75 m). Dessa forma, a dose efetiva de cada indivíduo poderá ser maior ou menor, de acordo ao seu porte.

Figura 3 | Projeção laterolateral em ovino com distanciamento do feixe primário para uma maior segurança e menor exposição
Fonte: acervo do autor.

Vídeo Resumo

Nesta videoaula vamos debater sobre proteção radiológica em radiologia veterinária, verificando os princípios básicos (justificação, otimização, prevenção de acidentes, limitação das doses individuais), a radiação (classificação, atenuadores, danos produzidos às células) e a medição de doses (dose absorvida (mGy) e dose efetiva (mSv)).

 

Saiba mais

Caro aluno,
Para complementar e aprimorar seus conhecimentos e sanar algumas dúvidas, se ainda houver, recomendo a leitura do artigo: Efeitos biológicos da radiação X e radioprotecção em medicina veterinária.
O material fala sobre os riscos do pessoal envolvido no diagnóstico radiográfico veterinário.
Disponível em: 15_RPCV543.pdf (ulisboa.pt)

Aula 2

Proteção individual dos animais

Nesta aula, veremos as informações sobre riscos associados à utilização da radiação como ferramenta diagnóstica - efeitos estocásticos tardios, danos determinísticos, ALARA.

25 minutos

introdução

Caro aluno
Nesta aula, veremos as informações sobre riscos associados à utilização da radiação como ferramenta diagnóstica - efeitos estocásticos tardios, danos determinísticos, ALARA. Veremos a RDC 611, Decreto nº 40.400, de 24 de outubro de 1995 (Capítulo 5, do uso das radiações). Também falaremos sobre a proteção individual e animais domésticos (campo restrito, colimação do feixe, elaboração de tabelas de exposição). 
Bons estudos!

Efeitos biológicos da exposição à radiação

O exame radiográfico é uma ferramenta importante no auxílio ao diagnóstico médico, mas a exposição à radiação apresenta alguns riscos ao paciente e ao operador expostos durante a aquisição da imagem. Os diferentes tipos de exames exigem distintas quantidades de radiação, porém a maioria deles utiliza baixas doses, que geralmente são de uso considerado seguro. Por exemplo, a radiação necessária para uma radiografia torácica é 100 vezes menor que a dose de exposição da radiação natural do ambiente no período médio de um ano. Entretanto, não devemos esquecer que a exposição à radiação é cumulativa, e independe do período de não exposição entre os exames, consequentemente, quanto maior a dose acumulada no organismo, maior o risco do desenvolvimento de lesões, horas temporárias, mas potencialmente permanentes.
A energia dissipada pela radiação pode interagir com o DNA das células, modificando a sua estrutura, sendo considerado como efeito direto. Já os efeitos indiretos ocorrem quando a energia é transferida para outra molécula intermediária, a exemplo da contaminação da água pela radiação, cujo produto é altamente reativo, também potencialmente nocivo ao DNA. Independente da interação direta ou indireta da radiação, os maiores danos moleculares que podem ocorrer ao DNA de uma célula são as mutações ou quebras gênicas, e esses efeitos biológicos podem se evidenciar de forma aguda ou tardia, demorando anos até serem observados.
Os efeitos biológicos da exposição à radiação podem ser divididos em duas categorias gerais: os efeitos estocásticos e os deterministas. Os efeitos estocásticos são aqueles que, de forma estatística, ocorrem com maior incidência, a exemplo do câncer, logo, na hipótese de uma exposição de uma quantidade significativa de substâncias com potencial carcinogênico, como a radiação ionizante, é, então, esperada uma grande incidência de casos oncológicos nessa população. Como o nome indica, os efeitos estocásticos são aqueles que vão ocorrer de uma forma estatística. O câncer é um exemplo, se uma grande população é exposta a uma quantidade de uma substância cancerígena, como a radiação, então, é esperada uma elevada incidência de câncer, embora não consigamos estabelecer quais ou quantos indivíduos desenvolverão a doença, já que a sua gravidade não pode ser determinada em função da dose de exposição.
Em paralelo, os efeitos determinísticos são aqueles que mostram uma clara relação entre a dose e o efeito ocasionado em um determinado indivíduo após a exposição. Não é possível dizer com certeza que uma quantidade de radiação causará danos ao indivíduo, todavia, assume-se que qualquer quantidade de radiação, não importa a dose, implica em algum risco.
Com isso, é consenso que a exposição a radiações ionizantes, quando inevitável, deve ser a menor possível. Assim, o princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable), fundamentado em meados de 1977, define que as exposições à radiação devem ser mantidas tão baixas quanto possível, baseando-se em três princípios: o tempo de exposição, sendo este o mais reduzido e limitado possível; a distância, entendendo que a radiação é inversamente proporcional à intensidade (conforme a distância aumenta, dobrar a distância da fonte reduz a dose por um fator de quatro); e a proteção (camadas de proteção ao longo do caminho da radiação, de acordo com a espessura e o material usado, reduz a intensidade e poder de penetração).

Figura 1 | Alternativas para manter uma maior distância do feixe primário.
Fonte: acervo do autor.

