Nos dias atuais, o profissional engenheiro eletricista precisa ser flexível, pois, no mesmo momento em que lhe é solicitado o cálculo de perdas em um transformador, também pode ser solicitado a ele o dimensionamento do indutor adequado para produzir uma quantidade específica de fluxo magnético. Dessa maneira, é preciso que a teoria envolvida nos indutores, nos circuitos trifásicos e nos transformadores esteja muito clara.
Imagine que você trabalhe como engenheiro em uma empresa distribuidora de energia elétrica. Essa distribuidora de energia elétrica, assim como todas as empresas desse ramo atualmente, está preocupada com o aumento da demanda de energia e com a falta de usinas geradoras de energia no Brasil para suprir a atual demanda de energia elétrica no país.
A concessionária em que você trabalha solicitou que você faça alguns testes, realize algumas escolhas e determine alguns parâmetros da PCH que será implantada.
Primeiramente, de acordo com o gerador escolhido pela empresa, você terá de escolher a turbina mais adequada para essa PCH.
Depois, segundo solicitação da empresa, você terá de calcular a tensão induzida no enrolamento secundário do transformador elevador de tensão, localizado na subestação elevadora de tensão, para posteriormente dimensionar os TCs e TPs (transformadores de potencial e de corrente) para esse transformador.
Sua primeira tarefa é escolher o grupo gerador a partir das exigências da concessionária e das características do local onde a PCH será construída.
Como a empresa de energia pede para que sejam utilizados “geradores síncronos” na PCH, de acordo com a disponibilidade deles, ela indicou um que gera a tensão trifásica de 2 kV na saída.
Em seu LIVRO DIDÁTICO há uma tabela para facilitar a escolha da turbina, de acordo com a topografia local. Dessa maneira, a primeira etapa foi realizada, agora falta você apresentar a turbina escolhida.
Na figura, observa-se a entrada da energia, à esquerda. Na entrada, os transformadores de potencial e de corrente (TPs e TCs) dão os níveis dessas grandezas. Em seguida, a energia vai para o transformador, onde é elevada para 34,5 kV e injetada no sistema de transmissão de energia. Depois, é rebaixada para 11,9 kV e distribuída aos consumidores no sistema de distribuição de energia.
Fonte: adaptada de: <https://goo.gl/41kZiI>. Acesso em: 11 jan. 2017.
Gerador e turbina, usina hidrelétrica de Foz do Areia no Paraná (2003).
Disponível em: <https://goo.gl/HO2LWy>. Acesso em: 11 jan. 2017. Spohl from pt [GFDL (http://www.gnu.org/copyleft/fdl.html) or CC-BY-SA-3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/)], via Wikimedia Commons.
Os geradores das usinas hidrelétricas são formados por uma turbina que promove a rotação mecânica necessária para se ter o movimento dos enrolamentos do rotor, ligado magneticamente ao estator, de onde tem-se a saída de energia trifásica para o sistema elétrico trifásico. Essa energia passará por transformadores para atingir o nível para a transmissão e para a distribuição até os centros consumidores.
No problema proposto nesta seção, está envolvido o cálculo de grandezas magnéticas presentes nos transformadores, que, por sua vez, fazem parte das subestações de energia. Nessas subestações, acontece a elevação da tensão gerada nos geradores síncronos da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) justamente pelos transformadores.
No transformador há dois enrolamentos, o primário e o secundário. Neles acontece a elevação ou o rebaixamento da tensão. Assim, esses elementos, no caso em estudo, têm o papel de fazer a conexão de dois sistemas, ou melhor, interligar dois sistemas com níveis diferentes de tensão.
Os enrolamentos citados anteriormente são bobinas, as quais devem ser analisadas de maneira que fique bem claro para você o funcionamento delas quando da passagem de uma corrente elétrica, quanto à energia armazenada, na forma de campo magnético e na sua utilização em circuitos, como no caso de estudo, nos transformadores.
Nesta seção você conhecerá as variáveis de estado e características dos indutores, aprenderá como calcular a energia magnética em um indutor, entenderá a diferença entre indutor linear e não linear e ainda estará apto a equacionar um circuito indutor.
Observe, a seguir, um indutor com e sem núcleo ferromagnético e sua respectiva simbologia: