Comentários

0%

Aula 1

Radiodiagnóstico da cavidade abdominal

Nesta aula, você estudará: divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região ; indicações de radiografia abdominal, tomografia abdominal e emergências; sistema geniturinário .

14 minutos

introdução

Caro aluno, seja muito bem-vindo!
Nesta aula, você estudará: divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região (hipogástrica, hiper e monogástrica); indicações de radiografia abdominal, tomografia abdominal e emergências (persistência do arco aórtico direito, dilatação e torção gástrica, enterite, intussuscepção, corpos estranhos); sistema geniturinário (anatomia do sistema geniturinário, técnicas radiográficas simples e contrastadas, posicionamento, patologias e emergências do sistema geniturinário de machos e fêmeas, hernia perineal, cálculos, neoplasias, ruptura de bexiga, patologias radiográficas do sistema reprodutor, contagem de fetos, alterações da próstata).
Prepare-se, pois essas são informações muito importantes para sua carreira profissional. Bons estudos.

Introdução à radiografia do abdome

A cavidade abdominal é a maior cavidade do corpo, sendo separada da cavidade torácica pelo diafragma e se ligando caudalmente à cavidade pélvica. A cavidade possui um formato ovoide e comprido lateralmente, tendo seu diâmetro dorsoventral maior na primeira vértebra lombar, com o transversal próximo à pelve (GETTY, 2008).
A região abdominal comporta a maior parte dos órgãos digestivos e urinários, também armazenando órgãos reprodutivos/genitais internos que, em casos de gestação, ainda vão dar espaço aos fetos (GETTY, 2008).
Na clínica de pequenos animais, a radiografia da região abdominal é uma das mais solicitadas na rotina da radiologia veterinária, com exceção dos equinos que, quando realizam esses exames, ficam restritos apenas à avaliação do aspecto cranioventral ou ventral da região abdominal, para posterior verificação da presença do acúmulo de areia (sablose) ou presença de enterólitos (THRALL, 2014).
Em equinos de porte pequeno, como os pôneis, toda a região abdominal pode ser radiografada, tendo a avaliação parcialmente comprometida pela dificuldade de individualização dos órgãos, já que a quantidade de gordura tende a ser diminuída (dificultando o contraste e consequente avaliação) e devido ao fato de a cavidade abdominal ser bastante preenchida pelo trato gastrointestinal do animal (THRALL, 2014).
Como em qualquer outro exame, a avaliação do estado/comportamento do paciente vai esboçar a necessidade de contenção física, química e até mesmo se existe ou não necessidade de jejum do animal para a realização do exame, com a finalidade de garantir uma imagem de qualidade superior e, consequentemente, melhor e mais confiável para interpretação (THRALL, 2014).
Na realização de exames radiográficos do abdome, as projeções mais utilizadas são as laterais e a projeção ventrodorsal. Para a realização da projeção lateral, o ideal é colocar o paciente em decúbito lateral direito, estendendo os membros traseiros caudalmente. A colimação deve ser feita com o ponto de referência cranial aos três espaços intercostais à frente do xifoide, indo até o ponto mais caudal, usando como base o trocanter maior do fêmur. Ainda levando em consideração a aquisição de uma imagem de qualidade, devemos radiografar o abdome no momento exato do pico expiratório, fazendo também o uso de materiais radiotransparentes para que consigamos manter o esterno e o processo espinhoso dorsal em um plano paralelo à mesa. Na projeção ventrodorsal, a janela de colimação segue o mesmo padrão de referência para a porção cranial e caudal, utilizada na projeção lateral, mas tomando o cuidado de posicionar o paciente para que o esterno e as vértebras fiquem sobrepostos em um plano perpendicular à mesa (HAN; HURD, 2007). 

Figura 1 | Projeção ventrodorsal do abdome
Fonte: Han e Hurd (2007).

Técnicas radiográficas em cães e gatos

A nomenclatura utilizada para as projeções laterais do abdome foram abreviadas para informar o lado no qual o paciente está repousando na mesa de exames (ex.: lado direito do animal em contato direto com a mesa – projeção laterolateral direita). Em uma avaliação minuciosa da cavidade abdominal, quando o assunto é a avaliação para uma possível pesquisa de pequenas massas, investigação de cálculos uretrais e quando existe a necessidade de um exame contrastado, o tutor deve ser orientado pelo médico veterinário responsável para realizar um jejum prévio nesse paciente, lembrando também que a administração de enema pode ser realizada antes do exame abdominal (THRALL, 2014).
Devemos tomar um extremo cuidado em paciente com suspeita de obstrução, já que a utilização de enema pode alterar o padrão gasoso e fluido do intestino, função importantíssima para um diagnóstico radiográfico de obstrução intestinal preciso (THRALL, 2014).
Sabendo que por, ser um exame que gera uma imagem bidimensional e que, na maioria das vezes, duas projeções são suficientes, é ideal que façamos um mínimo de três incidências em um exame radiográfico abdominal. No exame pela projeção laterolateral esquerda, existe a presença do gás duodenal que pode ser utilizado como contraste, considerando a presença do gás duodenal na projeção laterolateral direita em quantidade reduzida. Quanto à projeção dorsoventral, não é comumente realizada (sendo usual para utilização em paciente instável ou que não poder ser colocado em posição ventrodorsal - projeção de eleição na grande maioria das vezes -, mas sabendo que o diagnóstico mais preciso é feito está na projeção lateral) (THRALL, 2014).
Já em casos de suspeita ou avaliação de cálculos uretrais, as projeções laterais esquerda e direita devem ser somadas com mais uma projeção lateral que deve ser realizada com a tração cranial dos membros pélvicos (apenas quando existe a suspeita, pois retira a sobreposição dos membros pélvicos), permitindo, assim, a visualização e avaliação mais precisa da região do arco isquiático e do osso peniano (THRALL, 2014).
É importante saber que, devido à anatomia do animal, o piloro irá se apresentar com radiopacidade diferente quando comparamos uma projeção lateral com a outra devido aos tecidos moles na projeção lateral direita e maior concentração de gás na lateral esquerda (a depender também do tipo de conteúdo gástrico) (THRALL, 2014).

Figura 2 | Ilustração do efeito da gravidade gás/fluido no decúbito lateral direito e lateral esquerdo. P – Piloro, F – Fundo.
Fonte: Thrall (2019). 