RDC 611, Decreto nº 40.400, de 24 de Outubro de 1995

Na área da saúde, o uso das radiações ionizantes tem inúmeras aplicações, tanto em terapias quanto nos métodos de diagnóstico. Desde o surgimento e reconhecimento da radiação, a ciência vem fornecendo grandes estudos acerca dos mecanismos biológicos que podem afetar a saúde dos indivíduos envolvidos no seu uso, assim, inúmeras agências de regulamentação, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), se encarregam da elaboração de diretrizes e normas que regulamentam as atividades diagnósticas que usam a radiação ionizante para geração das imagens.
A exemplo, temos a RESOLUÇÃO RDC Nº 611, atualizada em 9 de março de 2022 pela ANVISA, a qual “estabelece os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista e regulamenta o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas”. Essa resolução é aplicada a todas as pessoas jurídicas ou físicas de instituições privadas ou públicas, civis ou militares, que estejam envolvidas com atividades de radiologia diagnóstica ou intervencionista, fabricação e comercialização de equipamentos para utilização em radiologia diagnóstica, além da utilização de radiações em atividades de pesquisa e de ensino em saúde humana, a fim de regulamentar o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público, decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas.
Sobre o uso da radiologia na medicina veterinária, o decreto nº 40.400, de 24 de outubro de 1995, normatiza as especificações técnicas para instalações para uso da radiologia, e o Capítulo VI define as diretrizes do uso de radiação nos estabelecimentos veterinários, obedecendo às disposições legais vigentes ou à adequação e alvará específicos de funcionamento, quando uso é em animais de grande porte, exóticos e/ou silvestres. Dentre os artigos do referido decreto, os artigos 28 e 29 permitem a permanência e utilização de aparelhos emissores de radiação, nos estabelecimentos veterinários destinados ao atendimento médico cirúrgico, quando obedientes às disposições legais vigentes no país, porém veta a manutenção e uso dos aparelho emissores de radiação nos estabelecimentos veterinários comerciais ou industriais. O capítulo também aborda a indicação do uso desses aparelhos em estabelecimentos dedicados à inseminação artificial e/ou pesquisa científica, uma vez que a radiação pode ter influência direta nas células em formação ou germinativas, causando danos ao seu DNA (ácido desoxirribonucleico) que podem ser transmitidos hereditariamente, orientando, assim, o uso de aparelhos emissores de radiação apenas perante comprovada necessidade (artigo 30). O artigo 31, por sua vez, no entendimento de que cada tecido e/ou órgão absorve radiação de forma diferente e a densidade muda de acordo com o indivíduo (espécie ou raça), estabelece que os aparelhos portáteis de radiologia, utilizados na clínica médica e cirúrgica de animais de grande porte, exóticos e/ou silvestres, deverão ter alvará especifico de funcionamento que especifique seus limites de uso, no intuito de reduzir a exposição desnecessária dos animais durante a realização de exames.

Proteção individual - animais domésticos (campo restrito, colimação do feixe, elaboração de tabelas de exposição) 

Na medicina veterinária, a proteção radiológica deve ser tratada com os mesmos cuidados da medicina, primeiramente, por ser uma norma e, como tal, deve ser seguida, principalmente porque, na radiologia veterinária, é preciso elaborar estratégias que evitem que o profissional envolvido se exponha à radiação, tanto diretamente quanto de forma secundária, pela conhecida radiação espalhada. Logo, ele precisa dispor de ferramentas que o auxiliem, a exemplo de sacos de areia para manter o paciente em posição específica para evitar sua exposição desnecessária à radiação. Os estabelecimentos veterinários devem garantir a efetiva proteção e segurança radiológica dos funcionários e dos indivíduos públicos. 
De modo complementar à regulamentação vigente da medicina, em 2010, a ANVISA forneceu um guia de referência técnica para análises voltadas às práticas radiológicas na medicina veterinária, no qual aborda as exigências legais (BRASIL, 2009). É imprescindível que todos os funcionários da instalação estejam protegidos, inclusive aqueles que não são do setor de imagem, e essa segurança deve ser provida por meio de treinamentos periódicos, criação de protocolos específicos e plano de proteção radiológica. 
Gestantes devem ser afastadas imediatamente dessa atividade, não podendo estar próximas ao feixe, logo, não é permitido que estejam imobilizando o animal. Vestimentas adequadas devem ser fornecidas, como aventais e protetores plumbíferos que protegem o tórax e extremidades, bem como protetores de tireoide e gônadas, sendo estas blindagens com o mínimo de 0,25mm e 0,5mm de chumbo, se for utilizado em região que esteja a até 5 cm do feixe primário, como, por exemplo, as mãos dos operadores. Luvas, óculos e outras blindagens para proteção dos proprietários dos animais e profissionais devem fazer parte das estratégias de proteção fornecidas. 
Outra estratégia necessária é a monitoração radiológica pelos profissionais que atuam com radiação ionizante. Assim, são garantidas as condições de trabalho satisfatórias do ponto de vista da segurança radiológica, apurando constantemente a dose efetiva nesses trabalhadores. A monitoração deve incluir a área, ou levantamento radiométrico, que faz a classificação dos valores de dose do ambiente para estabelecer as condições de segurança radiológica para os trabalhadores do setor e indivíduos do público envolvidos, a monitoração individual do profissional operador e a monitoração individual que avalia diretamente a dose do trabalhador por meio de dispositivos chamados dosímetros, do tipo termoluminescentes (TL) ou de luminescência opticamente estimulada, que conseguem estabelecer as doses a que o operador foi exposto por um determinado período de tempo. Esses dados devem ser tabelados e acompanhados atenciosamente, com o afastamento de imediato do profissional de sua atividade pela secretaria de vigilância, na eventualidade da excedência dos limites aceitáveis de radiação. 
Medidas práticas também podem ser aplicadas, como a utilização de dispositivos que limitem a liberação desnecessária de feixes de radiação como a colimação, que beneficiaria até a imagem obtida, uma vez que, ao diminuir a radiação dispersada, aumentam os detalhes e o contraste da imagem (THRALL, 2010).

