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Aula 1

Crânio e ossos do crânio

O segmento de raios X na radiologia é o mais diversificado devido à grande quantidade de posicionamentos e incidências que nele é possível realizar, de modo que abrange todas as estruturas do corpo humano.

17 minutos

introdução

Seja bem-vindo, caro estudante e futuro profissional de sucesso da radiologia!
O segmento de raios X na radiologia é o mais diversificado devido à grande quantidade de posicionamentos e incidências que nele é possível realizar, de modo que abrange todas as estruturas do corpo humano. Exames de crânio e da face são muito realizados em prontos-socorros e clínicas por ser uma região delicada e vital, e as solicitações de exames podem ocorrer tanto quando a hipótese diagnóstica existe por uma suspeita de fratura ou traumatismo quanto em patologias crônicas como sinusite, rinite, entre outras.
Nesta aula, vamos conhecer a anatomia do crânio, as incidências básicas de crânio e face e as incidências especiais de crânio, que são solicitadas quando existe uma hipótese diagnóstica específica que, através das incidências básicas (crânio AP e crânio perfil), não é possível visualizar. Existem diversos tipos de incidência, e, na aula de hoje, vamos estudar as principais. Bons estudos!

Anatomia de crânio, ossos da face e suas principais incidências

Caro estudante, os exames de crânio e ossos da face são muito solicitados no diagnóstico por imagem, principalmente porque os ossos do crânio são responsáveis por proteger um dos sistemas mais importantes do corpo humano, o sistema nervoso, e porque os ossos da face têm um papel fundamental que é o de formar a fisionomia do ser humano. 
Quando se trata de crânio e ossos da face, existem diversas incidências conhecidas pela classificação de básicas e especiais. As básicas de crânio são crânio AP e crânio perfil; as especiais são diversas e, nesta aula, conheceremos as incidências submentovertex (SMV) e a incidência PA do crânio axial (método de Haas). Nos ossos da face, as incidências básicas são as que analisam principalmente os seios da face: método Walter e método Caldwell, além da incidência de ossos da face perfil. Antes de darmos ênfase aos posicionamentos e às incidências de crânio e face, é importante relembrarmos a anatomia e as linhas de posicionamentos existentes. Vamos lá?

Anatomia do crânio

O crânio é localizado sobre o extremo superior da coluna vertebral e é subdividido em duas estruturas: ossos do crânio – com oito ossos – e ossos da face – com 14 ossos.

Ossos cranianos

Os oito ossos cranianos são divididos entre calvário (calota) e base. Cada uma dessas duas áreas é constituída principalmente de quatro ossos.

Figura 1 | Crânio – visão frontal
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1117).
Figura 2 | Crânio – visão em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1118).

Ossos faciais

Dos 14 ossos que compõem o esqueleto facial, apenas dois são ossos individuais. Os 12 restantes consistem em seis pares de ossos, semelhantes em cada lado da face. Veja, no Quadro 1, a relação dos nomes dos seis pares e dos dois individuais.

Quadro 1 | Ossos do esqueleto facial
2 Maxilares ou ossos maxilares
2 Ossos zigomáticos
2 Ossos lacrimais
2 Ossos nasais
2 Conchas nasais inferiores
2 Ossos palatinos
1 Vômer
1 Mandíbula
14 No total
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1148).

Veja, na Figura 3, os ossos da face em visão frontal e, na Figura 4, em visão em perfil.

Figura 3 | Ossos da face – visão frontal
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1147).
Figura 4 | Ossos da face – visão em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1147).

Linhas de posicionamento craniano

No crânio existem as linhas de posicionamento, que são muito importantes em exames radiográficos. Elas são formadas por certos pontos de referência faciais que se ligam ao ponto médio do meato acústico externo (MAE), que corresponde à abertura dele. O ponto central dessa abertura chama-se ponto auricular.
As linhas de posicionamento do crânio podem ser descritas em siglas, que são as seguintes:

Veja, na Figura 5, as linhas de posicionamentos do crânio.

Figura 5 | Linhas de posicionamento do crânio
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1194).

Conhecendo os posicionamentos de crânio e ossos da face

Caro estudante, agora que você relembrou a anatomia do crânio, da face e de suas linhas de posicionamento e aprendeu os nomes das incidências básicas e as principais especiais, chegou o momento de visualizar como são realizados os posicionamentos de cada uma delas. Vamos lá!

Crânio

Incidências básicas de crânio

As incidências básicas de crânio são: crânio AP e perfil. Para ambas, o tamanho do receptor de imagem é 24 x 30 cm, sendo no sentido longitudinal para a incidência AP e na transversal para a perfil.

Crânio AP

Veja, na Figura 6, o posicionamento: exame finalizado de crânio em AP.

Figura 6 | Posicionamento de crânio em AP
Fonte: Nóbrega (2008, p. 108).

Crânio perfil

Veja, na Figura 7, o posicionamento do exame de crânio em perfil.

Figura 7 | Posicionamento radiográfico de crânio em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1209).

Incidências especiais de crânio

Submentovertex (SMV)

A incidência submentovertex (SMV) é considerada especial, uma vez que o posicionamento do paciente é diferenciado, e o exame pode ser realizado tanto na mesa quanto na estativa. Veja, na Figura 8, o posicionamento do exame de submentovertex (SMV).

Figura 8 | Posicionamento de submentovertex (SMV)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1220).

PA do crânio axial (método de Haas)

A incidência PA do crânio axial (método de Hass) é indicada para investigação de possíveis fraturas cranianas e é considerada uma incidência especial. Veja, na Figura 9, o posicionamento do exame de PA do crânio axial (método de Haas).

Figura 9 | Posicionamento de PA do crânio axial (método de Haas)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1223).

Incidências básicas da face

As incidências básicas da face são muito solicitadas nos serviços de saúde e, por esse motivo, é necessário que o profissional da radiologia tenha o conhecimento técnico para realizar os exames adequadamente e com qualidade.

Incidência posteroanterior axial (método de Caldwell)

A incidência posteroanterior axial (método de Caldwell) é considerada uma incidência básica, pois é usada para verificar o diagnóstico de patologias crônicas como sinusite e rinite, que ocorrem principalmente com a mudança de temperatura. Isso faz com que os pacientes que a possuem procurem o serviço de saúde para controle e tratamento de possíveis crises alérgicas. Veja, na Figura 10, o posicionamento do exame de posteroanterior axial (método de Caldwell).

Figura 10 | Posicionamento posteroanterior axial (método de Caldwell)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1236).

Incidência parietoacantial (método de Waters)

A incidência parietoacantial (método de Waters) faz parte também do auxílio ao diagnóstico de sinusite, com ênfase nos seios paranasais. Veja, na Figura 11, o posicionamento do exame parietoacantial (método de Waters).

Figura 11 | Posicionamento de incidência parietoacantial (método de Waters)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1233).

Perfil esquerdo ou direito: ossos faciais

A incidência perfil esquerdo ou direito: ossos faciais também é considerada uma incidência básica de ossos da face e auxilia no diagnóstico de fraturas nos ossos da face. Veja, na Figura 12, o posicionamento do exame perfil esquerdo ou direito: ossos faciais.

Figura 12 | Posicionamento de incidência perfil esquerdo ou direito: ossos faciais
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1229).