Interpretação do exame de abdome 

O útero normal e não gravídico não é visualizado por meio de radiografia. Pode-se lançar mão do exame de raio X para confirmar a gestação, ter uma estimativa do número de fetos presentes e, até certo ponto, verificar a ocorrência de distocias (THRALL, 2014).
O correto diagnóstico da prenhez só pode ser realizado a partir da mineralização do esqueleto fetal, que ocorre a partir dos 38 dias de gestação das gatas e dos 43 dias nas cadelas. Pelo conhecimento dessa mineralização nas diferentes estruturas fetais, pode-se também estimar a data provável de parto. Por exemplo, sabe-se que os dentes dos fetos aparecem nas radiografias entre 3-8 dias pré-parto na espécie canina (THRALL, 2014).
A radiografia abdominal nas fêmeas gestantes também permite quantificar o tamanho da ninhada, por identificação e contagem de crânios e colunas vertebrais. Esse número é menos preciso quando se tem ninhadas muito numerosas, devendo ser realizado o exame em duas projeções: latero-lateral e ventro-dorsal, salientando-se que, quanto mais mineralizado estiver o esqueleto do feto, mais preciso será o exame (THRALL, 2014).
A radiografia não possibilita avaliar a viabilidade fetal, pois trata-se de uma avaliação estática, na qual não se pode verificar os movimentos do feto nem os batimentos cardíacos (o que seria possível, por exemplo, realizando-se um exame ultrassonográfico). Porém, fetos mortos, a depender do tempo passado desde a sua morte e do estado de putrefação podem, às vezes, ser encontrados devido à presença de gás dentro do feto ou ao redor dele, ou quando se verifica fetos muito menores em relação aos demais da ninhada e quando há sobreposição por excesso de curvatura ou colapso dos ossos do feto (THRALL, 2014).
A causa de uma distocia (dificuldade de parir) pode ser verificada também por radiografia se essa causa for, por exemplo, um filhote localizado transversalmente em relação ao canal de parto, um filhote apresentando gigantismo em relação ao tamanho da mãe ou até mesmo uma fratura pélvica na fêmea, que impeça os filhotes de nascerem (THRALL, 2014).
A piometra é uma doença que provoca acúmulo de líquido, geralmente pus, no lúmen uterino. A depender da abertura ou não da cérvix, grandes quantidades de líquido podem estar presentes, tornando o útero visível como estruturas tubulares (seus cornos) com opacidade homogênea, próximas à bexiga e ao cólon (HAFEZ; HAFEZ, 2004).

Figura 3 | Radiografia gestacional com identificação de distocia em ovino da raça Santa Inês
Fonte: acervo do autor.

Além de exames gestacionais, são realizados também: investigação de urólitos (radiopacos: oxalato de cálcio e estruvita), pesquisa de corpo estranho, pesquisa de metástase, obstrução, torção gástrica, avaliação de fecaloma, entre outros.

Figura 4 | Fecaloma em felino macho de aproximadamente 10 meses de idade
Fonte: acervo do autor.

Vídeo Resumo

Daremos início à nossa primeira videoaula da Unidade 3, no qual abordaremos os principais assuntos trabalhados na aula 10.
Neste vídeo, vamos debater a divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região; indicações de radiografia abdominal; sistema geniturinário (anatomia do sistema geniturinário, técnicas radiográficas simples e contrastadas, posicionamento, patologias e emergências do sistema geniturinário de machos e fêmeas, hérnia perineal, cálculos, neoplasias, ruptura de bexiga, patologias radiográficas do sistema reprodutor, contagem de fetos, alterações da próstata).

 

Saiba mais

Caro aluno,
Para complementar seu conhecimento, indico a leitura do artigo: Diagnóstico da gestação em gatas.
Esse artigo apresenta os principais métodos disponíveis e mais frequentemente utilizados para o diagnóstico de gestação na espécie felina.

Aula 2

Indicações para radiografia abdominal

Nesta aula, você poderá degustar de informações sobre: radiografia simples, radiografia contrastada; tipos de contraste usados em animais domésticos; técnicas para utilização do meio de contraste.

15 minutos

introdução

Caro aluno, nesta aula, você poderá degustar de informações sobre: radiografia simples, radiografia contrastada; tipos de contraste usados em animais domésticos; técnicas para utilização do meio de contraste.
Durante o exame radiográfico, o técnico ou tecnólogo responsável pela realização do exame deve conhecer os diferentes contrastes e também onde e quando podem ser utilizados/indicados. 
Vamos estudar sobre a obtenção de imagens radiográficas com qualidade, posicionamento e situações em que devemos optar pela realização de um exame de imagem contrastado. Será que eu tenho sempre que realizar uma radiografia? Por quê?
Vamos aos estudos.

Radiografias simples e contrastadas

As radiografias simples possuem contraste natural entre as estruturas em estudo. O contraste radiográfico é a diferença de densidade entre as áreas adjacentes da imagem radiográfica (HAN; HURD, 2007), que variam entre branco e preto, sendo as estruturas brancas chamadas de radiopacas (metais, ossos) e as negras de radiolucentes (ar). Radiografias com longa escala de contraste possuem vários graus de cinza e poucas sombras brancas e pretas; já nas radiografias com baixa escala de contraste, o contrário é observado (poucas sombras cinzas e destaque de sombras pretas e brancas). A densidade do material radiografado é um fator determinante sobre como uma estrutura se apresentará na radiografia (HAN; HURD, 2007; THRALL, 2010).
De acordo com a densidade e o número atômico, o material tem maior ou menor habilidade de absorver os raios X, variando em uma escala de cinzas em que estruturas radiopacas são mais brancas (ossos) e tecidos radiolucentes se apresentam mais negros (ar). A espessura da região a ser radiografada também influencia na absorção dos raios X, uma vez que estruturas mais espessas absorvem mais raios X do que as menos espessas. A densidade do objeto, o sombreamento e contraste do filme e o nível de kVp influenciam diretamente na quantidade de contraste radiográfico. Esse contraste pode se estender ou se encurtar de acordo com a regulação do kVp; assim, quanto mais alto o kVp, mais longa será a escala de contraste (HAN; HURD, 2007; THRALL, 2010).
Apesar de as radiografias simples serem amplamente utilizadas, no abdome há pouco contraste natural entre as estruturas, sendo necessária a utilização de substâncias para avaliar os órgãos presentes na cavidade abdominal. Os meios de contraste são mais utilizados nos sistemas digestório e urinário, porém, frente à necessidade de avaliação de outras estruturas (como medula espinhal, glândulas salivares, entre outros), convém também utilizar desse método. Para o estudo contrastado são necessárias várias imagens, logo, são importantes que se façam radiografias de inspeção antes da administração de um agente de contraste, considerando que o diagnóstico pode ser obtido através da radiografia simples sem a necessidade de administração de agente de contraste e de diversas exposições do paciente à radiação (HUDSON et al., 2003; ANDRADE, 2007).
Para a realização de estudos contrastados existem agentes de contraste positivo e agentes de contraste negativo. Os agentes de contraste positivo são dotados de elementos com alto número atômico, logo, apresentam-se radiopacos na imagem, absorvem muito os raios X, e os meios mais utilizados são o sulfato de bário e iodetos orgânicos (iodetos iônicos e iodetos não iônicos). Agentes de contraste negativo possuem baixo número atômico, portanto, aparecem radiolucentes na imagem final, e os meios mais comuns são o ar e dióxido de carbono. Existem ainda procedimentos de duplo contraste, em que são utilizados ambos os meios de contraste (positivo e negativo) (HUDSON et al., 2003; ANDRADE, 2007).

Figura 1 | Pirâmide invertida de radiodensidade no exame radiográfico
Fonte: elaborada pelo autor.