Figura 2 | Pêra de borracha
Fonte: acervo do autor.

Vídeo Resumo

Nesta videoaula, vamos debater sobre os riscos associados à utilização da radiação como ferramenta diagnóstica - efeitos estocásticos tardios, danos determinísticos, ALARA; RDC 611, Decreto nº 40.400, de 24 de outubro de 1995 (Capítulo 5, do uso das radiações). Falaremos da proteção individual e de animais domésticos (campo restrito, colimação do feixe, elaboração de tabelas de exposição).

 

Saiba mais

Para complementar o seu conhecimento e facilitar o aprendizado, recomendo a leitura do artigo: A dosimetria como fator de qualificação e proteção na área veterinária.
O material tem o objetivo de verificar se há dispersão de radiação com as energias e doses comumente usadas durante procedimentos na área veterinária.

Aula 3

Proteção individual do operador

Nesta aula, veremos os procedimentos necessários para realização do exame radiográfico de cães, gatos, equinos, aves, répteis, roedores, lagomorfos e os equipamentos fixos móveis.

26 minutos

introdução

Nesta aula, veremos os procedimentos necessários para realização do exame radiográfico de cães, gatos, equinos, aves, répteis, roedores, lagomorfos e os equipamentos fixos móveis, Veremos a utilização dos equipamentos de raio X, equipamentos de proteção individual e utilização do conhecimento e experiência para amenizar os problemas que podem ser causados pela radiação.

Equipamentos de raio X

A radiologia é uma ciência que continua em evolução constante, desde que foi descoberta por Wilhelm Conrad Roentgen, em 1895. Esse avanço tecnológico constante está atrelado à necessidade de buscar imagens perfeitas, de preferência com processamentos rápidos, sem o uso de químicos e, desde que necessário, utilizando técnicas inovadoras, como é o caso da radiologia digital (CANDEIRO et al., 2009).
Os primeiros sistemas de radiografia foram analógicos. Esses sistemas convencionais de radiografia geram as imagens graças aos fótons de radiação produzidos no tubo de raios X do aparelho. A geração dos fótons acontece quando uma corrente elétrica (mA) atravessa o filamento no Cátodo e causa um agrupamento de elétrons no local. Depois, é causada uma diferença de potencial na ampola do equipamento, que provoca o desprendimento dos elétrons do filamento e sua aceleração na direção do Ânodo. Esses elétrons em colisão produzem 99% de calor e somente 1% de fótons (BONTRAGER, 2006).
De acordo com Bontrager (2006), quando os raios X partem da ampola e passam pelo corpo do paciente, cristais de prata que se encontram no filme localizado atrás do paciente são sensibilizados e, depois de serem revelados quimicamente, fixados, lavados e secos, originam a imagem radiográfica.
A radiografia digital, mesmo que ainda utilize o aparelho gerador de fótons convencional, alterou a forma de detectá-los para gerar a imagem. A radiografia computadorizada consiste em uma estação de trabalho que utiliza programas de formação de imagens, uma unidade leitora e placas de fósforo chamadas de cassetes, de tamanhos diversos. O sistema digital também usa chassis, assim como o sistema convencional, mas eletrônicos, ou seja, compostos por um sistema de fósforo que tem a capacidade de responder com luminescência fotoestimulável. A energia dos fótons é liberada em forma de luz, permitindo a revelação automática das imagens geradas, que são enviadas para monitores digitais (BUSHONG, 2008).
A grande demanda por exames de imagem na Medicina Veterinária requer ajustes nos aparelhos para que eles possam atender às peculiaridades dessa área da saúde. Surgiram, com esse fim, aparelhos radiográficos móveis e portáteis para suprir as necessidades dos profissionais que prestam assistência em áreas distantes dos grandes centros, que não possuem serviços diagnósticos, evitando, assim, gastos e estresse com o deslocamento de animais de grande porte, como bovinos e equinos (BARRОSО; DE PAULA; ÁVILA, 2005).
Além de aparelhos específicos, para que essa demanda seja atendida necessita-se também de profissional que detenha conhecimentos específicos da Medicina Veterinária, para que possa atuar com presteza e eficiência no exame das diversas espécies animais.  Conforme a Resolução do CONTER (Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia) nº 02, de 10 de maio de 2005, atribui-se ao técnico ou tecnólogo em radiologia, a realização do exame radiográfico em pacientes veterinários.

Figura 1 | Equipamento de raio X fixo
Fonte: acervo do autor.

Procedimentos

A descoberta do raio x pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, em 1895, e a sua imediata utilização trouxe incontáveis benefícios à medicina e às demais ciências da saúde, porém, o uso de radiações ionizantes também gerou múltiplos agravos em pesquisadores, médicos, tecnólogos, pacientes, tutores e outros a ela expostos (NAVARRO et al., 2008).
Em 1928, o médico brasileiro Álvaro Alvim faleceu mesmo após ter suas duas mãos amputadas devido a graves lesões provocadas pela intensa exposição à radiação. Foi então verificado que o uso da radiografia diagnóstica permitiu grandes avanços e benfeitorias, mas trouxe também perigos intrínsecos e desconhecidos quando da sua incorporação à medicina. Depois de verificar a ocorrência de danos biológicos provenientes da utilização do raio x e da ausência de maiores informações sobre o perigo da radiação, foram criadas normas visando a proteção do ser humano, dos animais e do meio ambiente (PIRES et al., 2013).
O Conselho Nacional dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia, por meio da Resolução CONTER nº 2, de 2002, e Resolução CONTER nº 11, de 2011, refere a necessidade de utilização de equipamentos e cuidados que promovam a proteção radiológica dos trabalhadores (CONTER, 2005).
Os fundamentos da radioproteção sempre devem ser realizados durante os procedimentos de exames radiográficos em estabelecimentos veterinários. O risco ocupacional dos profissionais envolvidos na realização dos exames radiológicos em animais jamais deve ser subestimado e deve-se buscar sempre o uso de técnicas e contenção corretos, para que se otimize o exame e não haja necessidade de exposição repetida à radiação, tanto dos técnico quanto do tutor e paciente (GINJA; FERREIRA, 2002). 
O uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) é essencial para todos aqueles que entram em contato com a radiação. O Ministério do Trabalho considera EPI todo equipamento de uso individual usado pelo colaborador, com fins de proteção de riscos que possam se tornar uma ameaça à segurança e à saúde do trabalhador (NR-06, 2020).
A radiação ionizante, quando em baixas doses, não causa dor, é incolor e não produz sequelas imediatas visíveis. Os EPI que devem ser utilizados pelos trabalhadores e acompanhantes de pacientes visam a sua proteção. O avental de chumbo prevê a proteção de tórax e abdômen; o protetor de tireoide visa proteger essa glândula, que se mostra bastante sensível aos efeitos da radiação. Além destes, deve-se sempre utilizar os óculos plumbíferos e os protetores gonadais (GINJA; FERREIRA, 2002). 
A evolução tecnológica busca melhorar tanto a qualidade da imagem dos equipamentos de raio x quanto a biossegurança dos colaboradores, tutores e pacientes expostos à radiação (PIRES et al., 2013).
O ambiente onde os exames são realizados também são especiais e a sala deve ser blindada, para evitar o risco de vazamento de radiação para as adjacências. As salas devem ter teto, paredes, piso, visor e portas que não permitam a fuga da radiação. As cabines e biombos devem conferir proteção e, ao mesmo tempo, permitir que o técnico visualize o paciente e consiga operar o aparelho (GINJA; FERREIRA, 2002). 
O Ministério do Trabalho exige, ainda, que todo colaborador ocupacionalmente exposto à radiação ionizante faça uso do dosímetro para monitoração individual da radiação que está sedo recebendo. O dosímetro deve ser utilizado próximo ao tórax, durante toda a sua jornada de trabalho (GINJA; FERREIRA, 2002). 

Utilização da radiação ionizante 

A radiação ionizante atua em nível celular e pode causar danos em estruturas essenciais, como o ácido desoxirribonucleico (DNA). Por causa desses efeitos deletérios, a proteção contra a radiação é obrigatória, mas pacientes e operadores nem sempre levam a necessidade dos cuidados e uso de equipamentos de proteção individual (EPI) tão a sério, pois a radiação não pode ser vista, sentida ou ouvida (HAN; HURD, 2007).
As fontes de exposição à radiação são: o feixe primário, a radiação dispersada, a fluoroscopia e a cabeça do tubo de raio x. Deve-se buscar sempre minimizar a exposição dos técnicos, pacientes e acompanhantes a ela (HAN; HURD, 2007).
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), algumas doenças aparecem em decorrência da exposição repetitiva à radiação, como, por exemplo: neoplasias, púrpura, polineuropatias, anemia aplásica, blefatite, catarata, fibrose pulmonar, infertilidade e outras afecções.
O uso inadequado de EPI plumbífero (com chumbo) e a exposição desnecessária à radiação sabidamente causam danos celulares aos seres vivos. Deve-se, então, prevenir e evitar esses riscos com os equipamentos de proteção e ainda outras medidas conhecidas que podem proteger principalmente o operador (BRASIL, 2001).
Quanto maior a distância que o técnico estiver do feixe primário, menor será a sua exposição à radiação ionizante. A intensidade do feixe de raio x diminui para um quarto se a distância entre a fonte de radiação e o operador for dobrada. Essa afirmação é dada pela lei dos quadrados inversos. Reitera-se aqui a necessidade de uso dos EPI, mesmo quando se aumenta a distância entre as pessoas envolvidas no exame e o feixe primário (HAN; HURD, 2007).
Outra forma de diminuir a exposição à radiação, tanto do paciente, quanto da equipe envolvida, é a redução do tempo de execução do exame. Uma das melhores formas de diminuir esse período é posicionando adequadamente o paciente (HAN; HURD, 2007).
Quando o exame é mal interpretado em decorrência de um mau posicionamento, comumente ele tem que ser repetido e, desta forma, mais radiação tem que ser utilizada. Para evitar erros, o técnico responsável pelo exame deve entender muito bem da espécie a ser examinada e o posicionamento requerido de acordo com cada área a ser radiografada, seja ela um membro ou um órgão dentro de uma cavidade (HAN; HURD, 2007).
Pacientes veterinários dificilmente podem ser bem posicionados quando não estão devidamente contidos. A contenção de um animal pode ser realizada de forma física ou química. Animais de companhia, desde que não sejam exageradamente agressivos, na maioria das vezes podem ser contidos fisicamente, assim como grandes animais, que podem ser contidos por cabrestos, troncos e bretes. Pacientes veterinários agressivos e principalmente animais silvestres e selvagens devem ser contidos quimicamente, por sedação ou anestesia (THRALL, 2014).

Figura 2 | Óculos plumbífero
Fonte: acervo do autor.

Vídeo Resumo

Nesta videoaula, veremos os procedimentos necessários para realização do exame radiográfico de cães, gatos, equinos, aves, répteis, roedores e lagomorfos. Veremos informações sobre os equipamentos fixos e móveis e como podem auxiliar na realização do exame. Veremos, ainda, a utilização dos equipamentos de raio X, a utilização de equipamentos de proteção individual e a importância da aplicação do conhecimento e da experiência para amenizar os problemas que podem ser causados pela radiação.

 

Saiba mais

Caro aluno,
Para aprimorar sues conhecimentos e facilitar o entendimento, recomendo a leitura do artigo: Análise preliminar das doses para avaliação da qualidade da imagem em exames radiográficos na Radiologia Veterinária.
O material teve como objetivo analisar a dose radiológica e a qualidade da imagem da carta técnica utilizada para a realização de radiografias de tórax e coxal de animais das espécies canina e felina.

Aula 4

Rotina do técnico na radiologia veterinária

Nesta aula, você estudará os posicionamentos para realização das radiografias intraorais, o manejo do paciente e indicações do exame.

24 minutos

introdução

Nesta aula, você estudará os posicionamentos para realização das radiografias intraorais, o manejo do paciente e indicações do exame; avaliação para diagnóstico de má oclusão dentária em roedores e lagomorfos (com ênfase em coelhos); e as diferentes espécies animais em avaliação torácica, abdominal ou de cavidade celomática.

Radiografia intraoral

As projeções intraorais têm sua utilização voltada para a avaliação odontológica. A imagem mostra principalmente a porção rostral da mandíbula e maxila, que se sobrepõe nas projeções ortogonais. É recomendado o filme de exposição direta para a realização dessas imagens para que se tenha um maior detalhamento das estruturas a serem avaliadas. Para ambas arcadas dentárias, o crânio deve estar em posição dorsoventral ou ventrodorsal. As principais incidências intraorais utilizadas são: intraoral da mandíbula, intraoral da maxila, oblíquo lateral para a arcada dentária maxilar e mandibular (esquerda 30° ventral-direita dorsal oblíqua; direita 30° ventral-esquerda dorsal oblíqua). A seguir, cada projeção citada acima será discorrida de maneira sucinta (HAN; HURD, 2007).
Para projeção intraoral da maxila, o paciente deve ser posicionado em decúbito esternal, com um tubo traqueal fixando a mandíbula. Coloca-se o filme na cavidade oral o mais profundamente possível. Para melhor visualização da maxila, o feixe central deve incidir em ângulo reto e se direcionar ao nível do terceiro pré-molar. Caso se deseje uma melhor visualização dos incisivos, o feixe central deve incidir em um ângulo de 60° no filme e direcionar para a margem alveolar na linha mediana (HAN; HURD, 2007; SCHEBITZ; WILKENS, 2000).
O posicionamento oblíquo lateral para a arcada dentária maxilar pode ser realizado em decúbito lateral direito ou esquerdo, sendo que, para a visibilização da arcada direita, o paciente é colocado em decúbito lateral esquerdo e, para ser radiografada a arcada maxilar esquerda, o paciente deve ser colocado em decúbito lateral direito. Essa projeção permite melhor visualização dos pré-molares e molares maxilares. Para a realização, mantém-se a boca aberta, de modo que o palato duro forme um ângulo de 30° com o filme, com o feixe central incidindo em ângulo reto e direcionado para a margem alveolar no nível do primeiro molar (HAN; HURD, 2007; SCHEBITZ; WILKENS, 2000).
Na projeção intraoral da mandíbula, posiciona-se o paciente em decúbito dorsal (posição ventrodorsal), estendendo os membros dianteiros caudalmente. Um canto do filme deve ser posicionado o mais profundamente possível com a língua para baixo do centro da mandíbula. A utilização de um apoio para o dorso do nariz auxilia na estabilização e no alinhamento da cabeça. Para melhor visualização da mandíbula o feixe central deve ser direcionado para o espaço intermandibular na linha mediana (HAN; HURD, 2007; SCHEBITZ; WILKENS, 2000). 
A projeção oblíqua lateral para a arcada dentária mandibular é semelhante à utilizada para avaliação da arcada dentária maxilar e permite a visualização dos pré-molares e molares mandibulares sem sobreposição da arcada maxilar. Com o tubo endotraqueal amarrado à maxila, mantém-se a boca do paciente aberta e oblíqua com o crânio 30° em direção à posição dorsoventral. Para todas as incidências descritas, é de suma importância identificar a projeção oblíqua (HAN; HURD, 2007; SCHEBITZ; WILKENS, 2000).

Figura 1 | Projeção intraoral da maxila
Fonte: Han e Hurd (2007). 

Má oclusão dentária

Vimos no bloco anterior que as projeções intraorais têm sua utilização voltada para a avaliação odontológica. A imagem mostra principalmente a porção rostral da mandíbula e maxila, que se sobrepõe nas projeções ortogonais. É recomendado o filme de exposição direta para a realização dessas imagens, para que se tenha um maior detalhamento das estruturas a serem avaliadas. Para ambas arcadas dentárias, o crânio deve estar em posição dorsoventral ou ventrodorsal. As principais incidências intraorais utilizadas são: intraoral da mandíbula, intraoral da maxila, oblíquo lateral para a arcada dentária maxilar e mandibular (esquerda 30° ventral-direita dorsal oblíqua; direita 30° ventral-esquerda dorsal oblíqua). A seguir, cada projeção citada acima será discorrida de maneira sucinta (HAN; HURD, 2007).
Vamos discutir um pouco sobre os roedores e lagomorfos, com enfoque em coelhos.
A má oclusão pode ter múltiplas causas, que podem ser frequentemente associadas. Pode ser de origem traumática, metabólica, genética ou, até mesmo, alimentar (nutrição) (QUINTON, 2005).
Na má oclusão de origem genética geralmente encontramos problemas nas raças anãs, já que esses animais são selecionados para redução de tamanho e a busca por um formato de cabeça mais arredondado, causando uma deficiência na aproximação correta dos dentes e, consequentemente, o desgaste necessário (QUINTON, 2005).
Sobre a má oclusão traumática, podem ocorrer devido à reação desses pequenos animais, buscando a fuga de determinadas situações, pulando de regiões mais elevadas, levando a quadros de fraturas na base dos incisivos, que vão cicatrizar de forma espontânea (geralmente causando alterações durante o crescimento dentário) (QUINTON, 2005).
Outra causa de má oclusão em lagomorfos e roedores em geral é a nutricional (hoje o maior problema encontrado na clínica de roedores e lagomorfos). Na mastigação, os dentes que não possuem raiz devem ser desafiados diariamente por alimentos fibrosos para que haja um desgaste correto da dentição desses animais, o que não acontece com a alimentação à base de ração (causando movimento mastigatório incompleto e sensação de saciedade que vai impedir que os animais façam mastigação contínua (QUINTON, 2005).
Já a má oclusão metabólica geralmente é associada à osteopenia decorrente de uma deficiência do mecanismo metabólico do cálcio (QUINTON, 2005).
Nos coelhos, o movimento mastigatório é lateral (para os molares e pré-molares) e anteroposterior para os incisivos. Os coelhos são animais elodontes totais (todos os dentes não possuem raiz e, por isso, não param de crescer) (QUINTON, 2005).
Com a falta do desafio de desgaste dos dentes, eles não param de crescer, causando o mau fechamento da boca do animal, podendo também formar pontas lacerantes em direção à mucosa oral (QUINTON, 2005).
Os dentes inferiores crescem medialmente (machucando a língua) e os superiores crescem lateralmente (lesionando as bochechas) (QUINTON, 2005).

Figura 2 | Radiografia crânio roedor (avaliação de má oclusão)
Fonte: acervo do autor.

Avaliação de cavidade celomática 

Como já discutido na Unidade 3, os exames de tórax e abdome são frequentemente solicitados e compõem grande parte da rotina clínica na radiologia veterinária.
Na imagem radiográfica, é importante que toda a cavidade torácica esteja inclusa, e o seu campo de visualização deve se estender da parte mais cranial à entrada do tórax, a alguns centímetros caudalmente da última costela (THRALL, 2014).
A cavidade abdominal é a maior cavidade do corpo, separada da cavidade torácica pelo diafragma, ligando-se caudalmente com a cavidade pélvica. A cavidade possui um formato ovoide e comprido lateralmente, tendo seu diâmetro dorsoventral maior na primeira vértebra lombar e o transversal próximo à pelve (GETTY, 2008).
Agora, vamos a algumas informações importantes sobre a radiografia de animais silvestres e pets não convencionais, além de apresentar a diferença e o manejo necessário para esses animais. Boa parte desse material faz parte da rotina clínica diária.
Com relação ao exame radiográfico de mamíferos domésticos criados como pets não convencionais, destaca-se a elevada casuística de coelhos e porquinhos-da-índia com estase gastrintestinal devido à disbiose decorrente de manejo alimentar inadequado ou uso incorreto de antibioticoterapia. Como trata-se de alteração que costuma evoluir para um prognóstico reservado a desfavorável, o monitoramento do timpanismo por essa ferramenta é essencial. Também podem ser observadas obstruções por tricobenzoares, especialmente em raças de coelhos de pelo longo. Para ratos twister, frequentemente utiliza-se do estudo radiográfico de campos pulmonares para avaliação clínica e acompanhamento da evolução de doenças respiratórias, especialmente micoplasmose, doença com curso predominantemente respiratório e comumente diagnosticada nessa espécie.
Entre as aves, a radiografia da cavidade celomática é ferramenta essencial para diagnóstico e monitoramento de diversas alterações. A mensuração da silhueta cardio-hepática é utilizada para diagnóstico de cardiomegalia e/ou hepatopatias, geralmente como decorrência de intoxicações ou, principalmente, distúrbios nutricionais com evolução para esteatose hepática e posterior cirrose hepática. Diagnósticos de distocia por inversão do polo do ovo também requerem avaliação radiográfica, nos casos de aves com desafio reprodutivo intenso ou com distúrbios nutricionais, como em situações de deficiência de cálcio. Além disso, avaliações do sistema respiratório, em casos de suspeita de aerosaculite ou pneumonias, requerem o uso de radiografias.
Para os répteis, as avaliações radiográficas da cavidade celomática são essenciais para diagnóstico de diversas enfermidades, especialmente entre os quelônios. Como esses animais possuem carapaça e plastrão formado por estrutura óssea, há limitação no uso de métodos semiológicos usuais. Hipoatividade, hiporexia e hipodipsia podem estar associadas a distocias, obstruções, impactação, pneumonias etc., cujos diagnósticos dependem de imagens radiográficas da cavidade celomática. Entre os lagartos, essa ferramenta é fundamental para o diagnóstico de impactação por consumo de substrato, em situações de erro de manejo alimentar e ambiental. Para serpentes, imagens radiográficas de campos pulmonares são fundamentais para diagnóstico de pneumonias, bem como essa ferramenta é essencial para o diagnóstico de gestação.

Figura 3 | Estase em hamster
Fonte: acervo do autor.

Vídeo Resumo

Nesta videoaula, vamos rever os posicionamentos para realização das radiografias intraorais, o manejo do paciente e indicações do exame. Falaremos da avaliação para diagnóstico de má oclusão dentária em roedores e lagomorfos (com ênfase em coelhos) e veremos as diferentes espécies animais e sua avaliação torácica, abdominal ou de cavidade celomática.

 

Saiba mais

Leia o artigo Hipercrescimento dentário e má oclusão em coelho doméstico (Oryctolagus cuniculus): Revisão a fim de aprimorar seus conhecimentos sobre esta aula.

Aula 5

Revisão da unidade

39 minutos

Proteção radiológica, efeitos biológicos, radiografia intraoral e diferença entre cavidades

Os cuidados com a radioproteção devem ser seguidos por todos que atuam na radiologia veterinária, tanto para os animais pacientes quanto para os profissionais veterinários. É essencial que se busquem opções que permitam também reduzir a dose de radiação no paciente animal e realizar o exame de modo que a qualidade da imagem seja sempre a melhor. Por conseguinte, o sistema de proteção radiológica está baseado em princípios gerais: a justificativa, que determina que nenhuma radiação deve ser utilizada sem que o benefício do seu uso seja maior que os possíveis riscos a ele atribuídos, tanto para o paciente quanto aos trabalhadores e acompanhantes e para a sociedade em geral, e que, desde que possível, deve-se buscar métodos alternativos de diagnóstico que não utilizem a radiação ionizante (GINJA; FERREIRA, 2002). 
A ionização ocorre quando um elétron é ejetado a partir do átomo, por exemplo, pelo raio X (radiação). Esses elétrons expelidos podem atuar no DNA das células, causando alguns transtornos, tais como mutações, abortos e anormalidades fetais, cataratas e tumores. Os danos da radiação no DNA celular é o efeito mais importante a ser considerado, pois sabe-se que o DNA controla os processos celulares e os danos podem se estender para gerações futuras de células filhas. Os principais exemplos de radiações ionizantes são: a radiação alfa (com baixo poder de penetração), a radiação beta, a radiação gama e a radiação X, sendo estas duas últimas com elevado potencial de penetração (GINJA; FERREIRA, 2002). 
A radiação ionizante, quando em baixas doses, não causa dor, não pode ser visualizada e não produz sequelas imediatas visíveis. Os EPIs que devem ser utilizados pelos trabalhadores e acompanhantes de pacientes visam a proteção. O avental de chumbo prevê a proteção do tórax e do abdômen. O protetor de tireoide visa proteger essa glândula, que se mostra bastante sensível aos efeitos da radiação. Além desses, deve-se sempre utilizar os óculos plumbíferos e os protetores de gônadas. Mulheres grávidas não devem permanecer na sala de exames, nem com proteção (GINJA; FERREIRA, 2002). 
Quanto maior a distância que o técnico estiver do feixe primário, menor será a sua exposição à radiação ionizante. A intensidade do feixe de raio x diminui para um quarto se a distância entre a fonte de radiação e o operador for dobrada. Essa afirmação é dada pela lei dos quadrados inversos. Reitera-se, aqui, a necessidade de uso dos EPIs, mesmo quando se aumenta a distância entre as pessoas envolvidas no exame e o feixe primário (HAN; HURD, 2007).

Revisão da unidade

Neste vídeo, iniciaremos com um resumo básico sobre proteção radiológica em radiologia veterinária e radiação. Na sequência, veremos os riscos associados à utilização da radiação como ferramenta diagnóstica - efeitos estocásticos tardios, danos determinísticos. Ao final, veremos informações sobre a realização de exame de tórax e abdome e o exame intraoral.