Incidências de crânio e ossos da face: análise de imagens radiográficas

Caro estudante, agora que você conhece a anatomia, os posicionamentos de incidências básicas e especiais de crânio e básicas da face, chegou o momento de analisar as imagens radiográficas de cada incidência que aprendemos na aula de hoje. Vamos lá!

Qualidade de imagem

Antes de analisarmos as imagens radiográficas das incidências que abordamos na aula, é importante você saber que, para se ter um diferencial no mercado de trabalho, um profissional da radiologia precisa investir diariamente no aprimoramento dos conhecimentos em análise de imagens de exames realizados. Como isso é possível? Sempre praticando, independentemente do seu tempo de profissão, pois, na área da radiologia, somos eternos aprendizes. O posicionamento correto do paciente nas incidências aliado a fatores técnicos, que são KV, mAs e Ma, DFF (distância foco-filme) e tamanho do receptor de imagem adequados, são a base fundamental para a qualidade das imagens.
Veja a seguir as imagens radiográficas de cada incidência que aprendemos na aula de hoje.

Crânio AP

Veja adiante, na Figura 13, a imagem radiográfica de crânio em AP.

Figura 13 | Exame radiográfico de crânio em AP
Fonte: Nóbrega (2008, p. 108).

Crânio perfil

Veja, na Figura 14, a imagem radiográfica de crânio em perfil, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 14 | Exame radiográfico de crânio em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1210).

Submentovertex (SMV)

Veja a seguir, na Figura 15, a imagem radiográfica de submentovertex (SMV), com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 15 | Exame radiográfico de submentovertex (SMV)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1221).

PA do crânio axial (método de Haas)

Veja, na Figura 16, a imagem radiográfica de PA do crânio axial (método de Haas), com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 16 | Exame radiográfico de PA do crânio axial (método de Haas)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1224).

Incidências básicas da face

As incidências básicas da face são muito solicitadas nos serviços de saúde, pois existem muitas patologias crônicas, como sinusite e rinite, que, com mudanças constantes de temperatura, fazem os pacientes que as possuem procurarem o serviço de saúde para controle e tratamento das crises alérgicas quando ocorrem. Por esse motivo, é necessário que o profissional da radiologia tenha o conhecimento técnico para realizar os exames adequadamente e com qualidade. Verifique, na Figura 17, a imagem radiográfica de posteroanterior axial (método de Caldwell).

Figura 17 | Exame radiográfico de posteroanterior axial (método de Caldwell)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1237).

Incidência parietoacantial (método de Waters)

Veja, adiante, na Figura 18, a imagem radiográfica de incidência parietoacantial (método de Waters), com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 18 | Exame radiográfico de incidência parietoacantial (método de Waters)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1234).

Perfil esquerdo ou direito: ossos faciais

Veja, na Figura 19, a imagem radiográfica de incidência de perfil esquerdo ou direito: ossos faciais, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 19 | Exame de incidência perfil esquerdo ou direito: ossos faciais
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1230).

Video Resumo

Olá, estudante! Neste vídeo abordaremos os posicionamentos e as imagens das incidências radiográficas que aprendemos em aula, tais quais as incidências básicas de crânio: AP e perfil; as incidências especiais: PA do crânio axial (método de Haas) e submentovertex (SMV); além das incidências básicas de face: método de Caldwell, método de Waters e perfil de ossos da face.

 

Saiba mais

No terceiro bloco desta aula, abordamos as incidências básicas de exames radiográficos da face que são de suma importância para diagnóstico e acompanhamento de patologias agudas ou crônicas como rinite e sinusite. Para complementar o seu estudo e para que você conheça amplamente essas patologias, leia o artigo: Rinite, sinusite e asma: indissociáveis. O texto ressalta aspectos epidemiológicos e fisiopatológicos relacionados à abordagem unificada de rinossinusite alérgica e da asma, com as respectivas implicações terapêuticas e a importância do diagnóstico por imagem para confirmar a patologia.

Aula 2

Coluna vertebral

A coluna vertebral é formada por cinco seções: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix, que são muito importantes para o nosso corpo, pois, juntamente com outros sistemas, como o sistema muscular, trazem sustentação e equilíbrio.

17 minutos

introdução

Seja bem-vindo, caro estudante e futuro profissional de sucesso da radiologia!
A coluna vertebral é formada por cinco seções: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix, que são muito importantes para o nosso corpo, pois, juntamente com outros sistemas, como o sistema muscular, trazem sustentação e equilíbrio. Quando falamos de raios X na radiologia médica, existe uma vasta quantidade de posicionamentos e incidências que é possível realizar para o diagnóstico de diversas patologias. Os exames da coluna vertebral são muito solicitados em prontos-socorros e clínicas, principalmente quando existe a hipótese diagnóstica de fraturas e patologias nas articulações e nos discos vertebrais.
Nesta aula, vamos conhecer a anatomia da coluna vertebral, as incidências básicas e as principais especiais das colunas: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix. Vamos lá?
Bons estudos!

Anatomia da coluna vertebral: cervical, torácica, lombar, sacro, cóccix e suas principais incidências

Caro estudante, os exames de raios X da coluna vertebral (cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix) são muito solicitados e são diversas as incidências conhecidas pela classificação de básicas e especiais. Porém, antes de nos determos nos posicionamentos e nas incidências dos segmentos da coluna vertebral, é importante relembrarmos a anatomia da coluna para realizarmos um exame correto e com qualidade. Vamos lá?

Anatomia da coluna vertebral

Conhecida como coluna vertebral e podendo ser chamada de espinha ou coluna espinhal, essa parte do corpo é uma sucessão complexa de muitos ossos chamados vértebras. Sua função é tanto dar suporte flexível para o tronco e a cabeça quanto distribuir o peso do tronco e da parte superior do corpo para os membros inferiores. É localizada no plano sagital médio, formando a parte posterior ou dorsal do tronco ósseo do corpo. As vértebras são empilhadas verticalmente, e cada abertura da vértebra se alinha para criar um canal espinal vertical, com formato semelhante a um tubo.

Canal espinal

O canal espinal, que segue por toda a coluna espinal, começa na base do crânio e se estende até o sacro. Sua função é extremamente importante, pois protege o cordão espinal e é preenchido de líquido cerebrospinal.

Cordão espinal

O cordão espinal tem início na medula oblonga do cérebro, passa pelo forame occipital do crânio, continua ao longo da primeira vértebra cervical e percorre todo o caminho até a margem mais inferior da primeira vértebra lombar, onde afunila até o ponto chamado cone medular.

Discos intervertebrais

Discos fibrocartilaginosos rígidos separam as vértebras adultas. Os discos intervertebrais são semelhantes a amortecedores, estão vinculados às vértebras para estabilidade espinhal e permitem a flexibilidade e o movimento da coluna vertebral.

Seções da coluna vertebral

A coluna vertebral é dividida em cinco seções, e, em cada uma delas, as vértebras apresentam características distintas. O total de vértebras é 33 por todas as seções, e cada uma possui quantidades diferentes de vértebras sendo:

Veja, na Figura 1, os ossos da coluna vertebral em visão frontal e em visão lateral.