Tipos de contraste nos animais domésticos

O estudo radiográfico contrastado tem como objetivo contornar um órgão ou sistema em meio aos tecidos moles que o circundam, determinando posição, tamanho, formato e função de um órgão. Nos estudos de contraste existem meios de contraste positivo e meios de contraste negativo e cada um deles possui seu melhor desempenho na avaliação de estruturas específicas (HAN; HURD, 2007).
Os meios de contraste positivo (MCP) têm número atômico elevado, e os principais utilizados são bário, iodo orgânico iônico e iodo orgânico não iônico. O bário (sulfato de bário) é geralmente utilizado para estudos do trato gastrointestinal, tem menor custo quando comparado aos Iodetos orgânicos, não possui absorção ou diluição e fornece um bom revestimento da mucosa, no entanto, não é indicado que se utilize esse meio em suspeitas de ruptura ou laceração do sistema digestório, pois o composto é prejudicial para a cavidade peritoneal, causando um processo inflamatório granulomatoso quando em contato com o peritônio (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003).
O iodo orgânico iônico é hidrossolúvel e pode se apresentar na forma oral ou intravenosa. A forma oral se caracteriza pela solução de diatrizoato de meglumina e diatrizoato de sódio. É utilizado para estudos em que se tem a suspeita de perfuração do trato gastrointestinal e geralmente possui trânsito rápido, porém, sua hipertonicidade faz com que os fluidos sejam atraídos para o lúmen do intestino, não sendo indicada a sua utilização em animais desidratados para evitar o agravamento da hipovolemia do animal. A forma intravenosa é preparada com combinações da mesma maneira que a forma oral e pode também ser infundida dentro dos órgãos ocos, não sendo indicada no uso da avaliação de medula, pois desencadeia irritação no sistema nervoso central (HUDSON et al., 2003; ANJOS; RIBEIRO; AIRES, 2020).
O iodo orgânico não iônico não é hipertônico, desse modo não contribui para a desidratação do paciente e pode ser utilizado para mielografia (exames da medula espinhal), sendo aplicado no espaço subaracnóideo. Os principais agentes são o ioexol, iopamidol e o iodixanol. Esses compostos possuem poucos efeitos adversos, porém não revestem a mucosa adequadamente e seu valor comercial pode ser até 10 vezes mais alto quando comparado ao iodo orgânico iônico (HUDSON et al., 2003; RAUSCH et al.,2009).
Os agentes de contraste negativo mais utilizados são o ar, oxigênio e o dióxido de carbono, que possuem baixa densidade e se apresentam radiolucentes na imagem final. O oxigênio e o dióxido de carbono são compostos extremamente solúveis. É imprescindível atentar para não inflar excessivamente órgãos, como vesícula urinária, com esses gases, pois podem levar a uma lesão ulcerativa, causando a ruptura do órgão e subsequente parada cardíaca. Para procedimentos de duplo contraste é indicado que primeiro se adicione o agente de contraste negativo e, em seguida, o agente de contraste positivo, desse modo evitando a formação de bolhas de ar que podem influenciar na avaliação e diagnóstico (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003; ANJOS; RIBEIRO; AIRES, 2020)

Figura 2 | Radiografia abdominal de um canino com suspeita de ingestão de corpo estranho (sendo observado corpo estranho metálico em topografia de estômago)
Fonte: acervo do autor.

Técnicas de utilização de contraste 

A maior utilização dos meios de contraste é feita nos estudos do trato gastrointestinal, portanto, esse texto refere-se às técnicas de contraste utilizadas para a avaliação desse sistema. A esofagografia ou esofagograma é comumente utilizada para avaliar a conformação, identificação de corpos estranhos, massas esofágicas e para avaliação de megaesôfago. Esse tipo de exame é indicado quando o paciente apresenta disfagia e regurgitação (sinal clínico característico de megaesôfago). Para a avaliação esofágica utiliza-se o meio de contraste positivo sulfato de bário em pasta ou oferecido em “sanduíches” (alimento enlatado misturado com bário), sendo que, ao ser oferecido para o animal, a radiografia deve ser feita imediatamente nas projeções torácicas lateral e ventrodorsal. É importante que a administração do agente seja feita de forma lenta para evitar a aspiração do conteúdo. É possível lançar mão de ambos os métodos (pasta de bário e, em seguida, “sanduíche”) para se obter informações adicionais (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003).
No exame radiográfico contrastado do estômago e do intestino delgado, é necessário jejum sólido de 24 horas e jejum hídrico de, pelo menos, uma hora para que se possa avaliar corretamente. É possível também utilizar enema uma ou duas horas antes do exame, auxiliando na eliminação do ar e líquido presentes no cólon. O principal exame é o de trânsito gastrointestinal, que tem como agente de escolha a suspensão de bário. É indicado para pacientes que apresentam vômito, massas abdominais, lesões de parede, deslocamento de órgãos e para avaliação da função do trânsito gastrointestinal. A administração do agente pode ser feita de forma oral ou através de um tubo gástrico e a dose deve ser a quantidade necessária para distender o estômago. Caso haja suspeita de perfuração do estômago ou intestino, é indicado o uso de iodeto orgânico solúvel em água. Não é indicado que se façam as projeções com contraste antes da realização das radiografias simples (HUDSON et al., 2003; ANJOS; RIBEIRO; AIRES, 2020).
Para avaliação, é necessário que se continue o exame até o esvaziamento completo do estômago, alcançando o cólon. Em cães, faz-se radiografias sequenciadas durante a primeira hora, fazendo-se o primeiro exame imediatamente após a administração do contraste, o segundo após quinze minutos, o terceiro após trinta minutos, o seguinte após uma hora, dando seguimento fazendo radiografias a cada uma hora nas projeções lateral e ventrodorsal do abdome. A radiografia final, após dezoito a vinte e quatro horas, pode ser útil para o diagnóstico. Na gastrografia é comum lançar mão de exames de duplo contraste para melhor avaliação de ulcerações e presença de massas na mucosa, porém é possível realizar com contraste negativo (pneumogastografia), contraste positivo, duplo contraste com segmento do trato gastrointestinal e sem seguimento do trato gastrointestinal (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003; RAUSCH et al.,2009).

Figura 3 | Esofagografia em canino
Fonte: Han e Hurd (2007). 

Vídeo Resumo

Caro aluno,
Nesta videoaula, iniciaremos falando sobre radiografia simples e radiografia contrastada; na sequência, veremos os meios de contraste que podem ser utilizados; ao final, veremos as técnicas de utilização do contraste e os cuidados na administração, além de discutir o tempo entre as imagens a serem realizadas.

 

Saiba mais

Para complementar e aprimorar seus conhecimentos, além de ser útil para tirar alguma possível dúvida, recomendo a leitura do artigo: Megaesôfago em cães
O material vai discorrer principalmente sobre a importância do exame radiográfico para diagnosticar o megaesôfago. 

Aula 3

Radiodiagnóstico da cavidade torácica 

Nesta aula, você aprenderá sobre o sistema cardiovascular, medidas utilizadas para a avaliação do tamanho do coração e patologias, área cardíaca normal e aumentada.

14 minutos

introdução

Caro aluno
Nesta aula, você aprenderá sobre o sistema cardiovascular, medidas utilizadas para a avaliação do tamanho do coração e patologias, área cardíaca normal e aumentada. Dando sequência, veremos o sistema respiratório, findando a aula comentando emergências (pneumotórax, hemotórax, hidrotórax, hérnia diafragmática) e discutindo sobre os achados radiográficos normais decorrentes principalmente da idade do animal e técnicas para driblar os desafios das diferentes comorbidades.
Tudo isso e muito mais, nós veremos no decorrer desta aula.

Sistema cardiovascular

As cardiopatias congênitas e adquiridas são alterações cardiológicas encontradas frequentemente na clínica de pequenos animais. A escolha do protocolo terapêutico é direcionada de acordo com cada caso, necessitando de uma avaliação por completo da função e conformação do coração. A radiografia torácica apresenta-se como um exame complementar fundamental para determinar a fase de desenvolvimento da condição do animal. Apesar de muito utilizada, a avaliação radiográfica pode ser considerada complexa, pois o coração muda de tamanho e forma a cada contração, além de que o aspecto da silhueta cardíaca se altera de acordo com o posicionamento radiográfico (THRALL, 2014).
As incidências utilizadas para avaliação do coração são as laterais direita e esquerda, ventrodorsal e dorsoventral. Ao fazer a avaliação, é necessário ter em mente que a silhueta cardíaca não se restringe ao tecido do coração. O pericárdio e qualquer fluido ou tecido que se encontra no espaço pericárdico ou no mediastino adjacente ao coração irão, juntamente com o coração, formar a silhueta, contribuindo, assim, para o tamanho e forma total da silhueta cardíaca. No entanto, a conformação cardíaca e sua apresentação nas radiografias variam de acordo com a espécie e a raça, podendo haver variações no tamanho do coração (THRALL, 2014). 
Em 1995, Buchanan e Bücheler desenvolveram um método de avaliação da silhueta cardíaca mensurando o tamanho cardíaco a partir das vértebras torácicas. Esse sistema denomina-se VHS (Vertebral Heart Size), ou seja, escala vertebral do coração. Assim, em projeção lateral, medem-se os comprimentos dos eixos curto e longo do coração e, em seguida, são comparados ao comprimento dos corpos vertebrais dorsais ao coração, iniciando na parte mais cranial da quarta vértebra torácica (T4), a fim de quantificar o tamanho do coração. Para a medição do eixo longo, traça-se uma linha da carina da traqueia até o ápice do coração. A medição do eixo curto é a linha traçada da base da veia cava caudal até seu ponto paralelo. Posteriormente, soma-se o valor do eixo longo e do eixo curto, obtendo, assim, o valor médio do VHS (THRALL, 2014; INAMASSU, 2011).
Valores médios do VHS em cães (INAMASSU, 2011):

É importante lembrar que o exame radiográfico não é uma modalidade sensível nem específica para a avaliação do coração, a menos que haja anormalidades cardíacas pronunciadas. Portanto, a radiografia cardíaca deve ser reservada como exame de triagem para avaliar anormalidades cardíacas consideradas importantes, como forma de avaliação da circulação pulmonar associada à função cardíaca, obtenção de alguma pista associada à ocorrência de descompensação cardíaca e para avaliar a resposta à terapia (THRALL, 2014)

Figura 1 | Projeção laterolateral do tórax – Demonstração da técnica de VHS
Fonte: acervo do autor.

Radiologia do sistema cardiovascular

O coração é um órgão muito importante do corpo, geralmente avaliado primeiro nas radiografias de tórax, já que doenças cardíacas, na maioria das vezes, podem causar alterações pulmonares secundárias (o inverso é mais raro). Um dos métodos para identificação do aumento focal das câmaras cardíacas em pequenos animais (cães e gatos) é o método do relógio. Esse método é realizado da seguinte forma: analogia do relógio em projeção lateral e em projeção dorsoventral ou ventrodorsal (O’BRIEN, 2003).

Vista em imagem laterolateral:

Vista em projeção dorsoventral ou ventrodorsal:

É claro que, para uma avaliação com precisão e qualidade, devemos realizar o mínimo de duas incidências para avaliação dos dois átrios e dos dois ventrículos (O’BRIEN, 2003).
Em felinos, várias tentativas são realizadas para encontrar um objetivo de mensuração cardíaca, trazendo alguns exemplos utilizados em felinos, como: (O’BRIEN, 2003).

O diagnóstico radiológico para avaliação do aumento cardíaco é baseado no tamanho, formato, posição (lembrando da horizontalização que pode existir em pacientes geriátricos) e no deslocamento de estruturas vizinhas. As doenças cardíacas podem se manifestar de diferentes formas, como: efusão pleural, efusão pericárdica, ascite, hepatomegalia, alteração vascular e alteração no parênquima pulmonar (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Quando as alterações do contorno cardíaco são muito sucintas, existe uma certa dificuldade na avaliação e, consequentemente, no fechamento de um diagnóstico. Geralmente, o aumento de tamanho cardíaco está relacionado com a hipertrofia do músculo cardíaco ou dilatação cardíaca, mas, em um exame de radiografia, a dilatação cardíaca só pode ser diferenciada da hipertrofia do músculo cardíaco através de um exame contrastado chamado angiocardiografia (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Também podemos encontrar a microcardia, que nada mais é do que a diminuição do tamanho do coração, que pode ser causada pela diminuição do volume sanguíneo circulante ou pela insuficiência do córtex da adrenal (KEALY; MCALLISTER, 2005).

Figura 2 | Projeção dorsoventral do tórax com observação de cardiomegalia acentuada
Fonte: Kealy e McAllister (2005).

Emergências (pneumotórax, hemotórax, hidrotórax, hérnia diafragmática) 