 

ESTUDO DE CASO

Para que possamos reforçar e ampliar o seu aprendizado nesta unidade, vamos verificar uma situação-problema rotineira, na qual você terá que refletir e utilizar todo o seu conhecimento e habilidade na resolução.
O papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) é principalmente um papagaio verde com cerca de 45 centímetros de comprimento e com peso de cerca de 400 gramas. Tem penas azuis na testa, acima do bico e amarelas na cara e coroa. A distribuição do azul e amarelo varia muito. A cor da íris dos adultos é amarelo-laranja no macho ou vermelho-laranja na fêmea. Destaca-se um fino anel externo vermelho. Os imaturos têm íris marrom uniforme. O bico é negro no macho adulto. É uma das espécies de aves mais inteligentes do planeta. Sua expectativa de vida é de oitenta anos.
Chegou ao hospital veterinário, um papagaio-verdadeiro para atendimento emergencial. Então, rapidamente a equipe de atendimento a animais silvestres colocou-se à disposição para avaliar o animal e tentar entender e debater sobre o melhor protocolo.
O paciente tem o histórico de rejeição de alimentos, inclusive da sua ração favorita (girassol). Enquanto seu proprietário estava fazendo a limpeza do recinto do animal, foi observada a presença de fezes de consistência diarreica, o que aumentou ainda mais o nível de preocupação do tutor. O papagaio, de aproximadamente 48 anos, pertence a um senhor de 84 anos. É do sexo masculino e, desde que parou de se alimentar, não voa, está prostrado e com o quadro diarreico se agravando. O papagaio verdadeiro é uma espécie muito inteligente e pode não permitir a aproximação de desconhecidos com facilidade.
O paciente está muito prostrado e, devido a isso, o clínico responsável pelo atendimento não autorizou a realização da contenção química, informando que o animal não teria teto para sedação e poderia evoluir para óbito. Feito o exame físico, optou-se por exames complementares, inclusive exame radiográfico. Então, rapidamente foi realizada a contenção física do animal para o exame radiográfico.
De acordo com o histórico apresentado, qual a sua principal suspeita? Já que o papagaio será contido fisicamente, como você irá realizar sua localização na mesa e como irá fixá-lo?
Sabendo que se trata de uma ave Psittaciforme, qual é o melhor posicionamento? E quais são as melhores incidências para diagnosticar realmente o que está acontecendo com o papagaio?
Preste bastante atenção nos pontos do texto:

Atenção!

Reflita

Meu caro estudante, para que você traga a solução mais acertada para a situação-problema apresentada, sugiro que você reflita sobre o que aprendemos nesta unidade e se coloque como se estivesse vivenciando o momento no qual o paciente chega no hospital veterinário. O caso clínico apresentado acima acontece rotineiramente em clínicas e hospitais que oferecem diagnóstico por imagem para animais e você precisa estar preparado. Animais silvestres e selvagens são pacientes cada vez mais comuns, dado o crescimento dessas espécies como animais de trabalho e de estimação.
Lembre-se de tudo o que já estudamos juntos no decorrer desta unidade, sobre posicionamento, contenção, planos e eixos e tipos de fratura mais comuns nessa espécie animal. Tenha em mente que, além das habilidades técnicas que estamos desenvolvendo aqui, manter a calma, o equilíbrio e a empatia trará sempre os melhores resultados, seja na resolução deste exercício ou na sua atuação real. 

Resolução do Estudo de Caso

Caro estudante, para consolidar seu aprendizado nesta unidade, vamos agora resolver o problema do papagaio verdadeiro pertencente ao senhor João (senhor de 84 anos) tentando ajudar o mais rápido possível o paciente que chegou para o atendimento de emergência, após o senhor João notar a piora do animal. Para isso, você terá que utilizar todo o seu conhecimento e habilidade para conseguir gerar uma imagem de excelente qualidade, que consequentemente trará um diagnóstico preciso.

Você está pronto? Vamos começar?
Sabemos que se trata de um paciente que não pode ser sedado para a realização do procedimento e também conhecemos as técnicas e aparatos que podem ser utilizados para ajudar no seu posicionamento. 
É recomendado que um médico veterinário, responsável pelo atendimento do paciente, e o setor de anestesiologista acompanhem o procedimento de contenção física, pois sabemos que o quadro do paciente não é bom e que as aves podem sofrer de miopatia de contenção. A pré-medicação consiste em escolher o medicamento mais adequado para o paciente, que pode ser uma tarefa desafiadora. A decisão deve ser tomada de acordo com o estado de saúde do paciente e com o temperamento e a espécie animal, a duração média do procedimento e a preferência pessoal (BEDNARSKI, 2015). 
Realiza-se a contenção física para melhor posicionar o paciente, buscando um manejo mais cuidadoso, delicado e breve. Para isso, podemos também utilizar alguns artifícios para aquisição de uma imagem radiográfica de excelência, utilizando corda ou fita adesiva (melhor opção para a ave em questão) tomando sempre muito cuidado com olhos e penas.
Para realizar a imagem do paciente que deu entrada no hospital veterinário, o profissional radiologista deve trabalhar com, no mínimo, duas incidências com um ângulo de 90º de relação entre as duas. As projeções laterolateral (sobreposição de gônadas, rins, acetábulo e clavícula) da cavidade celomática e ventrodorsal (sobreposição da quilha à coluna) da cavidade celomática serão escolhidas para a aquisição da imagem.
Ao término do exame, foi constatada uma hepatomegalia possivelmente causada pelo excesso de girassol na dieta do animal (diagnóstico realizado através da avaliação de silhueta cardio-hepática, sendo esse paciente encaminhado novamente para o setor de clínica médica de animais silvestres para correlação clínica e posterior conversa com os proprietários.

 

Resumo Visual

Esquema Ilustrativo da proteção radiológica em medicina veterinária - Unidade 4
Fonte: elaborado pelo autor.

referências

5 minutos

Aula 1

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Aula 2

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Aula 3

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Aula 4

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Aula 5

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.