Figura 1 | Coluna vertebral – visão frontal e visão lateral
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 886).

Curvaturas da coluna vertebral

Além das vértebras em cada uma das seções, a coluna vertebral é composta por curvas anteroposteriores. Os termos côncavo (superfície arredondada para dentro ou deprimida como uma caverna) e convexo (superfície arredondada para fora ou elevada) são usados para descrever essas curvas. As regiões cervical e lombar têm curvaturas côncavas, e as regiões torácica e sacral têm curvaturas convexas. Veja-as, na Figura 2.

Figura 2 | Curvaturas da coluna vertebral
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 867).

Conhecendo as incidências básicas da coluna vertebral: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix

Caro estudante, agora que você relembrou a anatomia da coluna vertebral, chegou o momento de visualizar as incidências básicas das cinco seções: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix. Vamos lá!

Incidências básicas da coluna cervical

As incidências básicas da coluna cervical são: AP e perfil. Para ambas, o tamanho do receptor de imagem é 24 x 30 cm, no sentido longitudinal.

Coluna cervical AP

Veja, na Figura 3, o posicionamento de coluna cervical em AP.

Figura 3 | Posicionamento de coluna cervical em AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 918).

Coluna cervical perfil

Veja, na Figura 4, o posicionamento do exame de coluna cervical em perfil.

Figura 4 | Posicionamento radiográfico de coluna cervical em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 925).

Incidências básicas de coluna torácica

As incidências básicas da coluna torácica são: AP e perfil, para as quais o tamanho do receptor de imagem é 30 x 40 cm, no sentido longitudinal.

Coluna torácica AP

Veja, na Figura 5, o posicionamento do exame de coluna torácica AP.

Figura 5 | Posicionamento de coluna torácica AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 951).

Coluna torácica perfil

Veja, na Figura 6, o posicionamento do exame de coluna torácica perfil.

Figura 6 | Posicionamento de coluna torácica perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 954).

Incidências básicas de coluna lombar

As incidências básicas da coluna torácica são: AP e perfil, para as quais o tamanho do receptor de imagem é 24 x 30 cm, no sentido longitudinal.

Coluna lombar AP

Veja, na Figura 7, o posicionamento do exame de coluna lombar AP.

Figura 7 | Posicionamento de coluna lombar AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 996).

Coluna lombar perfil

Veja, na Figura 8, o posicionamento do exame de coluna lombar perfil.

Figura 8 | Posicionamento do exame de coluna lombar perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1004).

Articulações sacro-ilíacas

A incidência AP axial L5-S1 é muito solicitada para avaliação das articulações sacro-ilíacas. Para elas, o tamanho do receptor de imagem é 24 x 30 cm, no sentido longitudinal.

AP Axial L5-S1

Veja, na Figura 9, o posicionamento do exame AP axial L5-S1.

Figura 9 | Posicionamento do exame AP axial L5-S1
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1011).

Incidências básicas de sacro e cóccix

A incidência AP axial do sacro é a básica que geralmente é solicitada nos serviços médicos para avaliação do sacro. Já para avaliação do cóccix, geralmente são solicitadas duas incidências: AP e perfil de cóccix e, para ambas, o tamanho do receptor de imagem é 24 x 30 cm, no sentido longitudinal.

AP axial do sacro

Veja, na Figura 10, o posicionamento do exame AP axial do sacro.

Figura 10 | Posicionamento do exame AP axial do sacro
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1035).

AP do cóccix

Veja, na Figura 11, o posicionamento do exame AP do cóccix.

Figura 11 | Posicionamento do exame AP axial do cóccix
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1038).

Perfil do cóccix

Veja, na Figura 12, o posicionamento do exame perfil do cóccix.

Figura 12 | Posicionamento do exame perfil do cóccix
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1041).

Incidências de coluna vertebral: análise de imagens radiográficas

Caro estudante, agora que você conhece a anatomia e os posicionamentos de incidências básicas das seções da coluna (cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix), chegou o momento de analisar as imagens radiográficas de cada uma delas. Vamos lá!

Qualidade de imagem da coluna vertebral

Antes de analisarmos as imagens radiográficas das incidências da coluna vertebral que abordamos na aula, é importante você saber, caro estudante, que a coluna vertebral fica no aspecto dorsal e que existem muitas estruturas ósseas e órgãos sobrepostos a ela, fazendo com que a técnica seja mais específica para visualização dos ossos. Por esse motivo, a escolha adequada dos fatores técnicos (KV, mAs, Ma, DFF – distância foco-filme – e tamanho do receptor de imagem), sempre colocando a proteção radiológica em prática, é fundamental para uma qualidade de imagem em seus exames.
Veja a seguir as imagens radiográficas de cada incidência que aprendemos nesta aula.

Coluna cervical AP

Veja a seguir, na Figura 13, uma imagem radiográfica de coluna cervical em AP.

Figura 13 | Exame radiográfico de coluna cervical em AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 919).

Coluna em perfil

Veja adiante, na Figura 14, a imagem radiográfica de coluna em perfil, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 14 | Exame radiográfico de coluna em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 926).

Coluna torácica em AP

Veja, na Figura 15, a imagem radiográfica de coluna torácica em AP, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 15 | Exame radiográfico de coluna torácica em AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 952).

Coluna torácica em perfil

Veja a seguir, na Figura 16, uma imagem radiográfica de coluna torácica em perfil, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 16 | Exame radiográfico de coluna torácica em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 955).

Coluna lombar em AP

Veja, na Figura 17, a imagem radiográfica do exame de coluna lombar em AP.

Figura 17 | Exame radiográfico de coluna lombar em AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 998).

Coluna lombar em perfil

Veja, na Figura 18, a imagem radiográfica de incidência de coluna lombar em perfil.

Figura 18 | Exame radiográfico de coluna lombar em perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1006).

Articulações sacro-ilíacas

AP axial L1-S5

Veja, na Figura 19, uma imagem radiográfica de incidência de AP axial L1-S5, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 19 | Exame de incidência AP axial L1-S5
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1012).

Incidências básicas de sacro

AP axial do sacro

Veja, na Figura 20, a imagem radiográfica de incidência de AP axial do sacro, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 20 | Exame de incidência AP axial do sacro
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1036).

Incidências básicas de cóccix

AP de cóccix

Veja, na Figura 21, a imagem radiográfica de incidência de AP axial de cóccix, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 21 | Exame de incidência AP axial de cóccix
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1039).

Perfil de cóccix

Veja, na Figura 22, a imagem radiográfica de incidência de perfil de cóccix, com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 22 | Exame de incidência perfil de cóccix
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1046).

Vídeo Resumo

Olá, estudante! Neste vídeo abordaremos os posicionamentos e as imagens das incidências radiográficas básicas com anatomia radiográfica e dos exames mais solicitados nos serviços médicos de coluna vertebral das seções: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix, incluindo o exame de AP axial L5-S1, que avalia as articulações sacro-ilíacas.

 

Saiba mais

No primeiro bloco, abordamos a anatomia da coluna vertebral e a importância dela para a sustentação e o equilíbrio do corpo humano. Além disso, vimos como sua flexibilidade dá amplos movimentos ao nosso corpo. Para complementar o seu estudo e conhecer mais sobre a anatomia da coluna vertebral, seção cervical, leia o artigo: Análise radiográfica da coluna cervical em indivíduos assintomáticos submetidos à tração manual. O objetivo dos autores foi avaliar, radiograficamente, o efeito da tração manual sobre o comprimento da coluna cervical, trazendo imagens radiográficas do procedimento.