Neste bloco de aplicação, falaremos sobre o exame radiográfico em afecções emergenciais que acometem a cavidade torácica dos cães e gatos. 
As hérnias diafragmáticas são frequentemente verificadas nos exames radiográficos dos animais, principalmente naqueles que sofreram algum tipo de trauma. Define-se como hérnia diafragmática a penetração de órgãos abdominais para a cavidade torácica, através do diafragma. As hérnias de diafragma podem ser classificadas em: traumáticas, peritoneopericárdica, peritoneopleural, hérnia de hiato e secundárias a defeitos congênitos. O tipo mais comum é a traumática, que ocorre devido a um trauma que produza um grande e rápido aumento de pressão sobre o abdômen, forçando o gradiente de pressão pleuroperitoneal, que resulta em ruptura do diafragma e projeção das vísceras abdominais para o tórax (O’BRIEN, 2003).
Frequentemente os pacientes acometidos por hérnia diafragmática apresentam respiração difícil, sons cardíacos reduzidos, vômitos e dor. A confirmação rápida do diagnóstico é essencial para o prognóstico favorável do paciente e a radiografia trará, além desse diagnóstico, informações adicionais, como a localização, extensão da laceração diafragmática e conteúdo. O ideal é que se realize a radiografia do paciente nas projeções latero-lateral (L/L) e ventro-dorsal (V/D), mas, algumas vezes, o animal chega para o técnico em uma situação tão grave que o exame precisa ser realizado em estação, para não causar piora no quadro (O’BRIEN, 2003).
Os órgãos mais envolvidos nas herniações de diafragma são o fígado, o estômago, o omento, o intestino delgado e o baço. Consequentemente, os sinais radiográficos mais comuns são a presença dessas vísceras no tórax, perda total ou parcial do contorno e assimetria do diafragma, presença de efusão e deslocamento dos órgãos abdominais e torácicos (O’BRIEN, 2003).
Outro tipo de hérnia diafragmática que pode ser encontrada nos exames de raio X é a perioneopericárdica, que normalmente não produz sinais clínicos tão acentuados quanto as traumáticas. Ela ocorre quando os órgãos abdominais herniam para o pericárdio por meio de hiato de origem congênita. As vísceras visualizadas radiograficamente normalmente se colocam caudais ou laterais ao coração (O’BRIEN, 2003).
O edema pulmonar é uma outra patologia emergencial frequente. Ele é causado pelo acúmulo anormal de líquido intersticial e nos alvéolos pulmonares. Nesses casos, o padrão radiológico pode ser intersticial, alveolar ou misto. Na região próxima ao hilo, há alterações difusas e simétricas, produzindo lesões com padrão em borboleta. As fissuras interlobares são mais facilmente visualizadas e o padrão pode se alterar rapidamente. A hemorragia pulmonar é comumente associadas a traumas. O padrão radiográfico encontrado é similar ao encontrado no edema, mas podem aparecer manchas por infiltração sanguínea e achados relacionados ao trauma, como fraturas nas costelas, por exemplo (KEALY; MCALLISTER, 2005).
As neoplasias pulmonares, principalmente decorrentes de metástase, são relativamente comuns em cães e gatos. Sempre que há suspeita de metástase, os exames radiográficos devem ser realizados nas projeções ventro-dorsal e latero-lateral direito e esquerdo, pois as lesões podem ser bem diminutas. Uma neoplasia pulmonar primária pode aparecer como uma opacidade nodular maior e isolada. Nesses casos, pode-se ainda verificar um padrão intersticial difuso e pode haver calcificação. Já a metástase tem padrão intersticial e nódulos opacos múltiplos nítidos (O’BRIEN, 2003).

Figura 3 | Projeção laterolateral do tórax – hérnia diafragmática peritoneopericárdica.
Fonte: Thrall (2019). 

Vídeo Resumo

Dando início à nossa videoaula, iremos debater sobre a divisão da cavidade torácica e os posicionamentos; avaliação da radiografia; anatomia radiográfica normal do tórax e visualização de alterações.

 

Saiba mais

Caro aluno,
Para complementar e aprimorar seus conhecimentos, recomendo a leitura do artigo: Avaliação radiográfica da silhueta cardíaca pelo método de mensuração VHS (vertebral heart size) em cães da raça Poodle clinicamente normais.
O material teve como objetivo determinar o valor de VHS (vertebral heart size) em cães da raça Poodle, amplamente difundida em nosso meio, através do método de mensuração proposto por Buchanan e Bücheler.

Aula 4

Radiodiagnóstico da cavidade torácica

Nesta aula, você verá as informações sobre posicionamento para realização do exame radiográfico na região torácica.

15 minutos

introdução

Caro aluno
Nesta aula, você verá as informações sobre posicionamento para realização do exame radiográfico na região torácica; na sequência, veremos a avaliação da radiografia e como devemos ser sistemáticos durante esse processo; findando a aula., veremos comentários sobre anatomia radiográfica normal do tórax e a visualização de alterações, discutindo os achados radiográficos normais decorrentes principalmente da idade do animal e as técnicas para driblar os desafios em paciente obesos.
Bons estudos.

Introdução a radiografia do tórax

A radiografia torácica é muito utilizada na rotina da clínica médica de pequenos animais. Para que se obtenha uma imagem de qualidade é preciso obedecer a alguns princípios básicos. Para a avaliação meticulosa do tórax é indicado que se faça, pelo menos, duas incidências, entretanto, existem situações clínicas em que a abordagem de duas ou mais incidências é inadequada. Para avaliação simples do tórax, as incidências indicadas são latero-lateral direita, latero-lateral esquerda, ventrodorsal e dorsoventral. A utilização das projeções laterais direita e esquerda, juntamente com a VD ou DV possibilitam a análise mais detalhada do caso, auxiliando no diagnóstico (THRALL, 2014).
Na imagem radiográfica, é importante que toda a cavidade torácica esteja incluída, sendo que o seu campo de visualização deve se estender da parte mais cranial, à entrada do tórax, a alguns centímetros, caudalmente à última costela (THRALL, 2014).
A radiografia deve ser feita no pico de inspiração para que haja mais contraste natural entre as estruturas. O posicionamento lateral deverá ser feito com os membros dianteiros estendidos cranialmente, deste modo, evitando a sobreposição do músculo tríceps sobre a área mais cranial do pulmão. Em posição ventrodorsal, os membros dianteiros devem ser estendidos cranialmente e é ideal que o esterno e as vértebras se sobreponham em um plano perpendicular à mesa. A projeção dorsoventral é útil para avaliar o pneumotórax, e a técnica de sobreposição deve ser a mesma utilizada na projeção VD (HAN; HURD, 2007).
De modo geral, o coração se apresenta ligeiramente arredondado e com seu ápice mais elevado na projeção lateral esquerda quando comparado à projeção lateral direita. O diafragma, que apresenta dois pilares, na projeção lateral esquerda apresenta os pilares divergindo um do outro, porém, na projeção lateral direita, encontram-se paralelos. Uma apresentação clínica comum no momento das radiografias torácicas é a atelectasia em decúbito, uma vez que o lado do tórax que está em contato com a mesa sofre uma compressão no pulmão correspondente, causando uma sobreposição do pulmão livre, que aparece mais inflado na radiografia. Esse aumento unilateral pode levar a uma interpretação errônea de doença pulmonar (THRALL, 2014).
Ao colocar o animal em decúbito lateral, o pulmão colapsa por conta de efeitos do coração que comprimem o pulmão, deslocamento cranial do lado correspondente do diafragma e menor movimentação da caixa torácica devido à compressão. A avaliação do tamanho dos vasos pulmonares faz parte da interpretação das radiografias do tórax. Como base, utiliza-se o tamanho da artéria e da veia pulmonar. Ao identificar esses vasos, compara-se o tamanho da artéria pulmonar do lobo cranial direito com o tamanho da veia pulmonar do lobo cranial direito, de preferência sem a sobreposição de outros vasos. Geralmente, não é possível avaliar os vasos pulmonares do lobo cranial esquerdo de maneira precisa nas projeções laterais direita e esquerda por se localizarem mais dorsalmente no tórax e apresentarem sobreposição por outros vasos (THRALL, 2014).

Figura 1 | Projeção laterolateral do tórax
Fonte: Han e Hurd (2007). 

Achados radiográficos no exame de tórax

O valor diagnóstico de uma radiografia é muito mais dependente do posicionamento do que de qualquer outro fator. Para conseguir imagens de boa qualidade, devemos cumprir os seguintes critérios: remover coleiras, correntes, retirar bandagens, limpeza de sujeiras, evitar água e sangue. Após a realização desses passos, identifique se a contenção física é suficiente ou veja a necessidade do uso de fármacos para a realização da contenção química. Faça também a utilização de materiais que vão auxiliar o posicionamento do paciente, podendo ser utilizados: corda, fita, isopor, saco de areia, calhas de madeira ou espuma, utilizados para reduzir a exposição à radiação, tanto para os funcionários do setor quanto para os tutores (O’BRIEN, 2003).
Para uma imagem de excelência, devemos utilizar uma técnica mantendo o equilíbrio entre o KVp e mAs (trabalhando uma técnica de alto KVp e baixo mAs). A baixa do mAs é utilizada para diminuir o tempo de realização do exame e consequentemente reduzir a interferência do movimento respiratório; e a elevação do KVp é possível porque o tórax apresenta alto contraste natural, suportando, assim, a elevação do KVp (O’BRIEN, 2003).
A normalidade abrange todas as variações decorrentes de idade, sexo, condição corporal e raça. Então, o conhecimento da normalidade é indispensável para o diagnóstico de possíveis estruturas acometidas e lesões. Então, quando vamos realizar o exame radiográfico de pacientes geriátricos, devemos ter o conhecimento de que esses animais podem apresentar o aumento da opacidade dos campos pulmonares e que isso pode ser causado pela mineralização distrófica das paredes dos brônquios ou também em função da fibrose pulmonar desses animais. Também podem apresentar calcificação da junção costocondral, na maioria das vezes, muito chamativa (considerada apenas um achado radiográfico e mais comum em cães), calcificação da cartilagem costal, espondilite deformante (formação óssea lisa com extensão desde a face articular de um corpo vertebral até a face articular da vértebra vizinha, podendo estar associada a degeneração do anel fibroso do disco intervertebral, mas, quando isolada, pode ser classificada como um achado acidental) e pode ser observado o aumento do diâmetro das fissuras pleurais por conta da fibrose pulmonar, podendo mimetizar um derrame pleural (O’BRIEN, 2003).
Animais obesos também merecem uma atenção especial (já começando com o aumento de KVp em 10% a 15% quando comparado a um exame de um paciente não obeso), já que o peso da gordura na parede torácica dificulta a amplitude do movimento respiratório e a gordura abdominal vai limitar a movimentação do diafragma, deixando o pulmão com um aspecto menor e mimetizando uma possível cardiomegalia. Também o aumento da gordura na região de mediastino, pode mimetizar a presença de massa ou massas no exame (O’BRIEN, 2003).
Na avaliação radiográfica do sistema respiratório, podem ser encontradas alterações, como: deslocamento de traqueia, colapso traqueal, ruptura de traqueia, hipoplasia, neoplasia, calcificação, obstrução e traqueíte, que são os principais achados relacionados à traqueia. Já no pulmão propriamente dito, podemos encontrar: bronquite, bronquiectasia, padrões pulmonares anormais (alveolar, intersticial, bronquial, vascular e misto), pneumonia, atelectasia, edema pulmonar, hemorragia, torção de lobo e hérnia diafragmática podem ser encontrados (KEALY; MCALLISTER, 2005).

Figura 2 | Radiografia laterolateral do tórax com visualização de órgãos abdominais na cavidade torácica – hérnia diafragmática
Fonte: Kealy e McAllister (2005). 

Interpretação do exame de abdome

Quando se está avaliando radiograficamente os pulmões, o padrão das lesões que aparecem na imagem realizada ajudará enormemente na interpretação dos exames e no diagnóstico. O padrão vascular aparece quando há uma alteração na aparência dos vasos sanguíneos por resultado de alterações no interior do próprio vaso, podendo acometer os vasos pulmonares de várias maneiras. A importância de um reconhecimento assertivo de uma alteração em um padrão vascular vai limitar o leque de diagnósticos e facilitar que se faça uma correlação entre alterações visualizadas e processos patológicos básicos causadores (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Em geral, no padrão alveolar, temos opacidade em penugens ou aspecto de folha, áreas de opacidade aumentada que se difundem, as fissuras interlobares vão se tornar visíveis e é notada a presença de broncogramas aéreos. Já o padrão intersticial possui marcação em linhas não vasculares, perda na claridade do contorno dos vasos e regiões com opacidades nodulares. No padrão bronquial, vai existir a área de infiltração peribronquial, o padrão bronquial das paredes vai se apresentar espesso, pode haver calcificação de cartilagens e também poderá apresentar nas radiografias padrões em trilhos de trem ou donuts. Já o padrão vascular pode apresentar tanto hipervascularização como a hipovascularização, vasos tortuosos e dilatados e veias pulmonares proeminentes. Por fim, temos o padrão misto, podendo ser caracterizado quando apresentar mais de duas características de ambos os padrões discutidos anteriormente (KEALY; MCALLISTER, 2005).
A pneumonia pode ser classificada como: broncopneumonia (doença que afeta principalmente as partes pendentes dos pulmões no lobo médio e cranial), pneumonia intersticial (aumento da opacidade generalizada do pulmão, pelo aumento da opacidade e volume aéreo reduzido), pneumonia fúngica (respondem principalmente com padrão intersticial, apresentando comumente opacidades nodulares de tamanhos diferente e, por isso, podem apresentar similaridade com quadros de metástase), pneumonia parasitária (frequentemente se desenvolve secundariamente a uma infecção parasitária que podem ser causada por: Dirofilária immitis, Toxoplasmose, Aleurostrongilose, Paragonimíase e Filaroide Hirthi, pneumonia por corpo estranho (pneumonia por aspiração de água e partículas maiores na região pendente dos lobos pulmonares, apresentando padrões pulmonares alveolar e misto) (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Apesar de ser bem menos comum do que as lesões e doenças descritas acima, precisamos falar ainda sobre a torção pulmonar. É uma patologia relatada tanto em cães quanto em gatos e acomete principalmente o lobo médio direito. Radiograficamente, apresenta-se como uma efusão pleural, ou seja, líquido circundando o lobo afetado. Caso a imagem gere dúvidas, deve-se alterar a posição do animal examinado e repetir o exame – quando se tratar realmente de torção pulmonar, não haverá alteração na posição da efusão. O médico veterinário assistente poderá remover o líquido por punção intratorácica e, apesar de promover um maior conforto do paciente, deve-se repetir mais uma vez o exame radiográfico para verificar ausência do líquido pleural. Porém, o lobo pulmonar permanecerá sem se inflar, se encontrado mais líquido (KEALY; MCALLISTER, 2005).

Figura 3 | Radiografia laterolateral de felino com observação de estruturas nodulares na região de tórax
Fonte: acervo do autor.

Vídeo Resumo

Neste vídeo vamos debater sobre a divisão da cavidade torácica, os posicionamentos; a avaliação da radiografia; a anatomia radiográfica normal do tórax e a visualização de alterações.

 

Saiba mais

Caro aluno,
Para complementar seus conhecimentos, além de ser útil para retirar alguma possível dúvida, recomendo a leitura do artigo: A importância do exame radiográfico torácico na abordagem de animais portadores de neoplasias.
O material tem o objetivo de avaliar a importância do exame radiográfico torácico em cães e gatos com neoplasias de diversas origens e localizações.

Aula 5

Revisão da unidade

14 minutos

Avaliação da cavidade abdominal, cavidade torácica, técnicas de avaliação e alterações/achados radiográficos.

O exame radiográfico é, sem dúvida, uma das mais importantes ferramentas para ajudar no diagnóstico e na pesquisa de inúmeras infecções nas cavidades torácicas, abdominais e pélvica (PINTO, 2007). 
O exame radiológico da cavidade abdominal costuma ser bastante realizado na medicina veterinária de pequenos animais, pois permite avaliar e diagnosticar uma série de patologias relativamente comuns nesses animais (THRALL, 2014). 
O raio X nos permite, por exemplo, diferenciar uma dilatação gástrica, afecção na qual há apenas uma distensão gástrica aguda por gás, da dilatação-gástrica-vólvulo, na qual, além da distensão gasosa, verifica-se também alteração no posicionamento do estômago. Os exames devem ser realizados preferencialmente nas posições dorsoventral e laterolateral direita, pois esse posicionamento permite o preenchimento do piloro com ar, que permite a sua localização e identificação. Além disso, se houver gás livre no abdômen, é provável que tenha havido ruptura gástrica e, demonstra-se, nesse caso, pior prognóstico e procedimentos emergenciais necessários (FOSSUM, 2015). 
Estudos radiológicos do trato gastrointestinal podem exigir exames mais específicos e, para isso, podemos lançar mão dos contrastes. Os estudos do trânsito nesses segmentos são realizados após a administração de sulfato de bário ao paciente e radiografias sequenciadas que, a depender do tamanho do paciente e do que se quer avaliar, podem acontecer até 24 horas após seu início (HAN; HURD, 2007). 
A radiografia abdominal também é altamente recomendada para a confirmação e a quantificação da prenhez, embora não seja possível verificar a viabilidade desses fetos. O exame de imagem radiológica também permite o diagnóstico da causa da distocia, pois permite a identificação postural dos filhotes em relação ao canal de parto e alterações patológicas da pelve materna (THRALL, 2014). 
O exame radiográfico do tórax é essencial durante a avaliação de pacientes com neoplasias, pois permite a identificação e o diagnóstico de tumores primários e também de metástase pulmonar, além de facilitar a localização e a coleta de amostras de material para exames citológicos ou histopatológicos (SOAVE et al., 2008). 
Afecções cardíacas necessitam de avaliações radiológicas para seu correto diagnóstico, prognóstico e alinhamento do tratamento, pois algumas doenças cursam com aumento da silhueta cardíaca, deslocamento de áreas do coração e dos grandes vasos, que podem causar repercussões circulatórias e respiratórias (HAN; HURD, 2007). 
As lesões traumáticas são resultado de forças mecânicas aplicadas sobre estruturas e cavidades, como o abdômen e o tórax, que contêm órgãos vitais. Os traumas normalmente acontecem de maneira inesperada e se transformam rapidamente em situações emergenciais, como hérnias diafragmáticas, por exemplo, que em muito pouco tempo levam o paciente a um risco de morte, por isso os exames de imagem são extremamente importantes nesses casos (SOAVE et al., 2008). 

Figura 1 | Corpo estranho com radiopacidade de metal em topografia de estômago
Fonte: acervo do autor.

Revisão da unidade

Nesta videoaula, abordaremos os principais assuntos trabalhados na Unidade 3.
Daremos início com a divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região; indicações de radiografia abdominal, tomografia abdominal e emergências; sistema geniturinário. Na sequência, abordaremos as técnicas radiográficas: radiografia simples, radiografia contrastada; tipos de contraste usados em animais domésticos; técnicas para utilização do meio de contraste e finalizaremos com o sistema cardiovascular; sistema respiratório; emergências e posicionamento; avaliação da radiografia; anatomia radiográfica normal do tórax e visualização de alterações.

 

ESTUDO DE CASO

Para que possamos reforçar e ampliar o seu aprendizado nesta unidade, veremos uma situação-problema rotineira, na qual você terá que refletir e utilizar todo o seu conhecimento e habilidade na resolução.
Vamos lá? 
Agora é a hora de você, aluno, colocar em prática tudo o que aprendeu até aqui. 
Nós já falamos que os acidentes decorrentes de trauma, como atropelamentos, quedas, brigas e mordidas de outros animais, entre outros, podem causar algumas afecções importantes e emergenciais aos animais domésticos. Nesses casos, os exames de imagem são essenciais para o diagnóstico e para nortear o tratamento.
Deu entrada no Hospital Veterinário um animal da espécie canina, do sexo feminino, sem raça definida, de 4 anos de idade, castrada e com histórico de ter sido atropelada há cerca de 2 horas. A paciente apresentava muita dor à manipulação, sua respiração estava ofegante e difícil e havia sangue saindo pela narina direita e boca. O médico veterinário verificou que os sons cardíacos estavam abafados do lado direito, as mucosas da cadela estavam cianóticas (azuladas) e a temperatura corporal estava normal. Pelo histórico que a tutora revelou e pelos sinais clínicos apresentados pelo animal, o médico veterinário suspeitou de hérnia diafragmática.
De acordo com os seus conhecimentos como tecnólogo em radiologia, como você poderá auxiliar nesse diagnóstico? Quais projeções devem ser avaliadas? Caso a suspeita do médico veterinário se confirme, o que deverá ser visualizado nas imagens radiográficas? O sangramento nasal não se relaciona a hérnia diafragmática? O que pode ter causado esse achado clínico? E o que você buscaria encontrar na imagem radiográfica que pudesse confirmar esse novo achado?
Com o seu conhecimento sobre o posicionamento correto do animal, anatomia básica e prática na radiologia veterinária, podemos afirmar que o exame radiográfico é o exame de eleição para confirmar a suspeita de hérnia diafragmática que veio com a solicitação do médico veterinário responsável pelo primeiro atendimento do paciente que sofreu o acidente?

Reflita

Para que você traga a solução mais acertada para a situação-problema apresentada anteriormente, sugiro que você reflita sobre o que aprendemos nesta unidade, como se estivesse vivenciando o momento no qual o paciente chega ao hospital veterinário. O caso clínico apresentado acima acontece rotineiramente em clínicas e hospitais que oferecem diagnóstico por imagem para animais e você precisa estar preparado. Muitos animais resgatados após acidentes chegam nas clínicas politraumatizados e, muitas vezes, isso dificulta o posicionamento e avaliação assertiva do quadro.
Lembre-se de tudo o que já estudamos juntos no decorrer desta unidade, sobre posicionamento, contenção, planos e eixos e tipos de fratura mais comuns nessa espécie animal. Tenha em mente que, além das habilidades técnicas que estamos desenvolvendo aqui, manter a calma, o equilíbrio e a empatia trarão sempre os melhores resultados, seja na resolução deste exercício ou, na sua atuação real. 

Resolução do Estudo de Caso

Para consolidar seu aprendizado nesta unidade, vamos agora resolver o problema da cadelinha que chegou acidentada ao hospital, evitando que o animal sofra ainda mais com o quadro de dor apresentado. A paciente foi atropelada há mais ou menos 2 horas e encaminhada ao hospital veterinário mais próximo. Para isso, você terá que utilizar todo o seu conhecimento e habilidade para conseguir gerar uma imagem de excelente qualidade, que consequentemente trará um diagnóstico preciso.

Você está pronto? Vamos começar?

Sabemos que se trata de um paciente que vai ser sedado (paciente politraumatizado e apresentando muita dor ao posicionamento, dificultando o exame solicitado) para a realização do procedimento e também conhecemos as técnicas e aparatos que podem ser utilizados para ajudar no posicionamento do paciente. 
É recomendado que um médico veterinário anestesiologista realize o procedimento de contenção química, pois sabemos que anestésicos injetáveis e inalatórios são rotineiramente usados nos procedimentos de diagnóstico por imagem. A pré-medicação consiste na administração de tranquilizantes, sedativos, opioides ou a combinação desses medicamentos. Todas essas drogas auxiliam na contenção do animal, reduzindo seu estresse e diminuindo a dose de indução e anestésico inalatório utilizado. Escolher o medicamento mais adequado para o paciente pode ser uma tarefa desafiadora. A decisão deve ser tomada de acordo não apenas com o estado de saúde do paciente, mas também com o temperamento e a espécie animal, a duração média do procedimento e a preferência pessoal (BEDNARSKI, 2015). 
Após a realização da contenção química, podemos ainda fazer uso da contenção física para melhor posicionar o paciente, buscando um manejo mais cuidadoso, delicado e breve. Para isso, podemos também utilizar alguns artifícios para aquisição de uma imagem radiográfica de excelência, utilizando saco de areia, esponjas e isopor para melhor posicionar o paciente, tentando colocar o tórax do animal paralelo à mesa, o máximo possível, tirando os problemas de sobreposição e desnivelamentos causados pela anatomia do paciente.
Para realizar a imagem do paciente que deu entrada no hospital veterinário, o profissional radiologista deve trabalhar com, no mínimo, duas incidências com um ângulo de 90º de relação entre as duas. As projeções laterolateral esquerda, laterolateral direita, ventrodorsal e dorsoventral da região do tórax podem ser escolhidas para a aquisição da imagem.
Ao término do exame, foi constatada a presença de órgãos da cavidade abdominal no interior da cavidade torácica, fechando a suspeita clínica de hérnia diafragmática, além da observação de costelas fraturadas e contusão pulmonar.
Observação: caso a hérnia diafragmática não aparecesse na radiografia, ela não deveria ser descartada, já que o exame radiográfico é um exame estático e, com o posicionamento correto do paciente, os órgãos podem voltar para a cavidade abdominal, mimetizando a ausência do quadro. Se isso acontecer, deve ser recomendado um exame dinâmico ,como a ultrassonografia. 

 

Resumo Visual

Esquema Ilustrativo da Unidade 3 | Radiodiagnóstico da cavidade abdominal
Fonte: elaborado pelo autor.

referências

05 minutos

Aula 1

GETTY, R. Sisson & Grossman - Anatomia dos animais domésticos. v. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
HAFEZ, E.S.E. e HAFEZ, B. Reprodução Animal. 7 ed. São Paulo: Manole. 2004.
HAN, C. M; HURD, C. D. Diagnóstico por imagem para a prática veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2007. 284 p.
THRALL, D. E. Diagnóstico de Radiologia Veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Aula 2

ANDRADE, S. A. F. Atuação do tecnólogo em radiologia na área da medicina veterinária. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, Santos/SP, v. 4, n. 7, p. 23-28, 2007.
ANJOS, Á. M.; RIBEIRO, J. P. G.; AIRES, D. M. P. Importância do exame radiográfico no diagnóstico de megaesôfago em cães. Revista Eletrônica da Faculdade Evangélica de Ceres, [s. l.], v. 8, n. 1, 27 mar. 2020.
HAN, C. M.; HURD, C. D. Diagnóstico por imagem para a prática veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2007. 284 p.
HUDSON, J. A.; BRAWNER JR, W. R.; HOLLAND, M.; BLAIK, M. A. Radiologia abdominal para o clínico de pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 2003.
RAUSCH, S. F.; GODOY, C. L. B.; SCHMIDT, C.; PELLEGRINI, L. C.; VEIGA, D. C.; KROLIKOWSKI, G.; WOLLE, L. B.; OLIVEIRA, A. N. C. Radiologia do intestino delgado de cães por meio da técnica de duplo-contraste. Arquivo brasileiro de medicina veterinária e zootecnia, [s. l.], v. 61, 2 ed., p. 515-519, 2009.
THRALL, D. E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Aula 3

HAN, C. M.; HURD, C. D. Diagnóstico por imagem para a prática veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2007.
INAMASSU, L. R. Mensuração das dimensões cardíacas pelo método VHS (Vertebral Heart Size) em cães. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Universidade Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, 2011.
KEALY, K. J.; MCALLISTER, H. Radiologia e ultrassonografia do cão e do gato. 3. ed. São Paulo: Manole Ltda, 2005.
O´BRIEN, R. T.; Radiologia torácica para o clínico de pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 2003.
THRALL, D. E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Aula 4

HAN, C. M; HURD, C. D. Diagnóstico por imagem para a prática veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2007.
KEALY, K. J.; MCALLISTER, H. Radiologia e ultrassonografia do cão e do gato. 3. ed. São Paulo: Manole Ltda., 2005.
O´BRIEN, R. T. Radiologia torácica para o clínico de pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 2003.
THRALL, D. E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Aula 5

BEDNARSKI, R. M. Dogs and cats. Veterinary anesthesia and analgesia. 5. ed. USA: Lumb  and Jones, 2015. p. 817-826
HAN, C. M; HURD, C. D. Diagnóstico por imagem para a prática veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2007.
PINTO, A. C. B. C. F. Radiologia. In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens Medicina Veterinária. São Paulo: Roca. 2007. p. 896-919.
SOAVE, Tatiana et al. A importância do exame radiográfico torácico na abordagem de animais portadores de neoplasias. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 29, n. 2, p. 399-406, abr./jun. 2008.
THRALL, D. E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.