Aula 3

Cíngulo do membro superior – Ombro

Quando falamos sobre raios X no diagnóstico por imagem de ombro, que faz parte do cíngulo do membro superior.

16 minutos

introdução

Seja bem-vindo, caro estudante e futuro profissional de sucesso da radiologia!
Quando falamos sobre raios X no diagnóstico por imagem de ombro, que faz parte do cíngulo do membro superior, os exames radiográficos são considerados muito complexos, pois existem diversas opções de incidências a serem utilizadas para verificar hipóteses diagnósticas de várias patologias, principalmente as ortopédicas. O cíngulo do membro superior é formado por dois ossos: a clavícula e a escápula. 
Além do ombro, o cíngulo do membro superior possui outras articulações que permitem grande mobilidade aos indivíduos, e, por esse motivo, precisamos tomar todos os cuidados necessários nos exames tanto com suspeita de traumatismo quanto sem a suspeita, pois, se realizado incorretamente em qualquer um dos casos, pode gerar agravamento no estado de saúde do paciente. 
Portanto, nesta aula, vamos conhecer a anatomia completa do cíngulo do membro superior e os posicionamentos radiográficos das estruturas, com ou sem traumatismo, que fazem parte dele. Bons estudos!

Anatomia do cíngulo superior: úmero e clavícula

Caro estudante, como já visto nas aulas anteriores, os exames de raios X apresentam diversos tipos de incidências, que são classificadas como básicas e especiais. No caso específico do ombro, muitas das incidências são especiais, as quais apresentam nomes próprios (geralmente do inventor da incidência do exame) como nomenclatura. Antes de nos aprofundarmos nos posicionamentos e nas incidências de todas as estruturas ósseas e da articulação do ombro, é importante relembrarmos a anatomia dessa porção do corpo para realizar um exame correto e com qualidade. Vamos lá?

Anatomia do cíngulo superior

O cíngulo do membro superior e cada membro superior se unem na articulação do ombro entre a escápula e o úmero. Anteriormente, o cíngulo do membro superior se conecta ao tronco na porção superior do esterno, e, posteriormente, a escápula é ligada ao tronco somente por músculos. Tanto a clavícula direita e quanto a esquerda são localizadas acima dos arcos costais anteriores e superiores. A escápula, que também é par, situa-se acima dos arcos costais posteriores e superiores.

Clavícula

A função da clavícula e da escápula é conectar os membros superiores, tanto do lado direito quanto do esquerdo, que fazem parte do esqueleto apendicular. A margem superior da escápula é localizada ao nível da segunda costela posterior (T2), e a inferior situa-se ao nível da sétima costela posterior (T7). Considerada um osso longo, a clavícula possui uma curvatura dupla com três partes principais: duas extremidades e uma porção central longa. A extremidade lateral da clavícula é articulada ao acrômio da escápula. Essa articulação é chamada acromioclavicular. A extremidade medial articula-se com o manúbrio, que é a parte superior do esterno. Essa articulação é chamada esternoclavicular. O corpo (diáfise) da clavícula é a ligação entre as duas extremidades. Veja, na Figura 1, a anatomia da clavícula em visão anterior.

Figura 1 | Anatomia da clavícula – visão anterior
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 525).

Escápula

A escápula é um osso triangular e plano, que forma toda a parte posterior do cíngulo do membro superior; possui três margens (medial, superior e lateral) e duas faces (anterior e posterior). 
Veja, na Figura 2, a anatomia da escápula com as suas três margens; na Figura 3, a anatomia da escápula em visão anterior; na Figura 4, a anatomia da escápula em visão posterior; e, na Figura 5, a anatomia da escápula lateral.

Figura 2 | Anatomia da escápula com as suas três margens
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 526).
Figura 3 | Anatomia da escápula em visão anterior
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 526).
Figura 4 | Anatomia da escápula em visão posterior
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 527).
Figura 5 | Anatomia da escápula em visão lateral
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 528).

Articulações do cíngulo do membro superior

O cíngulo do membro superior possui três articulações: a esternoclavicular, a acromioclavicular, e a do ombro. São classificadas como articulações sinoviais e se caracterizam por uma cápsula fibrosa que contém líquido sinovial. Veja, na Figura 6, a anatomia das articulações do cíngulo do membro superior em visão anterior.

Figura 6 | Anatomia das articulações do cíngulo do membro superior em visão anterior
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 532).

Conhecendo as incidências básicas: ombro com e sem traumatismo, clavícula e escápula

Caro estudante, agora que você relembrou a anatomia do cíngulo do membro superior, chegou o momento de aprender e visualizar as incidências básicas de ombro com e sem traumatismo e os exames de clavícula e escápula. Vamos lá!

Incidências básicas de ombro (rotina sem traumatismo)

As incidências de ombro de rotina sem traumatismo são aquelas realizadas em pacientes que não apresentam suspeita de fraturas ou luxações, podendo realizar a movimentação do úmero sem o risco de agravar sua saúde. As incidências básicas mais solicitadas em atendimentos de saúde são: AP rotação externa e AP rotação interna.

Ombro AP – rotação externa

Veja, na Figura 7, o posicionamento de ombro AP em rotação externa.

Figura 7 | Posicionamento de ombro AP – rotação externa
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 558).

Ombro AP – rotação interna

Veja, agora, na Figura 8, o posicionamento do exame de ombro AP em rotação interna.

Figura 8 | Posicionamento radiográfico de ombro AP – rotação interna
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 562).

Incidências básicas de ombro (rotina com traumatismo)

As incidências de ombro de rotina com traumatismo são realizadas quando o paciente está com suspeita de fraturas ou luxações e não pode realizar todos os movimentos do membro, a fim de evitar o agravamento do seu estado de saúde. A incidência básica mais solicitada em atendimentos de saúde é o ombro AP em rotação neutra e perfil de escápula Y.

Ombro AP – rotação neutra

Veja, na Figura 9, o posicionamento do exame de ombro AP em rotação neutra.

Figura 9 | Posicionamento de ombro AP – rotação neutra
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 582).

Perfil de escápula Y

Veja, na Figura 10, o posicionamento do exame de perfil de escápula em Y.

Figura 10 | Posicionamento de perfil de escápula em Y
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 589).

Incidências básicas de clavícula

As incidências básicas de clavícula mais solicitadas são: AP e AP com carga.

Clavícula AP

Veja, na Figura 11, o posicionamento do exame de coluna torácica perfil.

Figura 11 | Posicionamento de coluna torácica perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 600).

Clavícula AP com carga

O exame de clavícula AP com carga é realizado quando é descartada a hipótese de fratura, pois são utilizadas cargas com pesos de 3 a 4 kg. A indicação é para avaliar as articulações da clavícula e geralmente é realizada bilateralmente, ou seja, nas duas clavículas (direita e esquerda). Veja, na Figura 12, o posicionamento do exame de clavícula AP com carga.

Figura 12 | Posicionamento de clavícula AP com carga
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 604).

Incidências básicas de escápula

As incidências básicas da escápula são: AP e perfil.

Escápula AP

Veja, na Figura 13, o posicionamento do exame de escápula AP.

Figura 13 | Posicionamento de coluna lombar AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 608).

Escápula perfil

Veja, na Figura 14, o posicionamento do exame de escápula perfil.

Figura 14 | Posicionamento do exame de escápula perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 611).

Incidências de coluna vertebral: análise de imagens radiográficas

Caro estudante, agora que você conhece a anatomia tanto das estruturas ósseas quanto das articulações, e que aprendeu quais são as incidências básicas do cíngulo do membro superior, chegou o momento de analisar as imagens radiográficas de cada incidência que aprendemos nesta aula. Vamos lá!

Qualidade de imagem do cíngulo do membro superior

Antes de analisarmos as imagens radiográficas das incidências do cíngulo do membro superior e de cada uma de suas estruturas, é importante saber, caro estudante, que, além de existirem muitas sobreposições que exigem atenção maior na técnica (Kv, mAs e Ma) e posicionamentos radiográficos corretos, quando existe uma suspeita de traumatismo na região a ser estudada, é preciso ter a sensibilidade de aliar a qualidade da imagem com a humanização no atendimento.
Veja a seguir as imagens radiográficas de cada incidência que aprendemos ao longo desta aula.

Incidências básicas de ombro (rotina sem traumatismo)

Ombro AP – rotação externa

Veja, adiante, uma imagem radiográfica de ombro AP em rotação externa.

Figura 15 | Exame radiográfico de ombro AP – rotação externa
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 559).

Ombro AP – rotação interna

Veja a seguir, na Figura 16, a imagem radiográfica de ombro AP em rotação interna.

Figura 16 | Exame radiográfico de ombro AP – rotação interna
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 563).

Incidências básicas de ombro (rotina com traumatismo)

Ombro AP – rotação neutra

Veja a figura seguinte, em que há uma imagem radiográfica de ombro AP em rotação neutra.

Figura 17 | Exame radiográfico de ombro AP – rotação neutra
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 583).

Perfil de escápula Y

Veja, adiante, uma imagem radiográfica de perfil de escápula em Y.

Figura 18 | Exame radiográfico de perfil de escápula em Y
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 591).

Incidências básicas de clavícula

As incidências básicas de clavícula mais solicitadas são: AP e AP com carga.

Clavícula AP

Veja a seguir uma imagem radiográfica de clavícula AP.

Figura 19 | Exame radiográfico de clavícula AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 601).

Clavícula AP com carga

A Figura 20, adiante, mostra imagens de comparação das articulações acromioclaviculares em exames de clavícula AP com carga (W/ Weights) e sem carga (W/O Weights).

Figura 20 | Exame radiográfico de clavícula AP com e sem carga
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 606).

Incidências básicas de escápula

Escápula AP

Veja, na Figura 21, uma imagem radiográfica de escápula AP.

Figura 21 | Exame radiográfico de escápula AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 609).

Escápula perfil

A incidência de escápula em perfil exige uma análise da imagem mais cautelosa, pois ela deve estar em perfil absoluto. Veja, na Figura 22, a imagem radiográfica de escápula perfil.

Figura 22 | Exame radiográfico de escápula perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 612).

Video Resumo

Olá, estudante! Neste vídeo abordaremos os posicionamentos e as imagens das incidências radiográficas básicas, com anatomia radiográfica, dos exames mais solicitados nos serviços médicos, que correspondem ao cíngulo do membro superior, à articulação do ombro (rotinas: com e sem traumatismo) e às estruturas da clavícula e da escápula. Vamos lá!

 

Saiba mais

Na Aula 7, abordamos os posicionamentos de ombro essenciais para diagnosticar patologias. O ombro, por ser uma articulação que proporciona muita mobilidade, pode apresentar diversas patologias por esforços repetitivos sem os devidos cuidados de alongamento, exercícios e pausas. Para complementar o seu estudo e para que você conheça mais sobre a anatomia da coluna vertebral, seção cervical, leia o artigo: Lesões do manguito rotador, cujo objetivo é mostrar uma possibilidade real de evolução das lesões parciais caso não sejam tratadas adequadamente.

Aula 4

Cíngulo do membro inferior – pelve/quadril

Você verá, ao longo desta aula, que a pelve completa é uma das estruturas mais importantes do corpo humano, pois serve como a base para o tronco e forma a conexão entre a coluna vertebral e os membros inferiores.

17 minutos

introdução

Seja bem-vindo, caro estudante e futuro profissional de sucesso da radiologia!
Você verá, ao longo desta aula, que a pelve completa é uma das estruturas mais importantes do corpo humano, pois serve como a base para o tronco e forma a conexão entre a coluna vertebral e os membros inferiores. 
Na radiologia médica, existe uma vasta quantidade de posicionamentos e incidências que podem ser realizadas para o diagnóstico de diversas patologias. Em geral, os exames da pelve e do quadril são muito solicitados em prontos-socorros e clínicas, principalmente quando existe a hipótese diagnóstica de fraturas, luxações e patologias nas articulações da estrutura.
Nesta aula, vamos conhecer a anatomia da pelve e do quadril e as suas incidências básicas e algumas das especiais. Bons estudos!

Anatomia da pelve e do quadril e suas principais incidências

Caro estudante, os exames de raios X da pelve e do quadril são muito solicitados devido à sua importância. Existem diversas incidências conhecidas pela classificação de básicas e especiais. Antes de começarmos a tratar especificamente dos posicionamentos e das incidências de pelve e quadril, é importante relembrarmos a anatomia dessas partes do corpo para realizar um exame correto e com qualidade. Vamos lá?

Anatomia da pelve 

A pelve é formada por quatro ossos: dois do quadril, o sacro e o cóccix. Veja, na Figura 1, esses ossos em visão frontal.

Figura 1 | Ossos da pelve – visão frontal
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 789).

Ossos do quadril 

Os ossos do quadril são em par (direito e esquerdo), e cada osso é composto de três divisões: (1) ílio, (2) ísquio e (3) púbis. O acetábulo é uma profunda cavidade, em forma de copo, que aceita a cabeça do fêmur para formar a articulação do quadril. Veja, na figura seguinte, os ossos do quadril em visão frontal e lateral.

Figura 2 | Ossos do quadril – visão frontal e lateral
Fonte: Lorem ipsum dolor sit amet.

Ílio 

Das três divisões, o ílio é a maior parte e se localiza superiormente ao acetábulo. O ílio é composto por um corpo e uma ala (conhecida também como asa). O corpo do ílio é a porção inferior, perto do acetábulo, e inclui uma pequena parte superior dele. A ala, ou porção da asa, é a mais fina e alargada, que se encontra na parte superior do ílio. A crista do ílio é a margem superior da ala; ela se estende desde a espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) até a espinha ilíaca posterossuperior (EIPS). Veja, na Figura 3, o ílio.

Figura 3 | Ossos do quadril: ílio
Lampignano

Ísquio 

O ísquio é a parte do osso do quadril que fica abaixo do acetábulo, na porção posterior. Cada ísquio possui a seguinte divisão: um corpo e um ramo. A porção superior do corpo do ísquio é uma parte mínima da porção posteroinferior do acetábulo. A porção inferior do corpo do ísquio (formalmente chamado de ramo superior) forma-se caudal e medialmente ao acetábulo e finaliza na tuberosidade isquial. Projetando-se anteriormente da tuberosidade isquial, está o ramo do ísquio. A área arredondada e áspera perto da junção do corpo inferior e do ramo inferior é o marco chamado tuberosidade do ísquio. Veja, na Figura 4, como são dispostas essas partes.

Figura 4 | Ossos do quadril – ísquio
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 791).

Púbis 

A última das três divisões de um osso do quadril é o púbis, cujo corpo é anterior e inferior ao acetábulo e inclui uma pequena parte da porção anteroinferior dele. Anterior e medialmente ao corpo de cada púbis, existe um ramo superior. Os dois ramos superiores estão localizados na linha média para formar uma articulação anfiartrodial: a sínfise púbica. Os ramos inferiores passam abaixo e posteriormente à sínfise púbica para juntar se ao ramo do respectivo ísquio. O forame obturador é formado pelo ramo, pelo corpo de cada ísquio e pelo púbis.

Figura 5 | Ossos do quadril – sínfise púbica
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 793).

Conhecendo as incidências básicas e especiais: pelve e quadril

Caro estudante, agora que você relembrou a anatomia da pelve e do quadril, chegou o momento de visualizar as incidências básicas e especiais que são solicitadas em hospitais e centros de diagnóstico por imagem. Vamos lá!

Incidências básicas da pelve 

As incidências básicas da pelve são: AP e AP bilateral perna de rã (método de Cleaves modificado). O tamanho do receptor de imagem utilizado em pacientes adultos é o 35 x 43 cm, no sentido transversal.

Pelve AP 

Veja, na figura seguinte, o posicionamento de pelve AP.

Figura 6 | Posicionamento de pelve AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 826).

AP bilateral perna de rã (método de Cleaves modificado) 

Veja, na Figura 7, o posicionamento do exame de AP bilateral de rã (método de Cleaves modificado).

Figura 7 | Posicionamento radiográfico de AP bilateral de rã (método de Cleaves modificado)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 830).

Incidências especiais de pelve 

As incidências especiais de pelve mais solicitadas são: AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior) e AP axial de entrada: pelve perfil. Em ambos os casos, o tamanho do receptor de imagem para um paciente adulto pode ser de 35 x 43 cm, no sentido transversal.

AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior) 

Veja, adiante, o posicionamento do exame AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior).

Figura 8 | Posicionamento de AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 833).

Incidências básicas de quadril 

As incidências básicas do quadril são: AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal e incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado). Por ser unilateral (apenas um lado do quadril: direito ou esquerdo), em ambos os casos, o tamanho do receptor de imagem utilizado em pacientes adultos é o 24 x 30 cm, no sentido longitudinal.

AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal 

Veja, na Figura 9, o posicionamento de AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal.

Figura 9 | Posicionamento de AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 848).

Incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado) 

Veja, na Figura 10, o posicionamento do exame de unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado).

Figura 10 | Posicionamento unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 855).

Incidências especiais de quadril 

As incidências especiais do quadril são: incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller) e axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama).

Incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller) 

Veja a seguir o posicionamento do exame de incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller).

Figura 11 | Posicionamento de incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 851).

Axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama) 

Observe, na Figura 12, o posicionamento do exame axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama).

Figura 12 | Posicionamento do exame axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 858).

Incidências pelve e quadril: análise de imagens radiográficas

Caro estudante, agora que você conhece a anatomia, os posicionamentos de incidências básicas e as especiais de pelve e quadril, chegou o momento de analisar as imagens radiográficas de cada incidência que acabamos de aprender. Vamos lá!

Qualidade de imagem da pelve e do quadril 

Antes de analisarmos as imagens radiográficas das incidências da pelve e do quadril, que abordamos nos blocos anteriores, é importante você saber, caro estudante, que, nas áreas da pelve e do quadril, além de estruturas de sustentação dos membros inferiores, existem órgãos do sistema reprodutor tanto masculino quanto feminino, que são sobrepostos no exame. Dessa forma, a proteção radiológica e a escolha adequada dos fatores técnicos (KV, mAs e Ma, DFF – distância foco-filme – e tamanho do receptor de imagem) são fundamentais para uma boa qualidade de imagem em seus exames. Veja a seguir as imagens radiográficas de cada incidência que aprendemos nesta aula.

Incidências básicas da pelve 

Pelve AP 

Observe, na Figura 13, uma imagem radiográfica de pelve em AP com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 13 | Exame radiográfico de pelve em AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 827).

AP bilateral perna de rã (método de Cleaves modificado) 

Veja adiante uma imagem radiográfica de AP bilateral perna de rã (método de Cleaves modificado).

Figura 14 | Exame radiográfico de AP bilateral perna de rã (método de Cleaves modificado)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 830).

Incidências especiais de pelve 

AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior) 

Veja a seguir, na Figura 15, a imagem radiográfica de uma AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior) com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 15 | Exame radiográfico de AP axial de saída (para ossos pélvicos anterior-inferior)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 834).

Incidências básicas de quadril 

AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal 

Veja adiante uma imagem radiográfica do exame de AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal.

Figura 16 | Exame radiográfico de AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 849).

Incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado) 

Veja, na Figura 17, uma imagem radiográfica de incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado).

Figura 17 | Exame radiográfico de incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves modificado)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 856).

Incidências especiais de quadril 

Incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller) 

Veja a seguir uma imagem radiográfica de incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller).

Figura 18 | Exame da incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (método de Danelius-Miller)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 852).

Axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama) 

Veja adiante, na Figura 19, a imagem radiográfica de uma incidência de axiolateral modificada – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama), com visualização da anatomia radiográfica.

Figura 19 | Exame de incidência de axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (método de Clements-Nakayama)
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 859).

Video Resumo

Olá, estudante! Neste vídeo, abordaremos os posicionamentos e as imagens das incidências radiográficas utilizadas principalmente em suspeitas de traumas das estruturas pelve e quadril. Elas serão apresentadas com anatomia radiográfica, que é de suma importância para verificação da qualidade de imagem dos exames mais solicitados nos serviços médicos, tanto os de rotina quanto os especiais.

 

Saiba mais

Na Aula 8, falamos sobre anatomia e incidências de pelve e quadril que são muito solicitadas em hospitais e centros de diagnósticos. As patologias que acometem a pelve e o quadril são diversas, como fraturas, luxações e displasias. Para complementar o seu estudo e conhecer mais sobre a displasia de quadril, leia o artigo: Displasia do desenvolvimento do quadril: atualização, cujo objetivo é trazer uma atualização de meios de diagnóstico e tratamentos para essa patologia que acomete muitos pacientes recém-nascidos.

Aula 5

Revisão da unidade

20 minutos

Posicionamentos e Anatomia Radiográfica

Caro estudante, nesta aula, você recordará das incidências básicas e da anatomia radiográfica das estruturas que aprendemos nas aulas anteriores, que são: crânio e face, coluna vertebral, cíngulo do membro superior e cíngulo do membro inferior. Vamos lá!

Crânio e Face – incidências básicas e anatomia radiográfica

As incidências básicas de crânio são: crânio AP e crânio perfil; já as incidências básicas de ossos da face são: ossos da face AP e ossos da face perfil.
Veja a imagem da Figura 1, a anatomia radiográfica de um exame de crânio perfil.  

Figura 1 I Anatomia radiográfica de crânio perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1.210).

Coluna vertebral – Incidências básicas e anatomia radiográfica

A coluna vertebral é dividida por cinco seções, que são: cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix. As incidências básicas da coluna vertebral são: coluna cervical AP e perfil, coluna torácica AP e perfil, coluna lombar AP e perfil, AP axial do sacro, AP do cóccix e perfil do cóccix.
Veja na Figura 2 a anatomia radiográfica do exame de coluna lombar perfil.

Figura 2 I Anatomia radiográfica da coluna lombar perfil
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 1.006).

Cíngulo do membro superior – posicionamento e anatomia radiográfica

O cíngulo do membro superior e cada membro superior se unem na articulação do ombro entre a escápula e o úmero, e os posicionamentos do cíngulo do membro superior são diversos e dividos por cada estrutura pertencente ao mesmo, sendo classificados em incidências básicas e especiais, rotina com traumatismo e sem traumatismo. As incidências realizadas na rotina sem traumatismo são: ombro AP – rotação interna, ombro AP – rotação externa, escápula AP, escápula perfil e clavícula AP – com carga; já as incidências realizadas na rotina com traumatismo são: ombro AP – rotação neutra, perfil em escápula em Y e clavícula AP sem carga.
Veja na Figura 3 a anatomia radiográfica de um exame de ombro AP – rotação neutra.

Figura 3 I Anatomia radiográfica do exame de ombro AP – rotação neutra
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 583).

Cíngulo do membro inferior – incidências básicas e anatomia radiográfica

A pelve faz parte do cíngulo do membro inferior e consiste em quatro ossos: dois ossos do quadril, um sacro e um cóccix. As incidências básicas do cíngulo do membro inferior são: pelve AP, AP bilateral perna de rã (método de Cleaves Modificado), AP unilateral do quadril: quadril e fêmur; e incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (método de Cleaves Modificado).
Veja na Figura 4 a imagem da anatomia radiográfica de um exame de pelve AP.

Figura 4 I Anatomia radiográfica do exame de pelve AP
Fonte: Bontrager e Lampignano (2015, p. 827).

Revisão da unidade

Olá, estudante! Neste vídeo, vamos relembrar os posicionamentos e a anatomia radiográfica dos exames que abordamos durante a disciplina, que são os mais solicitados nos serviços médicos, hospitais e clínicas de diagnóstico por imagem. As estruturas que vamos estudar na videoaula são: crânio, coluna vertebral, cíngulo do membro superior e cíngulo do membro inferior. 

 

ESTUDO DE CASO

Caro estudante, na área da radiologia, temos aspectos técnicos e específicos, como posicionamentos, anatomia radiográfica e a parte de humanização. Agora, a contextualização do seu aprendizado durante as aulas irá prepará-lo mais ainda para a prática da profissão no dia a dia. Vamos lá!
Imagine-se trabalhando em um hospital na área da radiologia. O pronto-socorro nesse hospital é sempre muito movimentado e você estava de plantão quando recebeu um pedido de exame com solicitação das incidências de: ombro AP – rotação externa e clavícula AP com carga. Quando você chamou a paciente, percebeu que se tratava de uma mulher de 60 anos andando e conversando normalmente; visando a um exame de qualidade, você a posicionou da forma adequada sem saber o histórico e sem ter se atentado à reclamação de dor intensa da paciente, ou seja, devido ao movimento intenso do plantão e à fila de espera para exames, quis realizar o atendimento de maneira ágil; por fim, observou os aspectos de qualidade na imagem e liberou para avaliação médica.
Aproximadamente 20 minutos após a liberação do exame, você recebeu uma ligação do médico do plantão solicitando a sua presença para conversar; ele o informou que a paciente havia sofrido um acidente de queda de uma escada, estava com suspeita de fratura e que o exame que você havia realizado teria agravado a situação, sendo necessária uma cirurgia como forma de tratamento e correção — situação que foi relatada à junta médica e à supervisão do hospital. Dois dias após o ocorrido, a família da paciente, que se recuperava da cirurgia, entrou com uma ação judicial contra o hospital e, um mês depois, você foi chamado pelo RH do hospital e notificado de uma advertência de grau grave e suspensão não remunerada de 15 dias. Quanto à paciente, esta ganhou a causa, gerando prejuízo ao hospital.
Após os 15 dias de suspensão grau grave, a instituição averiguou todo o seu histórico profissional, tanto de atendimento quanto aspectos de conhecimentos específicos e técnicos da radiologia, e, devido a sua índole e conduta em todo o contexto profissional, decidiu pelo não desligamento, porém recomendou reciclagem para os aspectos de conhecimentos técnicos da radiologia e acompanhamento psicológico para aplicação de inteligência emocional e evitamento de possíveis erros.

Reflita

Os 15 dias de suspensão de grau grave sem remuneração e o risco de ser desligado da instituição o deixou com muito medo e apreensivo. Após as decisões da instituição de deixá-lo fazer parte do quadro de funcionários, desde que faça o recomendado, dando a você uma nova chance, o que não é toda a instituição que tem essa atitude, ainda mais com prejuízo financeiro, quatro grandes reflexões foram geradas:
1. Eu tenho a obrigação de saber o histórico da paciente?
2. Por que eu não me atentei à reclamação intensa de dores da paciente?
3. Existiam outras formas de realizar os exames com qualidade, sem agravar a situação de saúde da paciente?
4. Eu segui à risca o pedido médico e realizei o exame com qualidade, por que só eu fui prejudicado?
Essas reflexões são essenciais, porque, por meio delas, você verifica os pontos a serem melhorados e, assim, evita erros graves como esse, bem como adquire crescimento profissional, fazendo-o melhorar e aprimorar o CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) em seus atendimentos diários.

Resolução do Estudo de Caso

Caro estudante, chegou a hora de analisar a resolução do estudo de caso, porém temos um questionamento: o problema ocorreu e não existem ações corretivas a serem discutidas, então, o que podemos fazer? Realmente, o estudo apresenta uma situação em que, no cotidiano do tecnólogo em radiologia, pode não haver tempo hábil para ação corretiva, entretanto, existem ações preventivas que podem diminuir a ocorrência de erros graves como nesse caso. Por meio dos quatro questionamentos anteriores, você vai aprender e conhecer ações que vão ajudar no dia a dia. Vamos lá!
Veja, abaixo, os questionamentos do estudo de caso: 
1. Eu tenho a obrigação de saber o histórico da paciente?
2. Por que eu não me atentei à reclamação intensa de dores da paciente?
3. Existiam outras formas de realizar os exames com qualidade, sem agravar a situação de saúde da paciente?
4. Eu segui à risca o pedido médico e realizei o exame com qualidade, por que só eu fui prejudicado? 
Veja no Quadro 1 os aprendizados das reflexões dos questionamentos do estudo de caso. Por meio desses aprendizados, você, caro estudante, poderá aplicar ações preventivas para melhorar o seu desempenho no dia a dia da profissão.

Quadro 1 I Reflexões do estudo de caso

1 – Eu tenho a obrigação de saber o histórico do paciente?

Sim! Em muitos casos não existem anotações no pedido do exame ou estes informam principalmente quando o paciente está em condições aparentemente “normais”, por exemplo, falando e andando. Quando são solicitados exames de Ombro AP – rotação externa e Clavícula AP com carga, como no estudo de caso, que são realizados em rotina sem trauma, existe a necessidade de saber o histórico para não piorar as condições de saúde do paciente. Neste caso, uma possível fratura pode ser agravada, como ocorreu no estudo de caso, levando à necessidade de tratamento cirúrgico. A ação do tecnólogo em radiologia, nesta situação, deve ser de conversar com o médico e com o paciente, pois essa atitude traz humanização no atendimento possibilita uma análise para realizar incidências de rotina com trauma, com qualidade e sem o agravamento das condições de saúde do paciente.

2 – Por que eu não atentei à reclamação intensa de dores da paciente?

Provavelmente essa falta de atenção ocorreu devido ao fluxo intenso de atendimentos e fila de espera, fazendo com que você se sinta pressionado a realizar o atendimento de forma muito ágil, a fim de atender os próximos pacientes. Para evitar esse tipo de problema, além da humanização, devemos colocar em prática a inteligência emocional na visão profissional, entendendo que agilidade é essencial, porém, você trabalha com vidas e isso vai além de conhecimentos técnicos. Na área da radiologia, é preciso trabalhar as emoções para melhorar os seus atendimentos.

3 – Existiam outras formas de realizar os exames com qualidade, sem agravar a situação de saúde da paciente?

Sim! Nos conteúdos abordados nas aulas você aprendeu sobre exames do cíngulo do membro superior (ombro) com as rotinas sem traumatismo e com traumatismo; e no estudo de caso a paciente sofreu um acidente de queda da escada, logo, os exames que poderiam ser realizados sem prejudicar as condições de saúde dela são: Ombro AP – rotação neutra no lugar do exame de Ombro – rotação externa e o exame de Clavícula AP sem carga no lugar do exame de Clavícula AP com carga. Não se pode esquecer de conversar com o médico de plantão. As incidências de Ombro AP – rotação neutra e Clavícula AP sem Carga são posicionamentos que exigem pouca movimentação do paciente, então sua realização para atendimentos de rotina com suspeita de traumatismo é recomendada para não correr o risco de agravamento das condições de saúde do paciente.

4 – Eu segui o pedido médico e realizei o exame com qualidade, por que só eu fui prejudicado?

Na teoria, você realizou a ação correta e, sim, a atuação de todos os profissionais envolvidos no atendimento deveria ter sido averiguada; porém, na prática, em muitos casos não são realizadas as averiguações com justiça. No seu dia a dia profissional, ter os conhecimentos técnicos específicos da radiologia, de atendimento humanizado e conhecer o histórico do paciente, principalmente em situações como no nosso estudo de caso, são de suma importância para evitar problemas. Aplicando o CHA (Conhecimento, Habilidades e Atitudes) e desenvolvendo sua inteligência emocional no seu dia a dia, você será um profissional diferenciado no mercado de trabalho.

Fonte: elaborada pela autora.

CHA – Conhecimento, habilidades e atitudes

Conhecimento significa dominar o conhecimento técnico teórico, que, na radiologia seria, por exemplo: posicionamentos radiográficos, anatomia, aspectos técnicos, entre outros específicos para se realizar os exames adequadamente.
A habilidade é a prática do conhecimento adquirido e é realizada em estágios e no dia a dia profissional, na realização de exames. Já a atitude é a proatividade do profissional, ou seja, as ações dele que vão além do conhecimento técnico e especifico da área de atuação e da habilidade de realizar exames. Na resolução do estudo de caso, por exemplo, poderia ser aplicada na ação preventiva, analisando-se o pedido do exame e conversando com o médico de plantão para saber o histórico da paciente e realizar os exames de rotina com traumatismo sem agravar as condições de saúde da paciente.

Inteligência emocional

Na área da radiologia, trabalha-se com pacientes com enfermidades, logo, aprender e praticar a inteligência emocional é essencial, tanto para o âmbito da profissão quanto na relação do profissional com o paciente. No estudo de caso, poderia ser aplicada como ação preventiva frente ao fluxo grande de atendimento, com fila de espera, gerando pressão e maior agilidade do tecnólogo em radiologia, bem como uma emoção de desespero e preocupação, fazendo o profissional focar somente a agilidade e não a qualidade no atendimento e os exames.

 

Resumo Visual

Crânio e face – incidências básicas e especiais

Veja na figura a seguir as listas de incidências básicas e especiais realizadas no crânio e face.

Quadro 2 | Listas de incidências básicas e especiais de crânio

Incidências básicas

Incidências especiais

Crânio AP

Submentovertex (SMV)

Crânio Perfil

PA do crânio axial (Método de Haas)

Ossos da face AP

Posteroanterior axial (Método de Caldwell)

Ossos da face Perfil

Parietoacantial (Método de Waters)

Fonte: elaborada pela autora.

Coluna vertebral – incidências básicas e especiais

Veja na figura a seguir a lista de incidências básicas e especiais realizada da coluna vertebral.

Quadro 3 | Lista de incidências básicas e especiais de coluna vertebral

Incidências básicas

Incidência especial

Coluna cervical AP

AP Axial L5 – S1

Coluna cervical Perfil
Coluna torácica AP
Coluna torácica Perfil
Coluna lombar AP
Coluna lombar Perfil
AP axial do Sacro
AP do Cóccix
Perfil do Cóccix
Fonte: elaborada pela autora.

Veja na figura a seguir a lista de incidências básicas e especiais realizada do cíngulo do membro superior.

Quadro 4 | Listas de incidências básicas e especiais do cíngulo do membro superior.

Incidências (rotina sem traumatismo)

Incidências (rotina com traumatismo)

Ombro AP – rotação interna Ombro AP – rotação neutra
Ombro AP – rotação externa Perfil de escápula em Y
Escápula AP Clavícula AP
Escápula Perfil
Clavícula AP com carga
Fonte: elaborada pela autora.

Cíngulo do membro inferior – incidências básicas e especiais

Veja na figura a seguir a lista de incidências básicas e especiais realizada do cíngulo do membro superior.

Quadro 5 | Lista de incidências básicas e especiais do cíngulo do membro inferior

Incidências básicas

Incidências especiais

Pelve AP AP bilateral perna de rã (Método de Cleaves Modificado).
AP bilateral perna de rã (Método de Cleaves Modificado) Incidência axiolateral inferossuperior: quadril e fêmur proximal – trauma (Método de Danelius-Miller).
AP unilateral do quadril: quadril e fêmur proximal Axiolateral modificado – incidência para possível trauma: quadril e fêmur proximal (Método de Clements-Nakayama).
Incidência unilateral perna de rã-mediolateral: quadril e fêmur proximal (Método de Cleaves Modificado)
Fonte: elaborada pela autora.

referências

10 minutos

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.